Sabe o que estas senhoras estão a fazer? Elas estavam no exercício da sua profissão de despertador humano!!
A profissão de "despertador humano" existiu até meados do século passado (mais ou menos até 1920).
Tratava-se de pessoas contratadas para acordarem outras. Era uma profissão muito vulgar sobretudo após a revolução industrial, na Irlanda e na Inglaterra, onde estes profissionais eram conhecidos como "knocker-up" ou "knocker-upper".
A senhora da imagem à esquerda estava, nada mais, nada menos, do que a expelir ervilhas para uma janela… para que o trabalhador se levantasse e desse mostras de estar já acordado.
Também eram utilizados outros "utensílios" tais como pedras, paus, canas, etc…
Oiça o cantor brasileiro Cazuza, em "Um Trem Pras Estrelas" (ao vivo, em 1987).
São 7 horas da manhã
Vejo o Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas Cazuza
"O Espelho (The Mirror)" é um filme soviético de 1975, do género drama, realizado por Andrei Tarkovski, considerado um dos 10 maiores filmes de sempre.
O roteiro foi escrito por Andrei Tarkovski e Alexander Misarin, a fotografia é de Georgy Rerberg, a montagem de Liuba Feiginova, e a banda sonora de Eduard Artemev. Sinopse:
Num contexto mais amplo, "O Espelho" retrata os pensamentos e as emoções de Alexei (Ignat Daniltsev) e o mundo que o rodeia.
A estrutura do filme é descontínua e não cronológica, sem um enredo convencional, e combina as memórias da infância com metragens da actualidade.
O filme alterna três diferentes momentos, o tempo de pré-guerra, a guerra e o pós-guerra de 1960, constituindo quase uma autobiografia, pois Alexei passa pelos mesmos problemas, alegrias e tristezas que o realizador, Andrei Tarkovsky, passou na sua infância.
Veja o trailer em baixo e se quiser ver o filme legendado em inglês basta clicar aqui.
"Romance dos três Reis Magos" é o título dado a diversos romances tradicionais portugueses que surgem espalhados pelo território nacional.
Todos eles narram o relato da história bíblica da viagem e adoração dos três Reis Magos e são frequentemente incorporados nas Cantigas de Reis. Para além disso, não possuem outras características comuns, revelando uma grande diversidade e indicando origens independentes. Destacam-se pelo menos três grupos: "São chegados os três Reis", "Avisados de uma estrela" e "Quem são os três cavaleiros".
"Partiram’Nos Três Reis Magnos" do Cancioneiro Popular Português, (Michel Giacometti, e FLGraça, Círculo de Leitores, 1981).
(E) partiram’nos três Reis Magnos
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias - De Primeiros cantos (1847)