domingo, janeiro 19, 2025

D. Dinis, A Ciência & A Muralha

A ciência (através de uma equipa multidisciplinar que contou, entre outros, com o trabalho e o entusiasmo da Drª Eugénia Cunha) chegou às reais feições do rei D. Dinis, que resultaram de um estudo baseado em dados genéticos. A recolha aconteceu quando o túmulo foi aberto, em 2019.

Assim, recentemente, o rosto do rei D. Dinis (ver foto ao lado) foi revelado 700 anos depois da sua morte. É a primeira imagem cientificamente fundamentada de um monarca português.

D. Dinis, o sexto rei de Portugal (1279-1325), foi o primeiro monarca português a nascer na cidade de Lisboa, em 9 de outubro de 1261. 

Pensa-se ter sido o primeiro monarca português a saber ler e escrever, tendo assinado sempre com o nome completo. Com os cognomes de O Lavrador e O Rei-Trovador, foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até à sua morte. Era o filho mais velho do rei D. Afonso III de Portugal e da sua segunda esposa D. Beatriz de Castela.

Destacou-se como patrono das artes e das letras, tendo sido autor de mais de uma centena de composições trovadorescas (cantigas), além de ter feito do galaico-português a língua oficial nos diplomas da chancelaria, e estabelecido a primeira universidade do país em Lisboa (1290).

Na cidade de Lisboa mandou erguer, em 1294, a muralha dionisina para proteger a cidade junto ao rio. 

No subsolo da antiga igreja de S. Julião há um Monumento Nacional, que esteve enterrado mais de 700 anos! É a Muralha de D. Dinis, construída em 1294 e que hoje podemos ver no Museu do Dinheiro.

Artur Rocha, o arqueólogo responsável pelas escavações na sede do Banco de Portugal,  ajuda-nos a compreender a sua importância para a cidade de Lisboa.

Proponho-lhe, assim, que assista agora ao vídeo A Muralha de D. Dinis explicada por Artur Rocha. Vale bem a pena. 
Não perca.
Ora veja.

sábado, janeiro 18, 2025

Hotel Vermelho

Hotel Vermelho é um livro do escritor e jornalista Alan Philps.

Alan Philps serviu como correspondente da Reuters e do Daily Telegraph em Moscovo

A história do Hotel Metropol de Moscovo - um lugar efervescente de intrigas e segredos, e o centro da nefasta propaganda de Estaline durante a Segunda Guerra Mundial.

Sinopse:
Em 1941, o exército alemão marchava em direção a Moscovo, antecipando-se a iminente queda da União Soviética. No entanto, tal nunca chegou a acontecer e, em 1945, um Estaline triunfante assumia o papel do transformador de um país pobre numa superpotência vitoriosa. Ao longo desses quatro anos de guerra, por insistência de Churchill, Estaline aceitou que um grupo de jornalistas americanos e ingleses ficasse em Moscovo para cobrir a guerra na Frente Oriental.
Hotel Vermelho dá a conhecer a gaiola dourada que era o Hotel Metropol, onde o caviar não faltava e jovens mulheres serviam como tradutoras e companheiras de cama, mas também onde a intriga reinava: enquanto algumas tradutoras fizeram dos jornalistas meros transmissores da propaganda do Kremlin, outras eram dissidentes secretas que revelavam a dura realidade da vida soviética. Com recurso a informação inédita, o papel único das mulheres do Metropol é contado aqui pela primeira vez.
Num claro sinal de que tudo se repete, a história do Metropol reflete as lutas da nossa era moderna, com o uso da desinformação como arma de guerra, a falsificação da história e a neutralização de Estados independentes.

sexta-feira, janeiro 17, 2025

Língua

Mpurukuma, Língua, corpo quase,
o que sou de sobrepostas vozes,
Bayete!
E tu, pássaro da alma, Mpipi adejando
sobre o losango tumultuante de cores,
Templo onde me cerco,
não me abandones, cão inflando para o rio
uma escarninha balada que nos enforca.
Esfumou-se a Torre na praia nocturna,
a preposição que olfactava o nervo
e Ele dorme ainda e expulso.
Quando a palavra surge, inteira, das águas
e os espíritos batem a respiração do batuque,
Ele tacteia os nomes nas abóbadas de sangue
e entra pelo silêncio, dobrando-se
em número.
Leva-o nas tuas asas, ó sombra
que as patas de cinza espargiram no vento,
soluço de Leanor
em saínhos sete de capulanas mil,
Ilha mineral, Mpipi hílare no azul
onde me cego.



Que sinais sobre que mar do exílio ou
som de algas lavando-te o rosto, se inscreveram
em ti, mulher larga no Índico,
língua por dentro dos lábios cavando, obscuro,
um reino por achar?
Língua, Mpurukuma quase.
Luís Carlos Patraquim (1953, Moçambique)

quinta-feira, janeiro 16, 2025

Typography Timeline

Hoje proponho-lhe um site que vale a pena explorar. Desde as pinturas das grutas de Lascaux, por altura da era da pedra lascada, a 2017 e ao HTML 5.

Muito útil e interessante.

Clique aqui para aceder ao Typography Timeline (ou Linha do tempo da tipografia). 

 É muito giro!

quarta-feira, janeiro 15, 2025

Separações

Separações é um filme brasileiro (2002), do género comédia, realizado por Domingos de Oliveira, com roteiro do mesmo e de Priscilla Rozenbaum, que também protagonizam o filme. No elenco tem ainda Maria Ribeiro, Fábio Junqueira, Ricardo Kosovski e Dedina Bernadeli.
O filme acompanha a história de um casal e as dificuldades que enfrentam durante a separação.

Sinopse:
Cabral (Domingos de Oliveira) é casado com Glorinha (Priscilla Rozenbaum) há 12 anos, sendo muito mais velho que ela. Ambos estão insatisfeitos com a relação e resolvem dar um tempo, que se transforma numa verdadeira separação. Ela acaba por se apaixonar por Diogo (Fábio Junqueira), um arquiteto da sua idade. Cabral, de quem partiu a ideia do afastamento, descobre o erro que cometeu. Cego pelos ciúmes, usa de todos os meios para reconquistar Glorinha.



Neste processo envolvem-se as pessoas próximas do casal: Ricardo (Ricardo Kosovski), ex-namorado de Glorinha; Maribel (Nanda Rocha), namorada de Ricardo; Júlia (Maria Ribeiro), filha de Cabral e também em crise no casamento; e Laura (Suzana Saldanha), velha amiga e confidente de Cabral. Todos agem por impulso e guiados pela máxima, nem sempre correta, de que é melhor o arrependimento de ter feito do que de não ter feito. 

E agora um dos trechos mais fortes deste filme! Sobre a saudade...

terça-feira, janeiro 14, 2025

As Tíbias

As Tíbias são um doce de origem conventual, típicas da cidade de Braga e, representadas em várias pastelarias desta cidade. 
Para ter uma ideia, este doce é produzido pela pastelaria S. Vicente desde 1829.
As Tíbias são da família dos profiteroles e éclairs, digamos que são uma espécie de primos direitos.
De massa leve e estaladiça, absolutamente deliciosa, polvilhada com açúcar, este doce é recheado com um creme pasteleiro muito suave.
Embora a origem seja conventual conta já com algumas variações modernas.
Aqui lhe deixo hoje uma receita deste bolo delicioso. 

Ingredientes:
320ml de água;
2 cascas de limão;
160g de farinha com fermento;
50g de manteiga;
6 colheres de sopa de óleo;
Pitada de sal;
5 ovos pequenos;
1 receita de creme pasteleiro.

Para o Creme de pasteleiro:
500ml de leite;
125g de açúcar;
50g de farinha de milho (maizena);
4 gemas peneiradas;
uma pitada de sal;
2 cascas de limão;
1 colher de café de pasta de baunilha.

Preparação:
Numa panela coloque a água, as cascas de limão, a manteiga, o óleo e a pitada de sal. Deixe ferver, depois, acrescente a farinha peneirada e mexa até esta se dissolver completamente. Deixe cozer a massa, mexendo sempre, com o fogo no mínimo, por 3 a 4 minutos.
Retire a massa para uma taça e espalhe bem a mesma para que esta arrefeça.
Quando estiver morna pode começar a adicionar os ovos até dar obter o ponto a massa.
Coloque tudo num saco pasteleiro com um bico estrela (grande) e estenda a massa no formato que mais gosta.
Vão a assar em formo pré - aquecido a 180 graus por 20 a 25 minutos. Se gostarem delas crocantes deixe-as dentro do forno por mais 20 minutos com o forno desligado e a porta um pouco aberta.

Faça uma receita de creme pasteleiro, abra as tíbias e recheie a gosto. Polvilhe com açúcar em pó.

Preparação do Creme de pasteleiro:
Coloque 400 ml de leite para ferver com o sal e as cascas de limão.
Misture as gemas, o açúcar e a farinha e mexa bem. Por fim adicione o restante leite e reserve.
Quando o leite ferver tempere a mistura das gemas com três conchas de leite a ferver mexendo sempre para não cozer as gemas. Depois verta a mistura das gemas no leite a ferver, adicione a baunilha e mexa sem parar ate o creme engrossar e ferver.
Experimente e bom apetite.

segunda-feira, janeiro 13, 2025

Clube do Choro de Betim: Boa Música Brasileira

Ouça o compacto com os melhores momentos da primeira live do Clube do Choro de Betim Nº 1!  Ligue o som e deixe a música tomar conta do ambiente.

O Clube do Choro de Betim é uma instituição cultural que foi fundada em 2001 na cidade de Betim, Minas Gerais. Tem o intuito de preservar e difundir o choro e o clube, através de diversas atividades, incentivando a criação e a inovação dentro desse género musical.

O choro ou chorinho é um género da música popular brasileira surgido no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX.

Segundo José Ramos Tinhorão, o choro aparece não como género musical, mas como "forma de tocar", por volta de 1870. A sua origem, portanto, está no estilo de interpretação que os músicos populares do Rio de Janeiro imprimiam à execução das danças de salão europeias, principalmente as polcas, a dança mais popular no Brasil desde 1844.

São quase duas horas de boa música brasileira a partir da live realizada em 2020, em plena pandemia, em Betim, Minas Gerais. Esta é a versão sem interrupções pra ouvir onde preferir. Não deixe de prestar atenção à letra do tema Café Soçaite (15) que faz uma referência a Eça de Queiroz e A Cidade e as Serras.

🥁Ramon Braga - Pandeiro e Voz
🎸Henrique 7 Cordas - Violão
🎙 Juninho Braga - Voz
🎸Dudu Braga - Cavaquinho e Voz
🎸Cleidiano Machado - Cavaquinho
🎺Marcos Flávio - Trombone
🎺Marcelo Batista - Trombone

E agora a lista das músicas:
01 - No Rancho Fundo 
02 - Carioquinha 
03 - Numa Seresta 
04 - O Mundo é Um Moinho 
05 - De Papo Pro Ar
06 - Naquela Mesa 
07 - Jura 
08 - Acariciando / Delicado 
09 - Já Te Digo 
10 - Maracangalha 
11 - Tive Sim
12 - Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua 
13 - Reconvexo / Você Não Entende Nada / Cotidiano 
14 - Nenê / Santa Morena 
15 - Café Soçaite 
16 - Pinga Ne Mim 
17 - Partido Alto 
18 - As Mariposas 
19 - Amigo Velho / Na Glória
20 - Vide Vida Marvada / Eu Bebo Sim 
21 - Eu Bebo Sim
22 - Ária da Quarta Corda
23 - Forró de Gala 
24 - Espumas ao Vento / Respeita Januário / Riacho do Navio 
25 - Boneca Cobiçada 
26 - Arrasta Pé 
27 - O Que É O Que É