sábado, julho 17, 2010

O Esconderijo de Ana Cañas

Aprecie O Esconderijo da cantora Brasileira Ana Cañas, através do vídeoclipe oficial desta música, extraída do novo CD Hein? (2009). Este tema fez parte da banda sonora da novela "Viver a Vida" da Rede Globo que passou recentemente em Portugal.
Ana Cañas é uma jovem cantora brasileira (1980), que se estreou em 2007 no cenário musical, com o álbum Amor e Caos, cuja canção "Coração Vagabundo", de Caetano Veloso, fez um enorme sucesso. Esta cantora distinguiu-se, também, na internet com hits como "Super Mulher", "Devolve, Moço" e "Cade Você?".
Ana Cañas assume que sofre influência de nomes como: Beatles; Hendrix; Rita Lee; Nina Simone; Cobain; Mário Edson; Jimmy Page; Che; Brando; Fellini; Arnaldo Antunes; Miles Davis; Keith Richards, etc. Aproveite e aprecie o vídeoclipe.



sexta-feira, julho 16, 2010

LEMBRANÇA DA RIA DE FARO

Dunas atrás da casa

gafanhotos cor de

madeira cardos cor de areia

ao fim da tarde,



barcos na água rósea

onde a cidade, em frente à casa, cai


De madeira caiada a

casa está

sobre a areia, que escurece quando

a maré devagar desce na praia
Gastão Cruz - Crateras - Lisboa, Assírio & Alvim, 2000

quinta-feira, julho 15, 2010

Velha Chácara

A casa era por aqui…
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida… nos desenganos…)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa…

- Mas o menino ainda existe.
Manuel Bandeira

quarta-feira, julho 14, 2010

Tem Problemas de Espaço?

Hong Kong é uma das cidades com maior densidade populacional do mundo. O excesso de população e a falta de espaço, são problemas com que qualquer cidadão se depara, no seu dia a dia.
Em Hong Kong, por causa do problema do espaço, os apartamentos são minúsculos e muito caros.

Um jovem arquitecto, Gary Chang de seu nome, conseguiu projectar um pequeno apartamento de maneira a poder transformar-se em 24 diferentes "designs" ou opções de "assoalhadas". Só é possível, tudo isto, através da deslocação de painéis e paredes amovíveis.
Gary chamou a este projecto o "Transformador Doméstico". Se quiser ver mais algumas das chamadas Casas Verdes no Mundo, clique aqui. Entretanto, aprecie este pequeno apartamento em Hong Kong. É o que se chama aliar o pragmatismo e o conforto às necessidades da vida moderna.
Diga lá se, lá em casa, não lhe daria jeito ter algumas destas soluções?

terça-feira, julho 13, 2010

Passear pela Arte

Hoje proponho-lhe uma viagem à volta do mundo. Mas, esta é uma viagem diferente.
É uma viagem feita através de obras arquitectónicas localizadas em várias partes do mundo. Veja a beleza das linhas e através delas a criatividade e génio de alguns arquitectos. E por falar neles, quem não se lembra logo de Sisa Vieira, Soutinho, Cassiano Branco, Souto de Moura, Santiago Calatrava, Óscar Niemeyer, etc.

"Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein" (Óscar Niemeyer).

Óscar Niemeyer (1907) é um arquitecto brasileiro, considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Moderna internacional. Foi pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do cimento armado.
Os seus trabalhos mais conhecidos são os edifícios públicos que desenhou para a cidade de Brasília. Veja alguns deles na apresentação que escolhi para hoje.





segunda-feira, julho 12, 2010

Um Abraço, José

Um abraço a José Saramago, enviado por Mia Couto (escritor moçambicano):

"A morte só existe se há ausência. Para uns, como Saramago, não haverá nunca ausência. O escritor semeou-se tanto e por tantos outros que ele apenas mudou de presença. Não falo da escrita. Mas dos momentos em que ele se distribuiu, pessoa entre pessoas. Em mim, essa permanência faz-se de indeléveis momentos. Relembro aqui alguns desses episódios:"

Primeiro episódio (Maputo, finais de Novembro de 2000)
"José Saramago vem a Maputo lançar A Caverna. Uma semana antes da sua chegada, o jornalista Carlos Cardoso tinha sido assassinado. Para Saramago, a razão da sua viagem a Maputo já não é ele ou a sua obra. Horas depois de ter aterrado, a sua agenda é totalmente alterada. Sentado na varanda do seu hotel, José dá instruções sobre o que pretende. Horas depois visita a redacção do Metical, o jornal de que era director Carlos Cardoso. "Acima de tudo não podemos deixar que nos convençam que isto que aconteceu é episódico e acidental, como se houvesse um grupo descontrolado que, por uma qualquer razão, resolvesse cometer um crime", disse Saramago na ocasião.
Depois, segue com um batalhão de jornalistas para o local onde Cardoso tinha sido abatido a tiro. Ali mesmo fala para a imprensa, exalta a coragem e a lucidez como armas para preservarmos a humanidade. Visita a viúva de Cardoso, dá entrevistas, fala com escritores e artistas.
No dia seguinte, pede-me a mim para organizar encontros com membros do governo. Quer pressionar as autoridades para que encontrem os autores materiais e morais de ambos os crimes. Organizo um encontro com o primeiro-ministro de quem eu era amigo. Confesso-lhe os meus receios. O discurso de um estrangeiro, com exigências sobre a celeridade da justiça, não agradaria a dirigentes orgulhosos na recente conquista da Independência.
Confirmando os meus receios, na audiência, José Saramago não usa de panos quentes. As suas palavras são ásperas, certeiras, sem diplomacia. Pascoal Mocumbi, o primeiro-ministro, é um homem alto, tão alto como Saramago. Enfrenta-o, olhos nos olhos. Após um momento de silêncio, Mocumbi confessa: "Eu já o conhecia, já gostava de si. Agora gosto mais ainda." Começa então uma conversa franca que dissolve distâncias. Saramago e Mocumbi trocam confidências, como velhos amigos. No final, está acertado um outro momento para continuarem a amena cavaqueira: em Lanzarote, em casa de José e Pilar."

Segundo episódio (Cheias em Moçambique, 2000)
"As inundações de 2000 foram as piores nos últimos cem anos. Impotente, perante o drama que vivíamos, redigi um apelo para que as vítimas das cheias recebessem apoio internacional. Saramago respondeu-me no mesmo dia perguntando ao telefone, no seu habitual tom seco:
- Diz-me apenas o que tenho que fazer.
No instante seguinte, tinha transferido 25 mil dólares para uma conta que passaria a ser auditada por uma agência financeira internacional. Outros escritores lhe seguiram o exemplo. No final, havia dinheiro para erguer um centro de saúde em Chivonguene, nas margens do rio Limpopo.
Já em Maputo, meses depois, Saramago foi recebido por Helder Muteia, o então ministro da Agricultura. O governante pretendia expressar a Saramago a gratidão dos moçambicanos. Muteia é poeta. Organizou o encontro com um carinho que superava as obrigações protocolares. Escapou-lhe, por isso, a secura do escritor português durante todo o encontro. Ao lado de Saramago eu adivinhei-lhe a pressa: queria fugir aos agradecimentos. Para ele havia um dever de solidariedade que se explicaria melhor junto dos camponeses que beneficiaram do seu apoio. Já no final, em plenas despedidas, Saramago perguntou: "E que nome deram ao centro de saúde?" Imitando o tom seco do visitante, o ministro respondeu, quase displicente: "Chama-se Levantado do Chão." Saramago parou, fulminado pela emoção. Gaguejou, baralhando letras e palavras. Por fim, confessa, em suspiro: "Caramba, homem, você comoveu-me!"

Terceiro episódio (Universidade de Évora, 1999)
"O abraço estava mal distribuído. Ele abraçou-me. Eu fui abraçado. A razão dessa troca desigual não era apenas de ordem física. Eu estava preso pela timidez, vivendo um momento inusual, num território estranho. A pergunta de Zeferino Coelho, no dia anterior, ainda ecoava confusamente dentro de mim:
- Você importa-se que José Saramago, depois da entrega do seu prémio, faça um debate público consigo?
O editor da Caminho conhecia antecipadamente a minha resposta: ter Saramago na cerimónia de entrega de um prémio era a impossível cereja por cima de um improvável bolo. Embalsamado num fato escuro, fui subindo a escadaria do edifício da universidade. E lá estava ele, no último degrau, com seu porte nobre, abraçando-me logo à chegada como se fosse ele o patrono do prémio. Para mim, aquele abraço era uma recompensa maior.
O programa era breve e, num instante, se iniciou a anunciada conversa entre mim e ele. O anfiteatro estava cheio, no pódio estava o Presidente da República de Portugal. A um certo momento, em tom paternal mas ríspido, Saramago admoestou-me: eu que deixasse essa "coisa" da biologia e me dedicasse apenas à escrita. Lembro-me do seu tom, peremptório: "Já te disse, a escrita pede tudo, não aceita partilhas."
Mas eu sabia que, também para ele, essa entrega à literatura não o ocupava com exclusividade. Saramago foi um cidadão do mundo, entregue a causas e debates, desdobrando-se em viagens e semeando presenças. Recordo ver uma fotografia sua, já doente e antevendo o fim, acarinhando Aminatou Haidar, activista pela independência do Sara Ocidental. Em greve de fome, Aminatou está frágil, quase desfalecida. Não menos frágil está José Saramago. Mas as mãos de José e de Aminatou amparando-se mutuamente geram a força de um infinito abraço."
Mia Couto

domingo, julho 11, 2010

Codinome Beija-Flor

Cazuza (Rio de Janeiro, 4/4/58 — 7/7/90) foi um cantor e compositor brasileiro que se tornou um símbolo da sua geração. Foi vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. A sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. As composições que se tornaram famosas enquanto vocalista dos Barão Vermelho são: "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".
Cazuza transformou-se num dos maiores ícones da música brasileira do final do século XX. .
Os sucessos musicais da sua carreira a solo são:"Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Pára" e "O Nosso Amor A Gente Inventa".
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boémio e polémico. A sua vida foi breve (32 anos) e intensa. A sete de Julho deste ano, ocorreu o 20º aniversário da sua morte.
Proponho-lhe que assista a dois vídeos. No 1º, Cazuza canta a música "Codinome Beija-Flor" no programa "Um Toque de Classe", de Cesar Camargo Mariano, na extinta TV Manchete (1986). O 2º é uma pequena homenagem feita por e para fãs do Cazuza.




Não perca agora a homenagem.