Que modelam a vida Sem interferir muito; Os que apenas circulam No hálito da fala E apõem, de leve, Um desenho às coisas. Mas, porque há espaços desiguais Entre quem são E quem eles me parecem, O meu agrado inclina-se Para o mais reconciliado, Ao acordar, Com a sua última fraqueza; O que menos se preside à vida E, à nossa, preside Deixando que o consuma O núcleo incandescente Dum silêncio votivo De que um fumo de incenso Nos liberta. Sebastião Alba
La Durmiente é uma curta-metragem realizada pela portuguesa Maria Inês Gonçalves.
Maria Inês Gonçalves foi distinguida no Festival Internacional de Cinema de Roterdão (IFFR) pela sua curta-metragem La Durmiente (2025, Portugal/Espanha, DOC/FIC, 20′). Este filme, uma coprodução entre Portugal e Espanha, foi reconhecido pelo seu mérito artístico e nomeado para os Prémios Europeus de Curta-Metragem.
A curta-metragem foi elogiada pelo júri do festival, que a descreveu como:
"Um poema de meditação histórica, que se equilibra entre as evocações do passado e a leveza de um workshop vespertino. A câmara deambula entre o documentário e a reconstituição, a paisagem e o retrato, o abstrato e o concreto, ecoando a tradição do cinema português e explorando a história cultural da Península Ibérica, ricamente entrelaçada. A presença do património arquitetónico dá forma a uma beleza intemporal, de outro mundo, com uma abordagem anacrónica. Os atores infantis, inocentes e solenes, guiam-nos na contemplação do destino das mulheres no meio das grandes convulsões históricas dos séculos passados. Elementos ricos são suavemente harmonizados e construídos sob o toque delicado e suave do realizador. Uma obra muito prometedora para o cinema europeu."
Sinopse:
La Durmiente explora a história da infanta medieval D. Beatriz de Portugal(1373-1420) através da fabulação e do imaginário infantil. Tomando como cenário o Mosteiro de Sancti Spiritus em Toro, Espanha, onde jaz o sepulcro de D. Beatriz, um grupo de sete crianças encena e interpreta fragmentos da vida desta personagem apagada pela história, mas preponderante na crise dinástica portuguesa de 1383.
O Massacre das Fossas Ardeatinasfoi um dos capítulos mais trágicos da Segunda Guerra Mundial, em Itália. As vítimas foram escolhidas ao acaso e executadas nas grutas das Ardeatinas, perto de Roma.
Erich Priebke era capitão das SS quando, em 24 de março de 1944, ordenou o fuzilamento de 335 civis italianos, e participou do mesmo, como represália pelo ataque partigiano de via Rasella, onde morreram 33 militares alemães.
Em 1996, foi condenado à prisão perpétua. Cumpriu prisão domiciliária de acordo com as leis italianas, porque era proibido estar numa prisão devido à sua idade avançada. Morreu em 11 de outubro de 2013 aos cem anos de idade em Roma, na Itália.
De Roma a Florença, de Abruzzo a Londres e Telavive, o documentário O Corpo e o Nome, que pode veraqui na RTP Play, dá vida à história, entrelaçando imagens de arquivo e testemunhos pessoais, seguindo os caminhos que levaram a uma descoberta inesperada!
Décadas mais tarde, graças ao trabalho árduo de três mulheres, uma documentarista, uma arquivista e uma bióloga forense, o mistério em torno da identidade de várias vítimas desconhecidas foi resolvido. A investigação estendeu-se por diferentes regiões e continentes, ilustrando o alcance do impacto do massacre e a importância de dar um desfecho aos descendentes das vítimas.
"O Corpo e o Nome", estreou quarta-feira, dia 5/2, pelas 22:55 na RTP2.
A Sopa Caramela é um prato fundamental da gastronomia portuguesa que remonta ao século XVIII e XIX e, cuja origem é atribuída às populações rurais que vinham da Beira Litoral e do Baixo Mondego em busca de trabalho, sobretudo para a zona de Rio Frio, a quem se dava o nome de "caramelos".
A partir da segunda metade do século XIX, por necessidades de mão-de-obra permanente, os "caramelos de ir e vir" passaram a "caramelos de ficar", tendo-se tornado rendeiros com casa e horta e fixado, sobretudo, na zona de Pinhal Novo, onde introduziram novos hábitos alimentares trazidos dos seus locais de origem.
A alimentação destas populações baseava-se em sopa feita com os produtos colhidos na horta - feijão, batata e couve - e, quem os tinha, com enchidos e carne da matança. Assim nasceu a Sopa Caramela, que foi sendo enriquecida com mais ingredientes, tendo-se tornado num prato substancial, símbolo de uma comunidade que preserva as suas tradições e uma das principais referências gastronómicas da região.
Se visitar a região durante o mês de maio, aproveite a grande celebração das tradições locais no Mercado Caramelo.
Ingredientes para esta sopa: 250g de feijão catarino (demolhado 12h e lavado) 250g de pá de porco 100g de toucinho entremeado 1 chouriço de carne 1 morcela 1Kg de repolho 100g de batatas em cubos 1 couve em tiras 2 nabos em cubos 1 cebola 1 cenoura em cubos 3 dentes de alho 1 molho de coentros 100g de massa de cotovelinhos Azeite q.b Banha q.b Sal q.b
Preparação:
Coza 250g de feijão catarino previamente demolhado, 250g de pá de porco, 100g de toucinho, 1 chouriço de carne, 1 morcela, 1 cebola e 3 dentes de alho. Depois de cozidas, retire as carnes e corte-as em pequenos pedaços. Triture a sopa grosseiramente.
Acrescente 1 nabo, 1 batata e 1 cenoura tudo cortado em cubos pequenos. Coloque agora 100g de massa, 1 repolho e 1 couve galega em juliana e uma colher de sopa de banha. Deixe cozinhar. Desligue o lume, junte as carnes e um bom molho de coentros picados.
Desconseguiram Angola é um livro de António Costa Silva. É um romance que o autor publicou, em edição restrita, sob pseudónimo, mas que agora assumiu publicamente.
Sinopse: Desconseguiram Angola fala-nos de um período vivido já há meio século, quando se tentava construir uma nação no meio de uma guerra, que se prolongaria por mais 27 anos! Hoje, nas vastas chanas do leste e nas planuras cuito-cuanavalescas, já não se ouvem os canhões nem se bombardeiam civis, mas as lavras continuam por lavrar, com temor das muitas minas outrora plantadas.
Há vários livros dentro deste livro: o do regresso imaginado à infância, o da vida e das histórias de Luanda, o dos rios ancestrais de África e o da guerra. Há um cruzamento de caminhos sob o cenário da guerra, a mais longa da história de Angola, que marcou o país, as pessoas, as palavras.
A guerra, essa, não acabou. Antes se transformou numa desconseguerra, sobretudo em cenários urbanos, e em milhões na refrega, em combates diários pela sobrevivência, nos raides à carga dos camiões, à caça dos bagos de arroz, finalmente apreendidos por estes guerrilheiros urbanos que combatem agora sem armas, unidos sob a mesma bandeira invisível, a da luta contra a fome.
Desconseguiram Angola interroga o instinto belicista do género humano, realizando uma peregrinação através da história recente de Angola e da banalidade do mal.
O Vale do OMOlocaliza-se num território junto a montanhas e nas margens do rio Omo, no sul remoto da Etiópia, onde há séculos vivem tribos que preservam costumes e comportamentos culturais da África mais tradicional e, por isso, por muito tempo, as suas culturas têm permanecido intocáveis. Porém, essa região tem vindo a ser cruelmente agredida e invadida por turistas, missionários, e pela construção de uma grande hidroelétrica, que irá alagar toda área povoada pelos povos que ali habitam.
O baixo vale do rio Omo, no sudoeste da Etiópia, é então o lar para oito povos diferentes, cuja população total é de cerca de 200.000. Entre eles, destacam-se: os Karo, os Mursi, os Hamer, os Bume, os Konso eos Omorate, entre outros. Eles vivem ali há séculos.
A inundação anual do rio Omo alimenta a rica biodiversidade da região e garante a segurança alimentar destes grupos especialmente porque a precipitação é baixa e irregular. No vale do Rio Omo, estes povos seminómadas conduzem grandes rebanhos de gado em busca da melhor pastagem, ao longo das margens do rio.
O Baixo Vale do Omoé uma área de uma beleza espetacular com diversos ecossistemas, incluindo pastagens, afloramentos vulcânicos, e uma das poucas matas fluviais remanescentes na região semi-árida da África que suporta uma grande variedade de vida selvagem.
O Vale Inferior do Omoinclui também um sítio arqueológico pré-histórico, reconhecido mundialmente, localizado nas margens do Rio Omo, perto do Lago Turkana onde ele desagua, na Região de Gému Gofa, no sudoeste da Etiópia, a cerca de oitocentos kms da capital Adis Abeba.
Na região demarcada deste sítio, ao longo de décadas de pesquisas foram encontrados fragmentos e vestígios - e rochas desde o Plioceno até ao Pleistoceno (de 3,8 milhões a 11,7 mil anos) - da presença humanoide. As pesquisas arqueológicas que têm sido realizadas neste local, estão entre as mais importantes, significativas e valiosas do mundo, e revelam não só o processo evolutivo dos hominídeos e das suas subespécies, mas também da fauna e da flora. Estas pesquisas e trabalhos arqueológicos têm desvendado a evolução do Homo Sapiens da África. Foram ali encontrados, também, fósseis com mais de três milhões de anos, das espécies Australopitecos e Homo habilis.
Em 1980 o Comité do Património Mundial da UNESCO homologou a inscrição e inclusão do Vale Inferior do Omo na Lista do Património Mundial na Etiópia, justificando que as evidências e vestígios pré-históricos e paleo-antropológicos encontrados no Vale Inferior do Omo proporcionam, das mais significativas e importantes descobertas, sobre a evolução social e técnica da raça humana iniciadas desde o período pré-histórico.
Assista agora a dois vídeos, acerca do Vale do OMO, dos youtubers Carla Mota & Rui Pinto: VIAJAR ENTRE VIAGENS.
O primeiro vídeo que pode ver aqui, fala-lhe da tribo Karo, onde os homens cortam as orelhas quando casam!
No segundo vídeo que pode ver em baixo, vai perceber que para se casarem, as noivas Hamer, se cobrem de lama e os homens saltam por cima de vacas.