sábado, novembro 30, 2019

Fado Corrido

Oiça a fadista portuguesa Maria Teresa de Noronha em Fado Corrido.

Teus olhos quando tão às escuras
São duas ave-marias
Do rosário d’ amarguras
Que eu rezo todos os dias

Se eu de saudades morrer
Apalpa meu coração
Talvez eu torne a viver
Ao calor da tua mão

Se eu quero bem aos teus olhos
Mas muito mais eu quero aos meus
Pois perdeste nos olhos
Não podia ver os teus

Se os meus olhos te incomodam
Quando estão na tua frente
Eu prometo arranca-los
E amar-te cegamente

Gosto de cantar o fado
Acho que o fado tem raça
E que não foi só criado
Para cantar a desgraça

Se tenho medo da morte
Não tanto como supões
Tenho mais medo da vida
E das suas ilusões


sexta-feira, novembro 29, 2019

Sociedade de Geografia de Lisboa: Visita Guiada

Assista a mais um episódio do programa televisivo Visita Guiada desta feita à Sociedade de Geografia de Lisboa.
Entre finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, as potências europeias iniciaram um movimento que ficou conhecido como a Corrida a África. A Sociedade de Geografia de Lisboa, como as de Paris, Berlim, Londres, Viena, é fruto deste movimento. Conhecer o interior do território africano, cartografá-lo, inventariar as matérias-primas que ali se podiam encontrar e, também, conhecer os grupos culturais autóctones era urgente para definir as fronteiras das possessões africanas entre os diversos países europeus. As muitas colecções da Sociedade de Geografia de Lisboa são produto das recolhas de campo, feitas entre inícios do séc. XIX e o 25 de Abril de 1974, e dos acontecimentos no arco temporal da colonização de África pelos portugueses.
Mas não só: no museu da SGL é possível encontrar peças tão emocionantes como um dos Padrões que o navegador português Diogo Cão cravou na Costa Ocidental africana em finais do séc. XV ou a arca tumulária indiana de Afonso de Albuquerque.
Uma visita guiada por Paula Moura Pinheiro e Manuela Cantinho, a curadora do Museu da SGL, uma instituição com um acervo excepcional e muito pouco conhecido.

quinta-feira, novembro 28, 2019

As Alcomonias

Entre os mais variados doces tradicionais portugueses, não poderíamos deixar de destacar, aqui, as Alcomonias. 
Estes doces são típicos de Santiago do Cacém onde costumam aparecer em dias festivos, sobretudo na Feira do Monte e na Feira de Santo André, no dia 30 de novembro. São um doce com uma longa tradição mas, a sua presença não se restringiu ao Alentejo.
Tudo leva a crer que a origem das Alcomonias remonta ao período de ocupação árabe, quer
por terem a forma de losango, quer pelos ingredientes usados e principalmente pelo seu nome "Alcomonia".
As Alcomonias são confecionadas com uma massa obtida a partir de farinha torrada (o rolão torrado), pinhão e mel. O rolão é uma farinha de trigo escura, feita do episperma e perisperma da semente do trigo. Obtém-se, passando a farinha de trigo com farelo por uma peneira de malhas largas. O rolão é também utilizado no fabrico de outro doce tradicional do Alentejo, o "pão de rala".
O vocábulo "alcomonia" encontra-se já registado em documentos quatrocentistas para referir um bolo ou doce romboidal e também como termo utilizado no Minho para designar um tipo de doçaria preparada com mel. Também há notícia da sua venda ambulante em Lisboa, pela "preta do mexilhão" que também vendia gergelim e alcomonias.
A alcomonia é então uma arte de confecção árabe; e não só foi adoptada pela cozinha portuguesa, como acompanhou aqueles que levaram a nossa cultura para terras longínquas.
No Brasil, as alcomonias eram confeccionadas com farinha de mandioca, segundo informações dos séc. XVIII e XIX. Além das alcomonias, faziam igualmente parte da confeitaria brasileira outros doces de origem árabe, tal como o alfenim e o alfeolo, este com as variantes de alfelô e aflô.
Se quiser experimentar as alcomonias, aqui lhe deixo uma receita:

Ingredientes:
2,5 kg de farinha de trigo peneirada
1 kg de mel ou 2 kg de açúcar amarelo
1 l mal medido de água
0,25 l de pinhões

Preparação:
Coloca‑se a farinha de trigo num tabuleiro e leva‑se ao forno a torrar.
Leva‑se a água ao lume com o mel ou o açúcar amarelo. Quando estiver quase a ferver, adicionam‑se os pinhões.
Deixa‑se ferver por 15 minutos. Adiciona‑se, então, pouco a pouco, a farinha torrada, mexendo sempre com uma colher de pau.
Quando a massa ficar ligeiramente grossa, com uma certa consistência, estende‑se muito bem sobre uma mesa polvilhada de farinha, com a ajuda de um rolo, até ficar uniformizada e com a espessura desejada.
Corta‑se em pequenos losangos e deixam‑se secar ao ar.

quarta-feira, novembro 27, 2019

Tudo

E em surdina chegaste

E em surdina te vais:


— Oh felicidade que baste,

Que nunca bastas de mais!


E eu queria que ficasses,

De tal maneira ficada,

Que nunca mais me trocasses


— Por nada!
Amândio César - Saudade de Pedra, 1949.

terça-feira, novembro 26, 2019

Bárbara

Bárbara é um filme alemão (2012) do género drama, realizado e coescrito por Christian Petzold.
Foi selecionado como representante da Alemanha na edição dos Óscares de  2013, organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Sinopse:
O filme retrata uma médica berlinense que é transferida para um hospital de província numa cidade do interior da Alemanha Oriental, após ter solicitado o visto de saída para a Alemanha Ocidental. Enquanto o seu namorado da Alemanha Ocidental prepara a fuga deles pelo Mar Báltico, Bárbara trabalha como cirurgiã pediátrica sob constante vigilância e controle da polícia alemã, a Stasi, que faz visitas frequentes e sem aviso ao seu apartamento e até mesmo a constrange e humilha fazendo revistas íntimas.

segunda-feira, novembro 25, 2019

As Escadinhas de São Crispim

As Escadinhas de São Crispim são uma das mais pitorescas escadinhas de Lisboa.

O seu nome deve-se a uma ermida dedicada a São Crispim, situada perto destas escadas e onde havia a Sineta a S. Crispim. Perpendiculares à Rua de São Mamede, as escadinhas têm início no topo da Calçada do Correio Velho e vão desaguar na Rua da Costa do Castelo.
As sinuosas escadinhas proporcionam um passeio recheado de vistas surpreendentes, e levam o visitante até junto ao imponente Castelo de São Jorge.


Quer saber como chegar a Escadinhas de São Crispim em Lisboa? Então, basta clicar aqui porque pode chegar às Escadinhas de São Crispim de autocarro, de metro ou de comboio.