sábado, março 25, 2023

Saia da Carolina

Ouça a cantora portuguesa Carolina Deslandes em Saia da Carolina (Coliseus). Esta canção é uma adaptação de um canto popular transformado em crítica social

A saia da Carolina
Foi dalguem que a ofereceu
Que é por ela ser menina
Que é pra estar perto de Deus
Foi assim de pequenina
Que a quiseram ensinar
Que o seu lugar é na cozinha
E em casa a costurar

E tem cuidado Carolina
Que o lagarto da ao rabo
Tu até te vês rainha
Queima-te o patriarcado
Tem cuidado Carolina
Quem tem sonhos tem pecados
Ser menina é tua sina
Ser mulher é teu legado

Cuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
A saia da Carolina ardeu no meio do mato
A história da Carolina é que ela agora veste fato
Sou Maria Carolina, Deslandes pra vocês
Nasci do amor antigo do Kiko e da Inês
Tu querias julgar com riso toda a minha insensatez
É por ter crias comigo, e agora conto com três
A saia da Carolina nunca aqui teve um cabide
E eu ando bem calçada vai perguntar ao David
Debaixo do meu hoodie não gosto de dar nas vistas
Por isso cancela as minhas entrevistas
Tenho sardas espalhadas como grãos de areia
Pedem-me uma canção eu tenho uma mão cheia
Por isso avisa o lagarto que o esmago com o pé
Não há tempo pra rastejos em terra de jacaré
Não há tempo pra bocejos quando o dia me chama
Eu vivo de fé, há que viva de fama
A saia não é de ninguém
Carolina oioai Carolina o aí meu bem

Cuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
A saia da Carolina ardeu no meio do mato
A história da Carolina é que ela agora veste fato

Sim Carolina oioai sim Carolina oai meu bem (x4)

sexta-feira, março 24, 2023

Com os Holandeses

Com os Holandeses é um livro do escritor português J. Rentes de Carvalho

Sinopse:

"Sobre o clima, os costumes, as manhas, a bruteza, os vícios, a má comida... A lista começou com Júlio César, alongou-se no decorrer dos séculos, tem casos extremos como o do mal-agradecido Voltaire que, em vez de dar graças pelo refúgio oferecido, sintetizou venenosamente os Países Baixos em "Canards, canaux et canailles". Jesuíta e diplomata, António Vieira disse pior, mas diplomaticamente. De facto são muitos os críticos mordazes de um país em que outros só vêem campos de tulipas, moinhos a rodar serenamente, montes de queijo, diques, água, abundância de belas raparigas loiras e desempenadas. Assim, o optimista Ramalho Ortigão escreveu a suave aguarela que, para muitas gerações, funcionou como relato exemplar de um país exemplar. O meu caso difere."

quinta-feira, março 23, 2023

Angola: Órfãos do 27 de Maio de 1977

Rui Coelho

Órfãos do 27 de maio de 1977 ainda esperam receber os restos mortais dos seus pais.

Se não assistiu ao noticiário das 20h da RTP 1, com uma reportagem da Cândida Pinto, sobre a exumação dos restos mortais de pessoas desaparecidas forçadamente, vítimas do terrorismo do Estado Angola nos anos 1977-1979, designado por 27 de Maio, pode fazê-lo clicando aqui.

Leia também, aqui, a página internacional do jornal Diário de Notícias que titula: ADN de ossadas desmente governo de Angola. Leia aqui a carta de revolta dos órfãos.

Completar-se-ão, em breve, 46 anos sobre os trágicos acontecimentos do 27 de maio de 1977, em Angola.

Para que não caia no esquecimento, a memória, a recordação e a saudade do meu irmão, Rui Coelho.

Cobardemente assassinado, foi uma, dos milhares de vítimas, desta tragédia.

Tinha 25 anos. Da sua execução não se sabem local, data ou circunstâncias.

Não teve direito a qualquer tipo de julgamento ou defesa. Não se conhecem termos de acusação: Qualquer tipo de pseudo - confissão, a existir, foi arrancada sob coação e tortura.

Rui Coelho nem sequer estava em Angola à data do 27 de Maio de 1977. Não teve hipótese de conhecer o filho que é um dos órfãos do 27 de Maio de 77. O seu assassinato aconteceu porquê? Para quê?

Violência? Terror? Ameaça? Atentado à vida e aos Direitos Humanos? Ou tudo isso junto?

Será demasiado querer saber porque morreu, e como morreu, o meu irmão? Será demasiado querer reaver os seus restos mortais e dar-lhe um enterro digno? Será demasiado exigirmos fazer, finalmente, o luto?

O Que Combinar Com A Cor Fúcsia?

Saiba o que combinar com a cor fúcsia, vendo mais um vídeo da influencer brasileira Luciane Cachinski.

Luciane Cachinski é uma influencer e youtuber brasileira que se dedica a transmitir ao público feminino, com um humor peculiar, o que aprendeu sobre moda durante 27 anos. 

Luciane é também proprietária da empresa Corte in Brazil, que fabrica, num pequeno atelier familiar, uma coleção feminina básica em malha. 

No vídeo de hoje Luciane Cachinski fala-lhe sobre combinações de cores que estão na moda, desmistificando algumas dificuldades. Hoje é a vez de uma cor linda: o Fúcsia.

Depois de assistir a este vídeo, vai passar a encarar esta cor com outros olhos. Acredite ou não, a cor fúcsia pode ser usada em qualquer estação! Este vídeo vai mostrar-lhe que existem muitas possibilidades de combinações!

quarta-feira, março 22, 2023

O Noruz

Noruz ou "Dia Novo" é uma festa tradicional da Ásia Central que celebra o Ano Novo do calendário persa - marcando a renovação da natureza (primeiro dia da primavera). A saudação usual nesta festividade é: Noruz Mubarak que significa Feliz Ano Novo

O Noruz pode acontecer no dia 20, 21 ou 22 de março do calendário Gregoriano, dependendo do momento em que ocorre o equinócio de primavera. 

A celebração do Noruz ocorre há pelo menos 3 000 anos e está profundamente enraizada nos rituais e nas tradições do Zoroastrismo. Atualmente, acontece em muitos países que fizeram parte dos antigos impérios iranianos ou que sofreram a sua influência. 

Assim, fora do Irão, é comemorado no Curdistão, no Afeganistão, na Albânia, nas antigas repúblicas soviéticas do Tajiquistão, Uzbequistão, Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, e ainda na Macedónia do Norte, na Turquia e no Turcomenistão) e também por várias comunidades de origem iraniana, em todo o Médio Oriente. Além disso, o Noruz também é comemorado pelos parses zoroastrianos, na Índia.

O dia 21 de março foi proclamado Dia Internacional do Noruz pela Assembleia Geral das Nações Unidas, por iniciativa de vários países que compartilham este feriado, e foi inscrito, em 2009, na Relação Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, como uma tradição cultural observada por numerosos povos e que promove valores de paz e solidariedade entre gerações e dentro das famílias, bem como a reconciliação, a aproximação e a amizade entre diferentes povos.

Uma característica tradicional e específica deste período é a de se fazerem reuniões com a família e os amigos em volta de uma mesa decorada com objetos que simbolizam pureza, luminosidade, vida e prosperidade. Os participantes das celebrações vestem roupas novas e visitam vizinhos e parentes, principalmente os idosos. Também são feitos presentes, especialmente para as crianças, que geralmente consistem em objetos feitos por artesãos. Neste festival de Ano Novo há apresentações de música de rua e dança, ritos de água e fogo que são celebrados em público. Também são organizadas competições desportivas tradicionais, faz-se e vende-se artesanato diverso, etc.

Outra caractetística importante do Nortuz é o Haft sîn. O Haft sîn ou "sete sîn" é uma tradição ligada ao Noruz. No Ano Novo, sete itens, cujos nomes comecem com a letra sîn (ou seja s), devem ser dispostos sobre uma mesa ou sobre tapetes, num espaço reservado para receber convidados. Segundo a tradição, os sete itens são:

  • sabzeh - rebentos de trigo, cevada ou lentilha (a germinar) colocados num prato ou vaso, como símbolo do renascimento.
  • samanu - um doce feito de germe de trigo, simbolizando a afluência.
  • senjed -  o fruto seco da oliveira do paraíso (Eleagnus angustifolia), que simboliza o amor
  • sîr - o alho, que simboliza remédio ou cura
  • sîb - maçãs, que são o símbolo da beleza e da saúde
  • somaq- uma especiaria extraída dos frutos secos da Rhus coriaria, que simboliza o nascer do sol.
  • serkeh - o vinagre que simboliza a longevidade e a paciência.

Eventualmente, alguns elementos tradicionais podem ser substituídos por outros, cujo nome também comece com a letra sîn.

terça-feira, março 21, 2023

Certeza

Estamos já na Primavera. Hoje é o Dia Mundial da Poesia e o Dia Mundial da Árvore ou da Floresta. É também o Dia de Ano Novo ou Noruz no Irão, de acordo com o calendário persa. Celebremos, então, estas efemérides com uma belíssima poesia de Miguel Torga.

Sereno, o parque espera
Mostra os braços cortados,
E sonha a Primavera
Com seus olhos gelados.
É um mundo que há-de vir
Naquela fé dormente;
Um sonho que há-de abrir
Em ninhos e sementes.

Basta que um novo Sol
Desça do velho céu,
E diga ao rouxinol
Que a vida não morreu.

Miguel Torga

segunda-feira, março 20, 2023

Escher: Autorretrato em Esfera Espelhada (1935)

MC. Escher: Autorretrato
Hoje proponho-lhe que conheça o Autorretrato em Esfera Espelhada (1935) do artista  HMC. Escher, 1898 - 1972.

Escher foi um artista gráfico holandês, conhecido pelos trabalhos em xilogravura e litogravura que representam obras fantásticas, incomuns, com várias perspectivas, geradoras de ilusão de ótica no observador. Foi considerado um artista matemático, sobretudo geométrico.

A primeira fase da obra de Escher foi o "Período das Paisagens" (1922-1937), época em que viveu na Itália.
No "Período das Metamorfoses"(1937-1945), é quando uma forma ou objeto eram transformados em algo completamente diferente – tornando-se um dos temas favoritos de Escher.


A terceira fase foi o "Período das Gravuras Subordinadas à Perspectiva" (1946-1956). 

A quarta fase da obra de Escher foi o "Período da Aproximação ao Infinito" (1956-1970).

Escher deixou uma produção de 448 litografias e xilogravuras e mais de 2 mil desenhos e esboços, além de ter ilustrado livros, tapeçarias, selos e murais.

domingo, março 19, 2023

My Father's Eyes

Hoje, Dia do Pai, fique com My Father's Eyes (vídeo oficial), na voz de Eric Clapton.

Sailing down behind the Sun
Waiting for my prince to come
Praying for the healing rain
To restore my soul again

Just a toerag on the run
How did I get here?
What have I done?
When will all my hopes arise?
How will I know him?
When I look in my father's eyes
My father's eyes
When I look in my father's eyes
My father's eyes

Then the light begins to shine
And I hear those ancient lullabies
And as I watch this seedling grow
Feel my heart start to overflow

Where do I find the words to say?
How do I teach him?
What do we play?
Bit by bit, I've realized
That's when I need them
That's when I need my father's eyes
My father's eyes
That's when I need my father's eyes
My father's eyes

Then the jagged edge appears
Through the distant clouds of tears
I'm like a bridge that was washed away
My foundations were made of clay

As my soul slides down to die
How could I lose him?
What did I try?
Bit by bit, I've realized
That he was here with me
I looked into my father's eyes
My father's eyes
I looked into my father's eyes
My father's eyes

My father's eyes
My father's eyes
I looked into my father's eyes
My father's eyes