A ciência (através de uma equipa multidisciplinar que contou, entre outros, com o trabalho e o entusiasmo da Drª Eugénia Cunha) chegou às reais feições do rei D. Dinis, que resultaram de um estudo baseado em dados genéticos. A recolha aconteceu quando o túmulo foi aberto, em 2019.
Assim, recentemente, o rosto do rei D. Dinis (ver foto ao lado) foi revelado 700 anos depois da sua morte. É a primeira imagem cientificamente fundamentada de um monarca português.
D. Dinis, o sexto rei de Portugal (1279-1325), foi o primeiro monarca português a nascer na cidade de Lisboa, em 9 de outubro de 1261.
Pensa-se ter sido o primeiro monarca português a saber ler e escrever, tendo assinado sempre com o nome completo. Com os cognomes de O Lavrador e O Rei-Trovador, foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até à sua morte. Era o filho mais velho do rei D. Afonso III de Portugal e da sua segunda esposa D. Beatriz de Castela.
Destacou-se como patrono das artes e das letras, tendo sido autor de mais de uma centena de composições trovadorescas (cantigas), além de ter feito do galaico-português a língua oficial nos diplomas da chancelaria, e estabelecido a primeira universidade do país em Lisboa (1290).
Na cidade de Lisboa mandou erguer, em 1294, a muralha dionisina para proteger a cidade junto ao rio.
No subsolo da antiga igreja de S. Julião há um Monumento Nacional, que esteve enterrado mais de 700 anos! É a Muralha de D. Dinis, construída em 1294 e que hoje podemos ver no Museu do Dinheiro.
Artur Rocha, o arqueólogo responsável pelas escavações na sede do Banco de Portugal, ajuda-nos a compreender a sua importância para a cidade de Lisboa.