sábado, abril 22, 2023

O Calhambeque

Ouça o cantor brasileiro Roberto Carlos em O Calhambeque.

Mandei meu Cadillac pro mecânico outro dia
Pois há muito tempo um conserto ele pedia
Como vou viver sem meu carango pra correr
Meu Cadillac, bi-bi, quero consertar meu Cadillac

Com muita paciência o rapaz me ofereceu
Um carro todo velho que por lá apareceu
Enquanto o Cadillac consertava eu usava
O Calhambeque, bi-bi, quero buzinar o Calhambeque

Saí da oficina um pouquinho desolado
Confesso que estava até um pouco envergonhado
Olhando para o lado com a cara de malvado
O Calhambeque, bi-bi, buzinei assim o Calhambeque

E logo uma garota fez sinal para eu parar
E no meu Calhambeque fez questão de passear
Não sei o que pensei, mas eu não acreditei
Que o Calhambeque, bi-bi, o broto quis andar no Calhambeque

E muitos outros brotos que encontrei pelo caminho
Falavam "que estouro, que beleza de carrinho"
E fui me acostumando e do carango fui gostando
O Calhambeque, bi-bi, quero conservar o Calhambeque
Mas o Cadillac finalmente ficou pronto
Lavado, consertado, bem pintado, um encanto
Mas o meu coração na hora exata de trocar
O Calhambeque, bi-bi
Meu coração ficou com o Calhambeque

"Bem, vocês me desculpem
Mas agora eu vou-me embora
Existem mil garotas querendo passear comigo
Mas é só por causa desse Calhambeque sabe
Bye, bye"
Compositores: John Loudermilk, Erasmo Carlos, Gwen Loudermilk.

sexta-feira, abril 21, 2023

A Praça de Espanha

Palácio de Palhavã

A Praça de Espanha é uma praça existente em Lisboa, e que é abrangida pelas freguesias de Campolide, Avenidas Novas e São Domingos de Benfica. Durante séculos, esta zona foi conhecida por Palhavã. Só em meados do século passado passou a chamar-se Praça de Espanha. Hoje, é uma das praças e artérias mais movimentadas de Lisboa.

Um dos ex-líbris desta praça é o Palácio de Palhavã que é a atual residência do embaixador de Espanha em Portugal. 

Antes de ser adquirido pelo Estado do país vizinho, em 1918, este edifício senhorial do século XVII serviu de residência a vários condes e nobres. Mas os seus habitantes mais conhecidos foram os "meninos de Palhavã", filhos ilegítimos do rei D. João V, que o habitaram até 1760.

Até ao século XIX, o local onde hoje é a Praça de Espanha situava-se nos "arrabaldes" da cidade. Começou a desenvolver-se depois da construção das estradas da Circunvalação e do Rego, enquanto no início do século XIX passou a servir de ponto de encontro às avenidas de Berna, António Augusto de Aguiar e Columbano Bordalo Pinheiro.

Entre 1894 e 1903, acolheu o Jardim Zoológico de Lisboa. Em 1905, este deu lugar a um velódromo/hipódromo que, além de receber concursos hípicos e provas de ciclismo, ainda serviu de pista a várias demonstrações automobilísticas.

Em 1943 passou a servir de morada à Feira Popular de Lisboa, que por lá esteve até 1957.

Arco de S. Bento
Desde 1969 que junto à Praça de Espanha se encontra a Fundação Calouste Gulbenkian, um importante centro de cultura da capital portuguesa.

Nos anos 70 do século XX tornou-se um importante acesso à zona norte da cidade, depois de projetada a Avenida dos Combatentes. 

A antiga estação do metro de Palhavã (hoje chama-se Praça de Espanha), construída em 1959,  chegou a ser uma das mais importantes da cidade. A principal razão é porque servia de interface com os Transportes Sul do Tejo.

Nos arredores funcionou também o Mercado Azul (até 2015), com contentores que começaram por alojar alguns vendedores deslocados da zona do Martim Moniz.

Em plena praça foi reconstruído em 1998 o Arco de São Bento. Como é que foi parar um arco tão antigo no meio da Praça de Espanha?

Construído em 1758, fazia parte do Aqueduto das Águas Livres (Galeria da Esperança) e esteve na Rua de São Bento até 1938, altura em que teve de ser desmontado por causa das obras de remodelação do Palácio de São Bento.

À falta de melhor sítio, deixaram-no em "peças" na Praça de Espanha, onde só voltou a ganhar forma em 1998.

No verão de 2018 arrancaram as primeiras obras de uma revolução urbanística que procurou  transformar a Praça de Espanha num enorme Parque Verde.

O Parque Urbano da Praça de Espanha (que se chama "Parque Gonçalo Ribeiro Telles") tem mais de 6 hectares – uma área superior ao Jardim da Estrela –, e será uma importante zona verde e de lazer para as famílias.

O projeto da Câmara Municipal de Lisboa, dedicado ao lazer, com muitas árvores, parques infantis, esplanadas, quiosques e até um riacho que em tempos passou por esta zona (veja no vídeo abaixo). 

E agora veja outro vídeo, feito por um brasileiro que vive em Portugal, que lhe mostra muitas destas novas funções existentes nesta parte da cidade..

quinta-feira, abril 20, 2023

O Cioppino

Em São Francisco, o cioppino é um prato que faz muito sucesso. Sendo semelhante ao francês  "bouillabaisse", o cioppino, além de uma comida típica americana, é o mais apreciado pelos habitantes da região.

O Cioppino foi desenvolvido no final de 1800 por imigrantes italianos, muitos provenientes da cidade portuária de Génova, que pescavam em Meiggs Wharf e viviam no bairro de North Beach em São Francisco. 

A descrição impressa mais antiga do cioppino é de uma receita de 1901 no The San Francisco Call, embora o ensopado seja chamado de "chespini". "Cioppino" apareceu pela primeira vez em 1906 no The Refugee's Cookbook, que resultou dum esforço de arrecadação de fundos para beneficiar os moradores de São Francisco desalojados pelo terramoto e incêndio de 1906.

O Cioppino consiste num tipo de cozido que pode levar frutos do mar, tomates, pimentões, peixes, diferentes tipos de vinho, enfim, uma variedade muito grande de ingredientes. 

Geralmente os frutos do mar são cozidos em caldo e servidos com casca, inclusive o caranguejo, que costuma ser servido partido ao meio ou aos bocados. O prato pode ser servido com pão torrado ou pão francês. O pão funciona como uma massa, e é mergulhado no molho.

O Cioppino é tradicionalmente feito com a pesca do dia, que em São Francisco é tipicamente uma combinação de caranguejo Dungeness, amêijoas, camarões, vieiras, lulas, mexilhões e peixes, todos provenientes do oceano, neste caso do Pacífico. Os frutos do mar são então combinados com tomate fresco e um molho de vinho.

Quando um pescador voltava de mãos vazias, andava a pedir com uma panela para que os outros pescadores lhe dessem o que pudessem do seu quinhão. O que acabasse na panela virava o seu "cioppino". Os pescadores que tivessem contribuído esperavam, no futuro, o mesmo tratamento se voltassem de mãos vazias. 

O nome deste prato vem de ciuppin (também escrito ciupin ) que é o nome de uma sopa clássica da região italiana da Ligúria, de sabor semelhante ao cioppino, mas com menos tomate e usando frutos do Mar Mediterrâneo cozidos ao ponto de se desfazerem.

O prato também compartilha a sua origem com outras variações italianas regionais de ensopado de frutos do mar semelhantes ao cioppin, incluindo o cacciucco da Toscania, o brodetto di pesce de Abruzzo, entre outros. Pratos semelhantes podem ser encontrados nas regiões costeiras do Mediterrâneo, de Portugal à Grécia. Exemplos destes incluem suquet de peix de regiões de língua catalã e a bouillabaisse da Provença.

Como vê existe muito para explorar na gastronomia americana! 

quarta-feira, abril 19, 2023

Poema Amei Demais

Madruguei demais. Fumei demais. Foram demais
todas as coisas que na vida eu emprenhei.
Vejo-as agora grávidas. Redondas. Coisas tais,
como as tais coisas nas quais nunca pensei.

Demais foram as sombras. Mais e mais.
Cada vez mais ardentes as sombras que tirei
do imenso mar de sol, sem praia ou cais,
de onde parti sem saber por que embarquei.

Amei demais. Sempre demais. E o que dei
está espalhado pelos sítios onde vais
e pelos anos longos, longos, que passei

à procura de ti. De mim. De ninguém mais.
E os milhares de versos que rasguei
antes de ti, eram perfeitos. Mas banais.

Joaquim Pessoa (1948 - 2023) - Ano Comum

terça-feira, abril 18, 2023

Cabeça de Eiras

Cabeça de Eiras (mais uma terra dos meus ancestrais: avó e bisavós) é uma pequena aldeia da freguesia de Sandomil, concelho de Seia, distrito da Guarda.

De acordo com algumas referências históricas é uma povoação relativamente jovem porque só terá surgido em meados do século XIX. Localiza-se no cimo de um monte de onde se avista a Serra da Estrela e o vale do rio Alva.

A terra deve o seu nome ao facto de os primeiros habitantes se estabelecerem num cabeço muito soalheiro e às inúmeras eiras criadas para secar milho, feijão, peras, passas de uva, figos e outros produtos da terra.

Os habitantes de Cabeça de Eiras sempre estiveram ligados a tarefas agrícolas a que aliaram, mais tarde, a exploração de madeira e de resina, dos pinhais da região, e que teve o seu apogeu nas décadas de oitenta e noventa do séc. XX. 

Esta aldeia serrana ainda é conhecida como "terra de resineiros" embora, atualmente, sejam poucos os que ainda exercem esta atividade. Hoje em dia a maioria das pessoas trabalha nas áreas da construção civil e das confecções.

Em setembro realiza-se, aqui, uma festa em honra de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que é a padroeira de Cabeça de Eiras

As realizações religiosas compreendem procissão das velas, missas e procissão solene pelas ruas da localidade carregando imagens e entoando rezas e cânticos devidamente acompanhados por uma Banda Filarmónica. A par das festividades de natureza religiosa desenvolve-se um conjunto de atividades lúdicas que envolvem desportos tradicionais e a atuação de vários grupos musicais.

segunda-feira, abril 17, 2023

Andar?! Não me custa nada!...

Andar?! Não me custa nada!...
Mas estes passos que dou
Vão alongando uma estrada
Que nem sequer começou.
Andar na noite?!Que importa?...
Não tenho medo da noite
Nem medo de me cansar:
Mas na estrada em que vou,
Passo sempre à mesma porta...
E começo a acreditar
No mau feitiço da estrada:
Que se ela não começou
Também não foi acabada!
Só sei que,neste destino,
Vou atrás do que não sei...
E já me sinto cansada
Dos passos que nunca dei.
Natália Correia - de Rio de Nuvens (1947)

domingo, abril 16, 2023

Don't Worry Be Happy

Aproveite o bom tempo e ouça Bobby McFerrin em Don't Worry Be Happy (Vídeo oficial).

Bobby McFerrin (1950), é um músico americano. Ficou conhecido internacionalmente com esta  canção que conquistou três Grammys em 1989. Gravou vários clássicos do jazz e da música erudita, além de outros géneros.

Here's a little song I wrote
You might want to sing it note for note
Don't worry, be happy
In every life we have some trouble
But when you worry, you make it double
Don't worry, be happy
Don't worry, be happy now

Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy

Ain't got no place to lay your head
Somebody came and took your bed
Don't worry, be happy
The landlord say your rent is late
He may have to litigate
Don't worry, be happy (look at me, I'm happy)

Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Hey I give you my phone number
When you worry, call me, I make you happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh)

Ain't got no cash, ain't got no style
Ain't got no gal to make you smile
But don't worry, be happy
'Cause when you worry your face will frown
And that will bring everybody down
So don't worry, be happy
Don't worry, be happy now

Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy

Now there is this song I wrote
I hope you learned it note for note, like good little children
Dn't worry, be happy
Now listen to what I said, in your life expect some trouble
But when you worry, you make it double
But don't worry, be happy, be happy now

Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Be happy
(Ooh-ooh-ooh) Don't worry, be happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) don't worry, don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) Don't do it, be happy
(Ooh-ooh-ooh) Put a smile in your face, don't bring everybody down like this
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) Don't worry
(Ooh-ooh-ooh-ooh) It will soon pass, whatever it is
(Ooh-ooh-ooh) don't worry, be happy
(Ooh, ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh) I'm not worried
(Ooh-ooh-ooh-ooh) I'm happy