sábado, fevereiro 01, 2025

A Art Déco

A Art Déco ou Déco, é um estilo de artes visuais, arquitetura e design internacional que começou na Europa em 1910 (pouco antes da primeira guerra mundial, conheceu o seu apogeu nos anos 1920 e 1930 e declinou entre 1935 e 1939). O nome deste estilo artístico tem origem na abreviatura do termo Artes Decorativas, resultante da Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925. 
A Art Déco tem muito em comum com a Art Nouveau, mas um objetivo completamente diferente, ela surge para refletir o otimismo e a opulência dos anos 1920 e fez avançar a linguagem do design na direção da geometrização.

O estilo Art Déco é uma mistura de diversos estilos, às vezes contraditórios, e movimentos artísticos surgidos no início do século XX na França, inspirados na vanguarda do momento e com outras influências como o exotismo, o cubismo, o futurismo, e o princípio da Obra de Arte Total herdado da Art Nouveau. É assim um pastiche de muitos estilos diferentes unidos pelo desejo de serem modernos.

A simetria, as linhas e a utilização da geometria são comuns. O estilo Art Déco teve uma enorme influência em diferentes campos artísticos, nomeadamente na pintura, representada entre outros artistas por Tamara de Lempicka, na arquitectura existindo como exemplos vários edifícios muito conhecidos pelo mundo fora e no cinema onde o expoente mais conhecido é a longa - metragem Metrópolis.

Tamara de Lempicka

O Edifício Chrysler, o Empire State Building e outros arranha-céus de Nova York, construídos durante as décadas de 1920 e 1930, são monumentos do estilo Art Déco.

Art Déco afetou assim: as artes decorativas, a arquitetura, o design de interiores e desenho industrial, a moda, a pintura, as artes gráficas, o cinema e o design de vários tipos de meios de transporte (carros, comboios e transatlânticos). Sem prescindir do requinte, os objetos têm decoração geometrizada quer no design, na arquitetura, na escultura, na joalharia, no mobiliário e nas luminárias, mesmo quando são feitos com materiais aparentemente simples. 

O estilo Art Déco ficou associado às elites e à burguesia da década de 1920,  porque utilizava materiais inovadores como o aço, o alumínio, o betão armado, as lacas, o vidro, a madeira, ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim etc., ou seja, materiais muito caros e escassos para a época. 

Na década de 1930, durante a Grande Depressão, o estilo Art Déco tornou-se mais moderado. Novos materiais foram chegando, incluindo a cromagem, o aço inoxidável e o plástico. Uma forma mais elegante do estilo, chamada Streamline Moderno, surgiu na década de 1930; apresentava formas curvas e superfícies lisas e polidas.

Durante o seu apogeu, contudo, a Art Déco representou luxo, glamour, exuberância e fé no progresso social e tecnológico.

O pico da popularidade deste estilo na Europa, ocorreu durante os "Felizes Anos Vinte" e continuou com grande importância nos Estados Unidos, após os "Loucos Anos Vinte" através da década de 1930. Embora, na época, muitos movimentos de design tivessem raízes em correntes filosóficas ou políticas, tal não aconteceu à Art Déco, que foi meramente decorativa. Na altura, esta foi vista como um estilo elegante, funcional e ultramoderno. No entanto, não pode ser considerada um movimento artístico devido à ausência de uma doutrina unificadora que fornecesse conceitos e paradigmas definidos.

 A Art Déco é um dos primeiros estilos verdadeiramente internacionais, mas o seu domínio terminou com o início da Segunda Guerra Mundial e a ascensão dos estilos de modernismo, estritamente funcionais e sem adornos, e o estilo internacional de arquitetura que se lhe seguiu.
Para saber um pouco mais sobre este assunto não deixe de ver os dois vídeos que se seguem. Não perca.
Aqui vai o primeiro.
E agora aqui vai o segundo.

sexta-feira, janeiro 31, 2025

Casa - Museu Medeiros e Almeida

António de Medeiros e Almeida (1895 - 1986) foi um empresário, industrial, colecionador e benemérito português. Criou a Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, para doar ao país a sua coleção de artes decorativas. 

O serviço de chá de Napoleão Bonaparte no exílio ou o carrinho de brincar do filho do general Wellington são duas das peças desta colecção de nove mil. Construída ao longo da vida pelo empresário Medeiros e Almeida, a colecção da casa-museu com o seu nome - na grande maioria, artes decorativas europeias até ao séc. XIX - tem núcleos de relojoaria, tapeçaria, mobiliário, pintura, mas também porcelana asiática com alguns exemplares únicos no mundo. Um só critério pareceu guiar Medeiros e Almeida nas suas aquisições: a excepcionalidade das peças. 

Se quiser conhecer esta casa não deixe de ver a Visita Guiada à Casa - Museu Medeiros e Almeida, pelas mãos de Paula Moura Pinheiro e das historiadoras de arte Teresa Vilaça e Maria Mayer que são as guias desta visita, através de um vídeo de João Santos.

E agora mais um outro vídeo sobre esta mesma casa.
E ainda mais um vídeo sobre  Medeiros e Almeida e a sua Casa - Museu.

quinta-feira, janeiro 30, 2025

O Chade

O Chade, oficialmente República do Chade, é um país sem acesso ao mar. Localiza-se no centro-norte da África e faz fronteira com a Líbia a norte, com o Sudão a leste, com a República Centro-Africana a sul, com os Camarões e a Nigéria a sudoeste e com o Níger a oeste. 

Tem uma área de 1 284 000 km2 e encontra-se dividido em três grandes regiões geográficas: a zona desértica no norte, o cinturão árido do Sael no centro e a savana sudanesa fértil no sul. 

O Lago Chade, do qual o país obteve o seu nome, é o segundo maior corpo de água de África e o maior do país. Outrora um dos maiores lagos de África, encolheu mais de 90% desde a década de 1960, devido às mudanças climáticas e ao desvio das águas para irrigação.

O ponto mais alto do Chade é o Emi Koussi, um vulcão adormecido que se eleva a 3.415 metros, nas Montanhas Tibesti, no Deserto do Saara, que se situam a norte do país. 

A capital e cidade mais populosa é Jamena ou N'Djamena, localizada junto ao rio Chari, que é o centro político, económico e cultural do país.

O país, que foi uma colónia francesa até obter a sua independência em 1960, tem uma rica herança cultural, com mais de 200 grupos étnicos, cada um com a sua própria língua, música e tradições. Os idiomas oficiais são o árabe e o francês, enquanto as religiões oficiais são o islão e o cristianismo. O povo Toubou, que vive na região desértica do Chade, é conhecido pela resiliência e estilo de vida nómada, sobrevivendo em ambientes duros ao longo de várias gerações.

Os Toubou

Este país é frequentemente chamado de "Coração Morto da África" por causa da sua posição sem litoral e vastas paisagens áridas de deserto. Tem um dos climas mais quentes da Terra, com temperaturas que chegam, frequentemente a mais de 50°C, em algumas regiões, durante os meses mais quentes. O país tem das regiões mais remotas e inexploradas do mundo, com vastos trechos de deserto que permanecem em grande parte intocados pela civilização moderna.

No Chade o Parque Nacional Zakouma, é uma das principais reservas de vida selvagem de África, sendo conhecido pelos seus 559 elefantes, leões e búfalos. De referir que o animal nacional, o leão, tem sido um símbolo de força e coragem na cultura do país durante séculos.

O Chade é um dos poucos países onde ainda se podem encontrar as "caravanas de camelos" únicas do Saara e que fazem parte da sua cultura comercial há séculos. 

Este país também é conhecido pelos seus coloridos mercados tradicionais, como o mercado de N'Djamena, onde pode se encontrar artesanato, especiarias e tecidos locais.

O país enfrenta desafios de segurança contínuos, não só devido a conflitos nos países vizinhos, mas também devido à instabilidade da sua política interna.

Apesar das dificuldades e de ser um dos países mais pobres do mundo (IDH: 0,398 - baixo) o Chade abriga algumas das pessoas mais resilientes e hospitaleiras do mundo, com um forte sentido de comunidade e de solidariedade entre as suas diversas culturas.

Deixo-o agora com 3 vídeos. Não deixe de os ver. Valem bem a pena.
O primeiro é: "Fomos em busca de uma caravana de camelos no Chade" e clicando aqui  vê "Quase não sobrevivemos a uma caravana de camelos no deserto do Chade"!
O segundo vídeo mostra-lhe mais algumas curiosidades acerca deste país.
E agora o último vídeo, sobre A Importância da Água no Chade.

quarta-feira, janeiro 29, 2025

Guia Da Doceira Em Sua Casa

 


Guia Da Doceira Em Sua Casa é um livro de culinária de Maria Margarida, s/d, 1ªEdição, Cartaxo; Papelaria e Tipografia Treze.

Esta obra é dedicada aos artistas do teatro português, em que as receitas apresentadas têm os seus nomes associados, como por exemplo: Figos à António Rosa; Broinhas à Adelina Abranches; etc.... 

terça-feira, janeiro 28, 2025

Me and Bobby McGee

Ouça a inesquecível cantora Janis Joplin na inolvidável canção Me and Bobby McGee (Vídeo oficial).

Busted flat in Baton Rouge, waitin' for a train
When I's feelin' near as faded as my jeans
Bobby thumbed a diesel down, just before it rained
And rode us all the way into New Orleans

I pulled my harpoon out of my dirty red bandana
I's playin' soft while Bobby sang the blues
Windshield wipers slappin' time, I's holdin' Bobby's hand in mine
We sang every song that driver knew

Freedom is just another word for nothin' left to lose
Nothin', don't mean nothin' hon' if it ain't free, no-no
And feelin' good was easy, Lord, when he sang the blues
You know feelin' good was good enough for me
Good enough for me and my Bobby McGee

From the Kentucky coal mine to the California sun
There Bobby shared the secrets of my soul
Through all kinds of weather, through everything we done
Yeah, Bobby baby, kept me from the cold

One day up near Salinas, Lord, I let him slip away
He's lookin' for that home, and I hope he finds it
But, I'd trade all of my tomorrows, for one single yesterday
To be holdin' Bobby's body next to mine

Freedom is just another word for nothin' left to lose
Nothin', and that's all that Bobby left me, yeah
But feelin' good was easy, Lord, when he sang the blues
That feelin' good was good enough for me, mmm-hmm
Good enough for me and my Bobby McGee

La-da-da, la-da-da-da, la-da-da-da-da-da-da
La-da-da-da-da-da-da-da, Bobby McGee, yeah
La-da-da-da-da, la-da-da-da-da
La, la-la-la-da-da- Bobby McGee, oh yeah

La-da-da, la-da-da, la, da-da, la, da-da
La-da-da, la-da-da, la-di-da
Hey now, Bobby now, now Bobby McGee, yeah
Lord, oh Lord, oh Lord, lo-da-da, na-na-na, na-na-na, na-na-na
Hey now, Bobby now, now Bobby McGee, yeah

Well, I wanna call him my lover, call him my man
I said, I call him my lover, did the best I can, come on
Hey now, Bobby now, hey now Bobby McGee, yeah
Lord, a Lord, a Lord, a Lord, a Lord, a Lord, a Lord, a Lord, oh
Hey-hey-hey, Bobby McGee, Lord

segunda-feira, janeiro 27, 2025

Cedofeita: a passo, cada tarde...

Cedofeita: a passo, cada tarde
a faço, sem projecto. Ímpar, traço
pedras gastas, e casas, nesse baço
regresso, quase espera, quando arde

ao longe, o quarto, e vão, trespasso
a carne, não de largo, que se fecha.
Um corpo será alvo porque deixa
aí, seu rasto. Que boca ou braço

é vento? Esparsa, a luz separa
a morte de seu laço; e já tal
olhar marca os modos e passagens

de manchas e perfis onde se pára.
Tão móveis são as formas que sinal
é o canto, possível, das imagens.

Diogo Alcoforado, in Eugénio de Andrade, O Poeta e a Cidade (antologia)

domingo, janeiro 26, 2025

A Art Nouveau

A Art Nouveau ou Arte Nova é um estilo internacional de arquitetura e de artes decorativas - especialmente o início da arte aplicada à indústria - que foi muito apreciado de 1890 até aos anos 1920.  A Art Nouveau ilustra a transição do século XIX para o XX na arte, pensamento e sociedade.

A expressão Art Nouveau é a expressão francesa para "arte nova", e é também conhecida como Jugendstil, termo alemão para "estilo da juventude", que recebeu o nome devido à revista Jugend. A Arte Nova é uma reação à arte académica do século XIX. Este movimento artístico é inspirado principalmente por formas e estruturas naturais, não somente de flores e plantas, mas também de linhas curvas.

No início, esta forma de arte não se designava nem Art Nouveau nem Jugendstil. Estes dois nomes proveem, respectivamente, da galeria Maison de l'Art Nouveau (Casa da Arte Nova) de Samuel Bing (também conhecido como Siegfried Bing) em Paris e da revista Jugend (Juventude) em Munique, porque ambas promoveram e popularizaram o estilo.

A Art Nouveau foi mais popular na Europa, mas a sua influência foi global. O período em que esteve muito em voga foi chamado de Belle Époque. O estilo Art Nouveau conheceu várias formas em vários locais. Na França, as entradas do metropolitano de Paris feitas por Hector Guimard eram do estilo Art Nouveau. Émile Gallé praticou o estilo "Escola de Nancy". Victor Horta teve um efeito decisivo na arquitetura na Bélgica

A Art Nouveau também era o estilo de indivíduos distintos como Gustav Klimt, Charles Rennie Mackintosh, Alfons Mucha, René Lalique, Antoni Gaudí e Louis Comfort Tiffany, cada um dos quais interpretou a Arte Nova à sua própria maneira.

Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o estilo mudou para um estilo mais geométrico, uma característica do movimento artístico Art Déco (1910-1939).

Apesar da Arte Nova ter sido substituída pelos estilos modernistas do século XX, é, atualmente, considerado uma importante transição entre o historicismo e o modernismo. Além disso, os monumentos Arte Nova são reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura na sua lista de Patrimónios Mundiais como contribuições significativas para o património cultural. 

O Centro Histórico de Riga, na Letónia, é considerado como "a melhor coleção de construções Art Nouveau na Europa". tendo sido incluído na lista da UNESCO, em 1997, em  conjunto com quatro casas: Casa Tassel, Casa Solvay, Casa van Eetvelde e Casa-Museu Horta em Bruxelas, feitas por Victor Horta (1861-1947).

Se quiser conhecer um pouco mais sobre este movimento artístico não deixe de ver os dois vídeos que se seguem. Aqui vai o primeiro.
E agora o segundo.