A cidade de Braga é rica e diversificada no que se refere à oferta gastronómica.
Nos seus pratos destacam-se, durante o período da Páscoa, o bacalhau e o cabrito, graças às suas influências religiosas.
No que diz respeito a receitas de doçaria, Braga é grandiosa devido à influência conventual!
O Pudim Abade de Priscos, ou Pudim de Toucinho, é um doce de origem conventual, sendo um dos marcos gastronómicos desta cidade e, de certa forma, da região do Minho e, uma iguaria tradicional na quadra festiva da Páscoa, que se aproxima.
Mas, pode optar por outros doces típicos desta cidade, como por exemplo: os Suspiros de Braga; as Tíbias; os Fataúnços ou os Fidalguinhos de Braga.
Hoje proponho-lhe que conheça, contudo, outra especialidade desta cidade: Os Sameirinhos.
Os Sameirinhos (cuja receitapode ver aqui)são um doce conventual criado pelas freiras do Sameiro e que é, de acordo com os entendidos, a única especialidade de doçaria genuinamente bracarense.
Estes pequenos "barquinhos" (porque são moldados numa forma que faz lembrar um barco) são envolvidos numa massa crocante e estaladiça e recheados de doce de ovos e amêndoa, revelando-se um doce único e delicioso.
Se for passar a Páscoa ao Minho, não deixe de passar por Braga e provar estas especialidades.
quando uma torre se levanta é para usar da palavra traz algo nos lábios para dizer histórias lembranças saudações augúrios
quando esta porém se erige acima de todos os coruchéus acima dos outros campanários acima do nevoeiro não estira apenas o pescoço da curiosidade para saber se o rio que desliza no sonho dos séculos vai vestido de azul ou de ouro ou para espreitar os acenos brancos das velas dos rabelos ou o sulco das outras embarcações
orador sagrado num púlpito excelso ébrio da eloquência de um infinito azul aponta o incomensurável como rumo faz o panegírico da verticalidade promete a bem-aventurança que mora no alto
sineira e crucífera deveria talvez apetecer-lhe apenas a salvação das almas mas esta torre granítica ereta acima das demais já ali estava há muito de olhos postos no poente vaticinando que seria do mar que chegaria a auspiciosa palavra liberdade semente sonhada de um paraíso terreno
chegou e logo chamaram invicta à cidade
a torre achando merecer também o epíteto põe-se nos bicos dos pés de justificado orgulho e cresce ainda um pouco mais
Anthero Monteiro- Helder Pacheco, Porto A Torre da Cidade nos 250 anos da Torre dos Clérigos,
Velha Goa ou Goa Velha foi capital rica e porto internacional próspero. Foi o centro da evangelização do Oriente e o coração do Império Português do Oriente. Hoje, a Velha Goa é uma cidade menor que conta só com cerca de cinco mil habitantes.
A costa ocidental da Índia era um ponto estratégico muito cobiçado nas rotas comerciais marítimas. O porto de Velha Goa, construído no século XV pelo Sultanado de Bijapur, era um dos melhores portos na rota das especiarias da Índia. Com a chegada dos portugueses, liderados por Afonso de Albuquerque, a cidade conhece uma prosperidade enorme. Ao longo dos séculos XVI e XVII a população aumenta exponencialmente atraída pela riqueza gerada e pela fama alcançada. O investimento na cidade é tão grande que compete em grandeza, demografia e importância com Lisboa. Goa vê pela primeira vez edifícios grandiosos: palácios, mansões e igrejas, muitas igrejas, de traçado ocidental. O mundo passa a designá-la por "Roma do Oriente", o núcleo da evangelização por terras orientais. Em 1835 a cidade tem um fim tão meteórico como a sua ascensão. As epidemias dizimam a população e o assoreamento do rio que alimenta o porto traz a ruína do comércio. Goa é abandonada.
Os palacetes das famílias portuguesas endinheiradas, as grandes quintas e as mansões não resistiram à inclemência do clima húmido, à ruína das fortunas e ao abandono. Da cidade original do período de domínio português permanece apenas a herança religiosa: as igrejas de pedra e a igreja humana.
O que impressiona quando se visita a Velha Goa é a quantidade de edifícios religiosos de tão grande imponência num espaço tão pequeno e que é facilmente percorrido a pé. Segundo a Unesco, "as igrejas e conventos de Goa ilustram a evangelização da Ásia. Estes monumentos foram determinantes na difusão dos estilos artísticos manuelino, maneirista e barroco por todos os países da Ásia onde se estabeleceram missões religiosas." O estado de preservação é exemplar atendendo a que estamos na Índia e toda a cidade desapareceu no espaço de um século. Talvez o facto de serem edifícios sagrados tenha contribuído para tal.
De visita obrigatória a Basílica do Bom Jesus, que é uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, é o mais emblemático edifício religioso da Velha Goa. Foi construído em basalto e laterite. É também nesta Basílica que se encontram as relíquias de São Francisco Xavier, o missionário jesuíta que mais contribuiu para a evangelização da Ásia, daí ser conhecido como o "Apóstolo do Oriente."
A cada dia 3 de dezembro milhares e milhares de peregrinos, em filas intermináveis, esperam a sua oportunidade de ver a urna sagrada e prestar a sua homenagem ao santo. O culto a São Francisco Xavier tem ainda hoje, uma intensidade notável na vida religiosa da Índia.
Sé Catedral de Goa
A Sé Catedral de Goa, também conhecida como Sé de Santa Catarina, de visita obrigatória, é um dos elementos do conjunto religioso de Igrejas e Conventos de Goa. Foi construída para comemorar a conquista da cidade aos muçulmanos. Afonso de Albuquerque capturou a cidade de Goa em 1510, que se tornaria a capital do Estado Português da Índia. Como a vitória foi em 25 de novembro, dia de Santa Catarina de Alexandria, a obra foi-lhe dedicada.
Uma capela (Capela de Santa Catarina) foi construída para comemorar esta vitória portuguesa, contudo, foi encomendado pelo governador Jorge Cabral a construção de um templo maior em 1552 sobre as ruínas de uma estrutura anterior, provavelmente uma mesquita. A atual construção começou em 1562, sob o reinado de Dom Sebastião de Portugal, após a elevação à dignidade de arquidiocese metropolitana de Goa. A catedral foi concluída em 1619 e consagrada em 1640. Foram precisos mais de 50 anos para concluir a sua construção. Hoje é património da Humanidade. É considerada a maior igreja construída pelos portugueses em todo o mundo e a sua influência, enquanto sede de bispado, estendia-se de Moçambique à China e é a prova da vontade do Portugal dos Descobrimentos de impressionar o mundo.
Sé Catedral de Goa
O estilo arquitetónico é de inspiração maneirista, como era típico nas construções religiosas portuguesas da época. Uma tempestade destruiu a torre direita em 1766, que não voltou a ser reconstruída. O interior é duma beleza impressionante. O retábulo do altar em talha dourada acolhe uma imagem da Santa Catarina de Alexandria a quem a igreja é dedicada. À direita existe uma capela, da Cruz dos Milagres, onde diz-se ter aparecido uma visão de Cristo em 1919. Nas naves laterais há altares a outros santos e a pia batismal do século XVI foi utilizada por São Francisco Xavier, santo padroeiro de Goa, para batizar os goeses convertidos.
A torre da Sé abriga um grande sino conhecido como o "Sino de Ouro", devido ao seu rico tom. Diz-se que é o maior em Goa, e um dos melhores do mundo.
Do restante património religioso de Velha Goa daremos nota em posts posteriores, entretanto, não deixe de a visitar virtualmente, através dos dois vídeos que se seguem. Aqui vai o primeiro.
Ouça o tenor italiano Luciano Pavarotti (1935 -2007) em Una furtiva lagrima, ária da ópera L'elisir d' amore e Nessun dorma da ópera Turandot de Giacomo Puccini (Londres, 1982).
L'elisir d'amore é uma ópera-bufa em dois atos de Gaetano Donizetti, com libreto de Felice Romani. Estreou no Teatro della Canobbiana de Milão, Itália, em 12 de maio de 1832. A ação decorre numa pequena aldeia basca, no final do século XVIII.
A obra foi criada em duas semanas, sendo uma semana para a poesia e outra para a música, a pedido do gerente do teatro, que precisava de uma peça com urgência, já que o compositor originalmente contratado não entregara a obra prometida.
As árias famosas desta ópera são:
Quanto è bella (Nemorino); Come paride (Beclore); Udite, udite o rustici (Dulcamara); Una furtiva lacrima (Nemorino) Prendi, per me sei libero (Adina).
"Nessun dorma" ("Ninguém durma", em italiano) é uma famosa ária do último ato da ópera Turandot criada em 1926 por Giacomo Puccini. A ária refere-se à proclamação da princesa Turandot, determinando que ninguém deve dormir: todos passarão a noite tentando descobrir o nome do príncipe desconhecido, Calaf, que aceitou o desafio. Calaf canta, certo de que o esforço deles será em vão.
Turandot, última ópera de Giacomo Puccini, composta em três atos, com libreto de Giuseppe Adami e Renato Simoni, baseado numa peça (1762) de Carlo Gozzi com a adaptação de Friedrich von Schiller. Estreou no Teatro alla Scala em Milão em 25 de abril de 1926, sob a regência de Arturo Toscanini. Esta ópera ficou inacabada por causa da morte do autor, a 29 de novembro de 1924, sendo completada por Franco Alfano.
Auguste Rodin (1840 -1917), foi um escultor francês. e é considerado o pai da escultura moderna.
Paixão, movimento e entrega total emanam de uma das mais famosas esculturas de Auguste Rodin, O Beijo.
O Beijo está atualmente no Museu Rodin, em Paris. Nesta obra, o artista inspirou-se nos delírios amorosos vividos com Camille Claudel, sua assistente. Como muitos dos mais conhecidos trabalhos de Rodin, incluindo "O Pensador", o casal que se abraça retratado na escultura apareceu originalmente como parte de um grupo, no trabalho de Rodin os "Os Portões do Inferno". O casal foi posteriormente removido e substituído por outro casal de namorados localizado na coluna direita dos "Portões".