sábado, março 20, 2010

Ilse Losa

Ilse Losa, escritora portuguesa de origem alemã e de ascendência judaica, nasceu a 20 de Março de 1913, em Bauer, numa cidade perto de Hanover. A primeira infância foi passada com os avós paternos. Frequentou o liceu em Osnabrük e Hildesheim e o Instituto Comercial em Hanover.
Em 1930 vai para Londres onde toma conta de crianças durante um ano. De regresso à Alemanha e devido à sua condição de judia é perseguida pela Gestapo e tem de abandonar o seu país, refugiando-se em Portugal onde chega em 1934, radicando-se no Porto. Casa com o arquitecto Arménio Losa e adquire a nacionalidade portuguesa.
A sua obra inclui romances, contos, crónicas, trabalhos pedagógicos e literatura para crianças.
Paralelamente à sua actividade de escritora desenvolveu outras ocupações quer no domínio da tradução, quer como colaboradora em jornais e revistas, quer alemães quer portugueses, de que salientamos o Jornal de Notícias, o Comércio do Porto, o Diário de Notícias, Neue Deutsche Literatur, entre outros.
Ilse Losa está representada em várias antologias de autores portugueses, tendo ela própria colaborado na organização e tradução de antologias de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Traduziu do alemão alguns dos mais consagrados autores.
Em 1984 recebeu o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra para crianças. Em 1998 recebeu o Grande Prémio de Crónica, da APE (Associação portuguesa de Escritores) por À Flor do Tempo.
As experiências da nazificação do seu país natal e as dificuldades de adaptação à sua pátria de exílio constituem alguns dos motivos das suas obras, entre as quais se contam:
O Mundo em Que Vivi (1949), Histórias Quase Esquecidas (1950), Rio Sem Ponte (1952), Aqui Havia Uma Casa (1955), Sob Céus Estranhos (1962), Encontro no Outono (1965), Estas Searas (1984), Caminhos sem Destino (1991) e À Flor do Tempo (1997).
Distinguiu-se, também, como autora de literatura infantil, com os livros A Flor Azul (1955), Na Quinta das Cerejeiras (1984), A Visita do Padrinho (1989) e Faísca Conta a Sua História (1994). Escreveu ainda uma obra de crónicas de viagem, Ida e Volta — À Procura de Babbitt (1959).
O primeiro dia da escola. A saca às costas, caminhei ao lado da minha mãe, cheia de curiosidade e de receios. O sr. Brand, o professor, distribuía sorrisos animadores aos meninos, que o fitavam com desconfiança. A barba grisalha e o colarinho engomado davam-lhe um ar de austeridade, mas os olhos alegres protestavam contra tal impressão. Começou por nos falar, e doseava serenidade com humor para afugentar os nossos medos. De todas as escolas por que passei, a de que verdadeiramente gostei foi a escola primária. Quando o sr. Brand tomou nota do meu nome ninguém se virou para mim com sorrizinhos por soar a judaico, ninguém achou estranho eu responder «Israelita» à pergunta do sr. Brand à minha religião. Fora a mãe que me recomendara: «Quando o sr. Brand te perguntar pela religião, diz-lhe que és israelita. Soa melhor do que judia». Eu não concordava, porque achava «israelita» uma palavra estranha que não parecia pertencer à minha língua e, por isso, corei de embaraço ao pronunciá-la. E quando o sr. Brand quis saber a profissão do meu pai respondi «negociante de cavalos». Coisa natural. Muitos alunos eram filhos de lavradores e conheciam o meu pai. Não me sentia envergonhada daquilo que eu e o meu pai éramos, como aconteceria mais tarde, no liceu, quando a minha mãe me recomendou que às perguntas respondesse, além de «sou israelita», que o meu pai era «comerciante».
Ilse Losa - Excertos de O Mundo Em Que Vivi.

sexta-feira, março 19, 2010

Uma Voz Inesquecível

Uma voz e uma música inesquecíveis: Jacques Brel na celebérrima La Valse à Mille Temps. Brel foi um cantor e autor/compositor de canções, belga francófono. Esteve ainda ligado ao cinema de língua francesa. Tornou-se internacionalmente conhecido por músicas como Ne Me Quitte Pas, Je T'aime, Les Bourgeois, Amsterdam, Quand on n'a Que L'Amour, etc.
Este génio da música morreu há mais de 32 anos, mas, deixou-nos o seu talento e a sua incrível música !
A canção mais representativa e conhecida de Brel é Ne Me Quitte Pas (1959), dedicada a um dos
seus múltiplos amores, Suzanne Gabriello.
Realmente é uma canção de uma beleza arrebatadora e talvez uma das melhores canções de amor de todos os tempos. Ne Me Quitte Pas foi interpretada por múltiplos artistas de todo o mundo (Edith Piaf, Charles Aznavour, Nina Simone, Frank Sinatra, Sylvie Vartan, Juliette Gréco, Marlene Dietrich, Shirley Bassey, Johnny Halliday, Yves Montand, Mari Trini, Marianne Faithfull, Sting, Mireille Mathieu, Dalida, Fagner, Ray Charles, Maysa, Ute Lemper, Nina, Mikel Laboa, Neil Diamond, Sandy Shaw, Tom Jones, Sheena Easton, Paco Ibáñez, Estrella Morente, Miguel Bosé, Raphael, Julio Iglesias, Alison Moyet, Toots Thielemans, Shirley Horn, Patty Pravo, etc…).
"Demasiado feio" diziam uns, "fala com sotaque" diziam outros. Nada parecia ajudar Brel nas suas primeiras incursões na televisão francesa. O que é certo é que, quando se tem talento não importa se se tem cara de cavalo ou um discurso pouco eficaz. No entanto, seria preciso toda a década de 50, para Brel poder enfim dividir o palco com o mais célebre cantor francês da altura, Charles Aznavour .
O mundo acabou por repar nele. Não só pelas canções, mas também pelas representações. Cada música de Brel é uma história que tinha de ser representada através de gestos, voz e postura. Esta forma de cantar, meio ópera meio burlesco, atraiu a atenção de vários artistas que procuravam novas formas de estar em palco: Sérgio Godinho, Chico Buarque, David Bowie ,Nick Cave, Nina Hagen só para citar alguns.
Infeliz com as mulheres, sufocado pela fama e abatido pelo cancro, Jacques Brel refugiou-se nas Ilhas Marquesas, onde morreu em 1978. Encontra-se ali sepultado junto à campa de Gauguin.
De destacar duas outras músicas de Brel: "Les Flamandes" (onde é crítico e corrosivo) e "Mon Enfance" (que se evidencia pela poesia, acima de tudo).
Ouça-o e veja-o , agora, na La Valse à Mille Temps.


quinta-feira, março 18, 2010

A Guerra Civil na Colômbia

A Colômbia é um país da América do Sul. Faz fronteira a norte com o Mar das Caraíbas, a leste com a Venezuela e o Brasil, a sul com o Peru e o Equador e a oeste com o Oceano Pacífico e o Panamá. É o segundo país mais populoso da América do Sul, com aproximadamente 45 milhões de habitantes.
Bogotá,a capital, possui quase sete milhões de habitantes e é a maior cidade do país e uma das mais populosas da América do Sul e do mundo.
O conflito colombiano é um dos mais antigos da América Latina. Deriva da disputa pelo poder entre liberais, conservadores e socialistas.
Os liberais aliaram-se aos sectores socialistas numa guerra civil contra os conservadores que durou 16 anos, de 1948 a 1964.
Em 1964, temendo a radicalização da guerrilha camponesa, influenciada pela revolução cubana, os liberais aliam-se aos conservadores e apoiam o envio de tropas para o povoado de Marquetália. Os camponeses comunistas, na fuga para as regiões montonhosas da selva, constituem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(FARC).
Sob a liderança de Manuel Marulanda,as Farc nos anos 60 tinham como objectivo lutar pela criação de um estado marxista. Contudo, outros grupos de esquerda - como o guevarista Exército de Libertação Nacional (ELN) - e milícias de extrema direita entram no conflito. A partir dos anos 80, a Guerra Cívil ganha um novo protagonista: o tráfico de drogas. As FARC-EP financiam a luta armada à custa dos serviços de protecção vendidos aos traficantes e tanto as FARC quanto o ELN financiam a sua luta à custa do sequestro de civis. A violência já matou cerca de 30 mil pessoas desde os anos 60 e tem dado origem a maciças migrações internas.
A Guerra Civil colombiana é um conflito problemático sem solução definitiva, reflectindo-se as suas consequências até hoje no cenário político da Colômbia.
Agora, veja a apresentação que os alunos do 12º ano (B), elaboraram sobre este tema.

quarta-feira, março 17, 2010

Sapateado


O sapateado é um estilo de dança, originalmente irlandesa, na qual os dançarinos produzem sons sincopados, ritmados com os pés.
Desde simples palmas e batidas de pés, até os mais complexos movimentos e sonoridades, os dançarinos expressam-se de forma mais lenta ou mais rápida seguindo o ritmo das músicas.
Não deixe de ver este arrasador espectáculo de sapateado.
É absolutamente fantástico!

terça-feira, março 16, 2010

Nelson Mandela

''Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, pela sua origem ou pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam de aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois, o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta''.
Nelson Mandela

Nelson Mandela é um importante líder político da África do Sul, que lutou contra o sistema de apartheid no país. Nasceu em 18 de Julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul). Mandela esteve preso de 1964 a 1990. Nesses 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo.
Mandela, formado em direito, foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999. Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul e foi responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos.
A partir deste ano, será celebrado em 18 de Julho de cada ano o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembléia Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento.
"A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até ao fim dos meus dias."
"A educação é a arma mais forte que pode usar para mudar o mundo."
Nelson Mandela

segunda-feira, março 15, 2010

Convite


Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.
Lya Luft

domingo, março 14, 2010

Um Dueto Impossível

Proponho-lhe que assista a um dueto impossível na vida real.
Veja bem o que a tecnologia pode fazer... Este vídeo foi feito em 2008 e juntou Elvis Presley & Martina McBride.
É preciso relembrar que Elvis Presley morreu em 1977e Martina McBride nasceu em 1966.
Elvis Presley (1935 -1977) foi um famoso músico e actor, nascido nos Estados Unidos da América. É conhecido, mundialmente, por Rei do Rock ou pela alcunha de Elvis The Pelvis.

Este apelido deve-se à sua maneira extravagante e ousada de dançar. Uma das suas maiores virtudes era a voz, devido ao seu alcance vocal, que atingia, segundo especialistas, notas musicais de difícil alcance para um cantor popular.
Martina McBride (E.U.A.- 1966) é uma cantora e compositora de música country-pop.

É difícil acreditar que não é mesmo um dueto... mas está tecnicamente muito bem feito.