sábado, junho 21, 2025

Mulher com Sombrinha

"Mulher com Sombrinha", é uma obra de Claude Monet (1875).

Mulher com Sombrinha, pintura impressionista de Monet, é também conhecida como "O Passeio". Concluída em 1875, esta obra retrata a primeira esposa de Monet, Camille, e o seu filho Jean, num campo de papoulas perto de sua casa em Argenteuil, na França. Muitas das suas pinturas retratam a sua esposa, Camille. "Mulher com Sombrinha" captura a sensação de um momento fugaz, com Camille capturada num instante de movimento enquanto ela e o seu filho passeiam pelo campo.

Esta pintura, uma das mais conhecidas do pintor, mostra uma campina ensolarada de Argenteuil, região no subúrbio de Paris frequentada pela sua família de 1872 a 1878. A pintura é considerada uma das obras mais emblemáticas do impressionismo e um testemunho do talento de Monet. O quadro é uma interpretação despreocupada da natureza feita por um pintor tão preocupado com detalhes a ponto de dizer que gostaria de pintar "como canta um pássaro".

A pintura é um exemplo clássico do estilo impressionista, caracterizado por pinceladas soltas, cores vibrantes e uma representação efémera da luz e da atmosfera. Monet era um mestre em retratar a luz. As suas pinturas ao ar livre são marcantes e as pinceladas desestruturadas hipnotizam o observador, levando-o para dentro do quadro.

sexta-feira, junho 20, 2025

Noites de Luar no Morro da Maianga.

Noites de luar no Morro da Maianga.
Anda no ar uma canção de roda:
"Banana podre não tem fortuna
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..."

Moças namorando nos quintais de madeira
Velhas falando conversas antigas
Sentadas na esteira
Homens embebedando-se nas tabernas
E os emigrados das ilhas...
— Os emigrados das ilhas

Com o sal do mar nos cabelos
Os emigrados das ilhas
Que falam de bruxedos e sereias
E tocam violão
E puxam faca nas brigas...

O ingenuidade das canções infantis
Ó namoros de moças sem cuidado

Ó histórias de velhas
Ó mistérios dos homens

—Vida!:

Proletários esquecendo-se nas tascas
Emigrantes que puxam faca nas brigas
E os sons do violão
E os cânticos da Missão

Os homens
Os homens
As tragédias dos homens! 
Mário António (1934 - 1989)

Nota: Maianga significa lagoa, charco. E é a origem do nome deste bairro de Luanda, lugar onde até ao século XIX iam elefantes, antílopes e leões beber água. O que está na foto é uma estrutura em forma de poço largo que mantinha a água mais limpa.

quinta-feira, junho 19, 2025

O Viajante da Meia-Noite

 O Viajante da Meia-Noite (2019) é um documentário (EUA, Qatar) realizado por Hassan Fazili com roteiro de Emelie Mahdavian e que conta no elenco com o próprio Hassan Fazili.

Em O Viajante da Meia-Noite, uma família afegã regista, com os seus telemóveis, a angustiante travessia por vários países em fuga da guerra e da perseguição política. 

Este é um dos filmes, que faz parte do programa Porto/Post/Doc, que questiona as formas de movimento forçado e voluntário que marcam o nosso tempo.

Sinopse:
Um relato da saga, feito na primeira pessoa, do realizador afegão Hassan Fazili e da sua família na busca por asilo. Depois de ter chamado a atenção para os fundamentalistas altamente armados, com um documentário em 2015, sobre os combatentes Taliban, este grupo islâmico estabelece uma recompensa pela cabeça de Fazili. Não tendo outra opção senão fugir com sua esposa e duas filhas, narra com precisão as agruras pelas quais os refugiados passam diariamente, em vários pontos do mundo. 

quarta-feira, junho 18, 2025

Luz e Fé

 


Ouça o cantor angolano Paulo Flores em Luz E Fé (No Mwangolé).
"Mwangolé" significa angolano. Quando se referem a uma característica própria, os angolanos usam a palavra, por ex. "mwangolé gosta de dançar". Mas também pode ser usada como lugar, país, por exemplo "por estes dias faz calor na mwangolé".

terça-feira, junho 17, 2025

Algumas Expressões Populares

Algumas das expressões populares abaixo, foram passando de geração em geração, mantendo-se vivas através da oralidade.

Estas são apenas algumas das expressões que enriquecem o vocabulário português e fazem parte do nosso património linguístico. São termos carregados de história e de identidade, refletindo a forma peculiar e expressiva como os portugueses comunicam no dia a dia. 

Eis algumas (entre muitas outras) destas expressões populares que lhe podem soar familiarmente:

  • Andar à nora - Estar confuso ou desorientado.
  • Fazer das tripas coração - Esforçar-se ao máximo para alcançar algo.
  • Estar com os azeites - Estar irritado ou zangado.
  • Ter cá uma lata - Ser descarado ou atrevido.
  • Bater a bota - Falecer, morrer.
  • Dar de frosques - Fugir ou sair rapidamente de um local.
  • Ir a eito - Fazer algo de forma contínua, sem interrupções.
  • À grande e à francesa - Significa viver com luxo e ostentação (utilizada em Portugal desde a primeira invasão francesa - Junot - em 1807).
  • Está daqui! - Acompanhada por um leve puxar de orelha, esta expressão usa-se para mostrar agrado e assegurar que a comida está deliciosa!
  •  Estar com cabeça na lua ou estar no mundo da lua - Significa que uma pessoa está desatenta, distraída ou que é esquecida.
  • Quem anda à chuva, molha-se - Mostra, reafirmando, que todas as ações que escolhemos realizar, têm consequências. 
  • Chegar a roupa ao pêlo - Significa bater, agredir alguém. Normalmente, é utilizada em tom de brincadeira ou de aviso sobre determinados comportamentos, de pais para filhos.
  • Partir o côco a rir - Um coco é um fruto bastante rijo e difícil de partir. Requer alguma prática, perícia e um golpe certeiro. A expressão usa-se quando alguém ri tanto que perde o controlo de tanto rir. Basicamente, o riso é tão forte, que é capaz de partir um côco!
  • Ter a pulga atrás da orelha - Com origem misteriosa, vinculada a lendas de vikings, a expressão significa suspeitar de algo ou alguém, estando intrigado até obter uma resposta.

segunda-feira, junho 16, 2025

No Rancho Fundo

Ouça os cantores portugueses António Zambujo e Miguel Araújo em No Rancho Fundo (Coliseu do Porto - Oficial).

 No Rancho Fundo é um samba-canção resultado da parceria de Ary Barroso com Lamartine Babo, muito embora a melodia seja uma composição anterior do próprio Ary Barroso, que recebeu então letra de J. Carlos e que foi intitulada "Na Grota Funda". Impressionado com a música, Lamartine Babo escreveu novos versos e tendo-a batizado de "No Rancho Fundo".

No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as mágoas
Tendo os olhos rasos d'água

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a Lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro

Sem um aceno
Ele pega na viola
E a Lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno

No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia

Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira

Os passarinhos
Hibernaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza

Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê

Se Deus soubesse
Da tristeza lá da serra
Mandaria lá pra cima
Todo o amor que há na terra

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade

Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo

Se uma flor desabrocha
E o Sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena

domingo, junho 15, 2025

O Macramê

O macramê (do árabe makrama "guardanapo", "toalha" ou "franja") é uma técnica de tecelagem manual com a utilização de nós. Originalmente o macramê era usado para fazer franjas ou barras em lençóis, cortinas e toalhas. 

Os espanhóis aprenderam esta técnica com os mouros e espalharam-na pelo Europa do sul no início do século XIV. 

Era uma arte bem estabelecida em França já nos séculos XIV e XV, sendo conhecida como filet-de-Carnassière, tendo sido introduzida na Inglaterra no final de 1600. A palavra "filet-de-Carnassière" é um termo histórico para macramê (ou macramé), um tipo de artesanato que envolve a criação de padrões e peças que utilizam nós feitos com corda ou com fio. 

O macramê floresceu na Itália nos séculos XVII e XVIII e gozou de enorme popularidade.

As freiras de Espanha e de França, especialistas em todas as formas de bordar e fazer rendas, foram rápidas em ver todas as possibilidades deste tipo de nós decorativos e desenvolveram esta técnica havendo hoje várias pinturas que podem ser vistas em museus e catedrais, particularmente no hemisfério norte, que mostram peças de roupa e panos de altar com temas religiosos elaboradas em macramê.

Foi especialmente durante meados do século XIX, na Inglaterra vitoriana, que o macramê se popularizou como uma forma de artesanato complementar destinado à decoração de interiores. 

Este tipo de artesanato extremamente versátil está outra vez na moda, em peças decorativas como por exemplo: suportes de vasos para plantas, painéis de parede, carteiras, argolas de guardanapo, bases de copos ou de jarros, porta chaves, cortinas em macramé, caminhos de mesa, cabeceiras de cama em macramé, etc.
Assista agora a um vídeo sobre O Macramê Passo a Passo: O Nó quadrado.
E agora veja um vídeo sobre o Macramê e a Decoração. 
E agora assista a uma aula sobre Macramé para Iniciantes.