sábado, fevereiro 08, 2025

A Sopa Caramela

A Sopa Caramela é um prato fundamental da gastronomia portuguesa que remonta ao século XVIII e XIX e, cuja origem é atribuída às populações rurais que vinham da Beira Litoral e do Baixo Mondego em busca de trabalho, sobretudo para a zona de Rio Frio, a quem se dava o nome de "caramelos".

A partir da segunda metade do século XIX, por necessidades de mão-de-obra permanente, os "caramelos de ir e vir" passaram a "caramelos de ficar", tendo-se tornado rendeiros com casa e horta e fixado, sobretudo, na zona de Pinhal Novo, onde introduziram novos hábitos alimentares trazidos dos seus locais de origem.

A alimentação destas populações baseava-se em sopa feita com os produtos colhidos na horta - feijão, batata e couve - e, quem os tinha, com enchidos e carne da matança. Assim nasceu a Sopa Caramela, que foi sendo enriquecida com mais ingredientes, tendo-se tornado num prato substancial, símbolo de uma comunidade que preserva as suas tradições e uma das principais referências gastronómicas da região.

Se visitar a região durante o mês de maio, aproveite a grande celebração das tradições locais no Mercado Caramelo.


Ingredientes para esta sopa:
250g de feijão catarino (demolhado 12h e lavado)
250g de pá de porco
100g de toucinho entremeado
1 chouriço de carne
1 morcela
1Kg de repolho
100g de batatas em cubos
1 couve em tiras
2 nabos em cubos
 1 cebola
1 cenoura em cubos
3 dentes de alho
1 molho de coentros
100g de massa de cotovelinhos
Azeite q.b
Banha q.b
Sal q.b

Preparação:

Coza 250g de feijão catarino previamente demolhado, 250g de pá de porco, 100g de toucinho, 1 chouriço de carne, 1 morcela, 1 cebola e 3 dentes de alho.
Depois de cozidas, retire as carnes e corte-as em pequenos pedaços. Triture a sopa grosseiramente.
Acrescente 1 nabo, 1 batata e 1 cenoura tudo cortado em cubos pequenos. Coloque agora 100g de massa, 1 repolho e 1 couve galega em juliana e uma colher de sopa de banha.
Deixe cozinhar.
Desligue o lume, junte as carnes e um bom molho de coentros picados.

sexta-feira, fevereiro 07, 2025

Desconseguiram Angola

Desconseguiram Angola é um livro de António Costa Silva. É um romance que o autor publicou, em edição restrita, sob pseudónimo, mas que agora assumiu publicamente.

Sinopse:
Desconseguiram Angola
fala-nos de um período vivido já há meio século, quando se tentava construir uma nação no meio de uma guerra, que se prolongaria por mais 27 anos! Hoje, nas vastas chanas do leste e nas planuras cuito-cuanavalescas, já não se ouvem os canhões nem se bombardeiam civis, mas as lavras continuam por lavrar, com temor das muitas minas outrora plantadas.

Há vários livros dentro deste livro: o do regresso imaginado à infância, o da vida e das histórias de Luanda, o dos rios ancestrais de África e o da guerra. Há um cruzamento de caminhos sob o cenário da guerra, a mais longa da história de Angola, que marcou o país, as pessoas, as palavras.

A guerra, essa, não acabou. Antes se transformou numa desconseguerra, sobretudo em cenários urbanos, e em milhões na refrega, em combates diários pela sobrevivência, nos raides à carga dos camiões, à caça dos bagos de arroz, finalmente apreendidos por estes guerrilheiros urbanos que combatem agora sem armas, unidos sob a mesma bandeira invisível, a da luta contra a fome.

Desconseguiram Angola interroga o instinto belicista do género humano, realizando uma peregrinação através da história recente de Angola e da banalidade do mal.

quinta-feira, fevereiro 06, 2025

O Vale do OMO: Beleza e Peculiaridades

O Vale do OMO localiza-se num território junto a montanhas e nas margens do rio Omo, no sul remoto da Etiópia, onde há séculos vivem tribos que preservam costumes e comportamentos culturais da África mais tradicional e, por isso, por muito tempo, as suas culturas têm permanecido intocáveis. Porém, essa região tem vindo a ser cruelmente agredida e invadida por turistas, missionários, e pela construção de uma grande hidroelétrica, que irá alagar toda área povoada pelos povos que ali habitam.

O baixo vale do rio Omo, no sudoeste da Etiópia, é então o lar para oito povos diferentes, cuja população total é de cerca de 200.000. Entre eles, destacam-se: os Karo, os Mursi, os Hamer, os Bume, os Konso e os Omorate, entre outros. Eles vivem ali há séculos.

A inundação anual do rio Omo alimenta a rica biodiversidade da região e garante a segurança alimentar destes grupos especialmente porque a precipitação é baixa e irregular. No vale do Rio Omo, estes povos seminómadas conduzem grandes rebanhos de gado em busca da melhor pastagem, ao longo das margens do rio.

O Baixo Vale do Omo é uma área de uma beleza espetacular com diversos ecossistemas, incluindo pastagens, afloramentos vulcânicos, e uma das poucas matas fluviais remanescentes na região semi-árida da África que suporta uma grande variedade de vida selvagem.

O Vale Inferior do Omo inclui também um sítio arqueológico pré-histórico, reconhecido mundialmente, localizado nas margens do Rio Omo, perto do Lago Turkana onde ele desagua, na Região de Gému Gofa, no sudoeste da Etiópia, a cerca de oitocentos kms da capital Adis Abeba

Na região demarcada deste sítio, ao longo de décadas de pesquisas foram encontrados fragmentos e vestígios - e rochas desde o Plioceno até ao Pleistoceno (de 3,8 milhões a 11,7 mil anos) - da presença humanoide. As pesquisas arqueológicas que têm sido realizadas neste local, estão entre as mais importantes, significativas e valiosas do mundo, e revelam não só o processo evolutivo dos hominídeos e das suas subespécies, mas também da fauna e da flora. Estas pesquisas e trabalhos arqueológicos têm desvendado a evolução do Homo Sapiens da África. Foram ali encontrados, também, fósseis com mais de três milhões de anos, das espécies Australopitecos e Homo habilis.

Em 1980 o Comité do Património Mundial da UNESCO homologou a inscrição e inclusão do Vale Inferior do Omo na Lista do Património Mundial na Etiópia, justificando que as evidências e vestígios pré-históricos e paleo-antropológicos encontrados no Vale Inferior do Omo proporcionam, das mais significativas e importantes descobertas, sobre a evolução social e técnica da raça humana iniciadas desde o período pré-histórico.

Assista agora a dois vídeos, acerca do Vale do OMO, dos youtubers Carla Mota & Rui PintoVIAJAR ENTRE VIAGENS.
O primeiro vídeo que pode ver aqui, fala-lhe da tribo Karo, onde os homens cortam as orelhas quando casam!
No segundo vídeo que pode ver em baixo, vai perceber que para se casarem, as noivas Hamer, se cobrem de lama e os homens saltam por cima de vacas.

quarta-feira, fevereiro 05, 2025

O Bangladesh

Daca

O Bangladesh, oficialmente República Popular do Bangladesh, é um país asiático, rodeado pela Índia, exceto a sudeste, onde faz fronteira terrestre com Myanmar, e ao sul, onde tem litoral no golfo de Bengala. 

A capital do país é Daca que é uma das maiores cidades do mundo, concentrando mais de 19 milhões de habitantes.

Muitos dos aspectos físicos e culturais do Bangladesh são partilhados com Bengala Ocidental, um estado da Índia vizinho do Bangladesh. Na verdade, o Bangladesh e Bengala Ocidental formam uma região da Ásia conhecida como Bengala. Bangladesh era antigamente conhecido pelo nome de Bengala Oriental. O atual nome Bangladesh significa "nação bengali" ou "nação de Bengala". 

A vegetação é abundante devido clima quente e húmido da região. O seu território é recortado por grandes rios que desaguam na baía de Bengala, sendo o mais importante deles o Ganges. 

A maior parte do país é composta por planícies baixas, fertilizadas pelas enchentes dos rios e cursos d'água que as cruzam. Os rios, durante a época das cheias, depositam solo fértil ao longo de suas margens. Mas muitas dessas enchentes também causam grande destruição nos vilarejos rurais.

Fique a conhecer melhor este país da Ásia através do vídeo abaixo.

Pequena canção à mulher

Onde uma tem
O cetim
A outra tem a rudeza

Onde uma tem
A cantiga
A outra tem a firmeza

Tomba o cabelo
Nos ombros

O suor pela
Barriga

Onde uma tem
A riqueza
A outra tem
A fadiga

Tapa a nudez
Com as mãos

Procura o pão
Na gaveta

Onde uma tem
O vestígio
Tem a outra
A pele seca

Enquanto desliza
O fato
Pega a outra na
Enxada

Enquanto dorme
Na cama
A outra arranja-lhe
A casa
Maria Teresa Horta (1937-2025)

terça-feira, fevereiro 04, 2025

Navagio Beach: A Praia Azul Néon

Navagio Beach ou Praia do Naufrágio, há muitos anos atrai a atenção dos viajantes que são apaixonados por praias. Conhecida como uma das praias mais bonitas do mundo - era um dos maravilhosos destinos escondidos na Grécia.

Navagio Beach está localizada na Grécia, mais especificamente na Ilha de Zakynthos. Integra o Arquipélago das Ilhas Jónicas, e está distante de Atenas cerca de 320 km. As Ilhas Jónicas estão localizadas a oeste do continente, no Mar Jónico.

A Praia de Navagio forma uma pequena enseada a noroeste de Zakynthos, e em dias perfeitos o mar, de um azul néon fora do vulgar, é tranquilo, com uma temperatura agradável (máxima de 28º no auge do verão) e forma uma grande e deliciosa piscina de águas transparentes. Rodeada por imensos paredões de calcário, Navagio Beach é visitável apenas por barco, sem acesso direto para pedestres ou para carros.

Navagio Beach tornou-se conhecida após o naufrágio do navio MV Panayiotis, que ocorreu em1980, durante uma tempestade, no litoral de Zakynthos

Antes chamada de Agios Giorgos, a quase desconhecida praia de Zante adquiriu então o apelido de Navagio (em português, Naufrágio e em inglês, Shipwreck). Os destroços da embarcação, levados para a areia, permanecem até hoje como cenário e servem de pano de fundo para incontáveis clicks dos viajantes diante do mar azul néon de Navagio Beach

Algumas vezes a praia de Navagio também é chamada de Smugglers’ Cove, ou "enseada dos contrabandistas". Todos estes nomes fazem referência ao navio Panagiotis, que estaria a carregar contrabando ao encalhar na praia. 

segunda-feira, fevereiro 03, 2025

Entre o Bem e o Mal

Proponho-lhe que ouça o cantor brasileiro Johnny Hooker em Entre o Bem e o Mal (música inédita para a banda sonora da novela de Mania de Você!).

Tudo vem e vai voltar
Melhor se preparar
E o sal que a terra traz
Lágrima de mar
Tudo muda de lugar, impermanente chão grades de areia e sal
Barra da prisão
Foi pra jogar que eu vim, o jogo vai virar
Você mudou tudo em mim
Praga que me jurou na cela de um querer
Vou te arrastar, vou me perder
Esse é o meu lugar
Nesse temporal
Tudo tem final

(Uh-uh-uh-uh)
(Uh-uh-uh-uh)
(Uh-uh-uh)
(Uh-uh-uh-uh)
(Uoh-uoh)

Foi pra jogar que eu vim, o jogo vai virar
Você mudou tudo em mim
Praga que me jurou na cela de um querer
Vou te arrastar, vou me perder

Esse é o meu lugar
Nesse temporal
Entre o bem e o mal

domingo, fevereiro 02, 2025

O Cozinheiro Popular dos Ricos e Remediados



O Cozinheiro Popular dos Ricos e Remediados oferecido às famílias portuguesas e Brazileiras ou o Novo Cozinheiro Moderno (...) é um livro de Anselmo Pinto de Queiróz; Livraria Portuguesa - editora de Joaquim Maria da Costa, 1905.