sábado, abril 20, 2024

Amor de Perdição

Amor de Perdição (Memórias duma família) é um livro do escritor português Camilo Castelo Branco (se quiser conhecer a resenha do livro basta clicar aqui), recomendado para os alunos do 11º ano.

Fruto do romantismo exacerbado da própria vida do autor, Amor de Perdição, uma das suas mais importantes obras e que celebrizou a sua escrita, permanece uma das mais eternas histórias de amor da literatura portuguesa. O romance trágico de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, com Mariana da Cruz a formar o triângulo amoroso, tem sido e é ainda hoje, alvo de várias adaptações ao cinema e ao teatro.

Da filmografia do Amor de Perdição deixo-lhe aqui um excerto do filme realizado (1921) por Georges Pallu.

Outra adaptação cinematográfica do romance homónimo de Camilo Castelo Branco foi realizada por António Lopes Ribeiro em 1943.  Conta com António Vilar no papel de Simão Botelho, uma jovem Carmen Dolores como Teresa de Albuquerque e António Silva como João da Cruz. É considerada uma das mais fidedignas adaptações da famosa obra camiliana, tendo o diálogo sido respeitado quase na íntegra. É o filme de estreia de Carmen Dolores, que contava apenas com 19 anos na altura das rodagens.

Agora proponho-lhe que veja um depoimento de Pedro Bandeira Freire e de Manoel de Oliveira, bem como um excerto do filme Amor de Perdição, realizado pelo reconhecido cineasta português Manoel de Oliveira, em1978. Este é um excerto do documentário Novo Cinema Cinema Novo, da série História do Cinema Português, 1998, prod. Acetato Filmes.

sexta-feira, abril 19, 2024

Os Telhados de Lisboa

 Há telhados e telhados... Há até quem diga que determinada pessoa tem telhados de vidro...

Mas, o que nos trás hoje aqui, são os Telhados de Lisboa. Telhados que até foram pintados (por Maluda) e cantados em fado, por Hermínia Silva e Tristão da Silva, como pode ver nos vídeos abaixo.

Lisboa é uma cidade colorida. As cores vão do branco, ao laranja, ao ocre, ao pêssego, ao amarelo, ao verde, ao azul e ao vermelho. Lisboa é a cidade do Tejo, das colinas, das calçadas, mas também dos telhados. Dos telhados da cor do tijolo. 

Lisboa - Maluda

Os Telhados de Lisboa são parte integrante da identidade da cidade que deve ser preservada e promovida.

Ouça agora Herminia Silva em Telhados de Lisboa.

E agora ouça Tristão da Silva em Nos Telhados de Lisboa.

quinta-feira, abril 18, 2024

Iracema

Ouça Adoniran Barbosa e Elis Regina em "Iracema", "Um Samba no Bexiga" e "Saudosa Maloca", que interpretaram num encontro de Adoniran Barbosa e Elis Regina no Bar da Carmela (bairro do Bexiga na cidade de São Paulo), em 1978.

Não perca esta oportunidade. Vale bem a pena.

quarta-feira, abril 17, 2024

terça-feira, abril 16, 2024

O Bolo do Conde de Alcáçovas

Este bolo é um doce típico da doçaria tradicional portuguesa. É originário de Alcáçovas, uma encantadora vila alentejana do concelho de Viana do Alentejo.

São vários os doces conventuais que marcam a identidade do concelho de Viana do Alentejo. Segundo alguns registos, já no século XV doces como a Enxovalhada, o Bolo Real e o Bolo Conde de Alcáçovas eram conhecidos e apreciados e ainda hoje são confeccionados de forma tradicional.

Hoje deixo-lhe a receita do Bolo do Conde de Alcáçovas de Joana Barrios, divulgada no 24 Kitchen.

Ingredientes:
6 ovos
250g de açúcar
Manteiga q.b.
250g de amêndoa triturada
250g de doce de gila
Doce de Ovos:
12 gemas
200g de açúcar
100ml de água
Fios de ovos:
500g de açúcar
500ml de água
6 gemas
Merengue francês:
12 claras
12 colheres de sopa de açúcar

Preparação:
1.
Para o bolo, pré-aqueça o forno a 150ºC e prepare uma forma de aro amovível com manteiga e papel vegetal.
2. Comece por separar as gemas das claras; bata as claras em castelo bem firme e reserve.
3. Coe as gemas e bata-as; junte o açúcar e bata até obter um creme bem fofo; acrescente a manteiga cortada em cubos, novamente, enquanto bate e junte a amêndoa triturada e o doce de gila; misture tudo muito bem e comece a envolver as claras em castelo, lentamente, sem bater.
4. Leve ao forno durante cerca de 40 minutos; retire, desenforme e deixe arrefecer enquanto prepara os próximos elementos.
5. Para o doce de ovos, funda o açúcar na água até atingir o ponto espadana; acrescente as gemas coadas e mexa até engrossar; retire e reserve até usar.
6. Para os fios de ovos, comece por fundir a água e o açúcar até que esta comece a ficar espumosa.
7. Separe as gemas das claras e coe-as; transfira para um coador chinês ou para um saco de pasteleiro e coza os fios na calda de açúcar; retire e reserve.
8. Para o merengue francês, comece por bater as claras em castelo; assim que começarem a ficar espumosas, comece a introduzir o açúcar; o merengue está pronto quando as claras estiverem a fazer picos.
9. Para montar este bolo é só cobrir, primeiramente, com o doce de ovos, depois com o merengue e, por fim, com os fios de ovos.

segunda-feira, abril 15, 2024

Casta Diva



Proponho-lhe que ouça, mais uma vez, a belíssima voz da cantora (sul africana) Kimmy Skota em Casta Diva (Vincenzo Bellini: Norma, Ato 1), num espetáculo de André Rieu em Maastricht, em 2012.

domingo, abril 14, 2024

Era um galo azul na manhã do Porto

Aldemir Martins -  artista plástico 

Era um galo azul na manhã do Porto.
O campo com castelo em ruínas e os patos no charco.
O banho
sob a ponte do Senhor Dom Luís a luta
espreitando da muralha. S. Jorge
S. Jorge por quem gritam os portugueses.

Foi uma cena devoniana de grande efeito
os peixes devorando o rei vindo de Itália
romântico
românticas são as cabras das Montanhas Rochosas
criaturas de Camilo fazendo comércio e indo
ainda hoje setembro de setenta e oito
de bigode encerado criada fardada levando o
carrinho de bebé
rodas altas capotinha azul.
A mulher envolta em rendas negras. Vão
jantar na varanda sobre o rio.
O cor de rosa os pequenos nevoeiros.

O Porto é descer descer até ao Douro e
o retrato de uma mulher tocando arco por
detrás de uma janela de Matosinhos
porque cinzentos eram os dias mais os poemas do Nobre.
Vou de azulejo em azulejo
não há nenhuma igreja nenhum café onde não
entre. O Porto mais as escadas da Lello
as calhas espaçadas dos eléctricos o galo azul
tão azul nas manhãs de S. Lázaro
no meio-dia dos passeios de tão azul o quero
pelos cinzentos dias.

Do azul da torbenite
crosta de prismas entrelaçados cidade
mais próxima da Primavera de Alice que de Lisboa
fica longe é imoral que lá não possas ir
ao menos ver Pousão e ouvir o bispo

merde pour celui qui ne le regarde point!

João Miguel Fernandes Jorge - Eugénio de Andrade, Daqui Houve Nome Portugal (Antologia)