sábado, maio 17, 2025

Hallerbos ou a Floresta Azul

Hallerbos, fica situada no município de Halle, na região da Flandres, é uma floresta antiga com cerca de 552 hectares. É considerada uma das mais belas atrações naturais da Bélgica. A Floresta de Hallerbos, fica apenas a 14 quilómetros da cidade de Bruxelas.

Hallerbos, também é conhecida como a Floresta Azul, porque durante algumas semanas por ano, se transforma num lugar fora do comum, como pode ver nas imagens. 

Na primavera, o chão de Hallerbos cobre-se de milhares de flores azuis que o transformam num espaço de uma beleza extraordinária.

Mas que flores são estas, que transformam esta floresta num cenário de filme?  

São os jacintos selvagens conhecidos como bluebells, que cobrem o chão da floresta, criando um tapete de uma cor azul maravilhosa. As flores florescem geralmente entre meados de abril e início de maio. Este fenómeno atrai, todos os anos, centenas de turistas.

Hallerbos tem vários trilhos de caminhada e também pode ser percorrida de bicicleta ou até a cavalo. Além das flores azuis, há uma infinidade de animais para admirar, incluindo veados, raposas, esquilos, lebres selvagens e mais de 100 espécies diferentes de aves.

sexta-feira, maio 16, 2025

Caminhada pelo Penhasco em Pourville

"Caminhada pelo Penhasco em Pourville", é uma obra de Claude Monet (1882). 

Claude Monet (1840 - 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.

Pourville, uma comuna no interior da Normandia, serviu de inspiração a Monet. Pourville é uma pequena aldeia costeira na Normandia, França, conhecida pelas suas falésias e praias. A aldeia é hoje um local famoso por ter sido retratada em várias pinturas de Claude Monet. Ele gostava do local e sobretudo dos penhascos cobertos de flores.  

A pintura retrata duas mulheres (provavelmente a sua segunda esposa, Alice, com a sua filha) explorando os cantos e recantos encantadores dessa ensolarada localidade litoral. Monet passou uma temporada de alguns meses nesse lugar. 

O vento e o movimento da cena são transmitidos com pinceladas fortes, estrategicamente posicionadas para ressaltar o verão e equilibrar as proporções da composição. 

Recentemente, técnicos fizeram um exame de raio-x na pintura e descobriram que o penhasco secundário foi uma adição tardia à tela, pois não fazia parte do projeto original.

quinta-feira, maio 15, 2025

O Responso ao Cobrão

O cobrão é o nome que o povo dá a uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento de pequenas vesículas que surgem, segundo a crença, devido à circunstância das roupas interiores, quando se encontram a secar, terem estado em contacto com qualquer bicho peçonhento: cobra, osga, lagarto ou lagartixa, bichos esses que nelas deixaram, como se diz em Cebolais de Cima, o seu rastejo.

É o veneno contido nesse rasto que, em contacto com a pele, desencadeia a doença. Para curar o doente rezava-se um responso.

O cobrão nada mais é que a designação para a zona (Herpes zoster), uma erupção cutânea (que dá muitas dores) provocada pelo mesmo vírus que origina a varicela.

O responso ao cobrão (ou sapoulo, lagartão, etc.) é uma forma de reza ou "ensalmo" tradicionalmente utilizada em Portugal para afastar o "cobrão" ou outras coisas semelhantes. 

O ritual consiste em rezar uma oração (como pode ver nos vídeos abaixo) e, ao mesmo tempo, fazer o sinal da cruz com um objeto (faca, espeto) sobre a área afetada, imaginando-se que se está a cortar o "cobrão".

O gesto enfeitiçante é o sinal da cruz: ao fazer-se a cruz sobre qualquer coisa atraem-se as forças mágicas dos quatro pontos cósmicos, ideia reforçada pelo facto de o sentido esquerda - direita, ao qual o sinal da cruz obedece, representar simbolicamente o passar da morte à vida.

A utilização do mel e das cinzas das réstias de alho, em conjunto com a fórmula libertadora, mostra uma dupla intenção: a de desligar a pessoa do mal, por um lado, e a de curar, por outro com o auxílio do mel e das cinzas das palhas de alho.
Fonte deste último texto: "Dança, Canto e Trajos no Concelho de Castelo Branco", Adelino José Henrique Carrilho e Mónica Liliana Martins Henrique Carrilho.

O responso que se segue, serve para cortar o cobrão, e ainda é utilizado na Ferraria de São João. Este responso deve ser efetuado com um espeto de madeira, previamente afiado com uma faca, fazendo sucessivos sinais da cruz sobre o local de ocorrência do cobrão.

É cobra ou cobrão ou sapoulo ou sapolão.
Eu te corto o vão, o são, a raíz do espinhaço e
adiante não vás, atrás não voltes,
onde estás, aí morras.
Veja agora um outro responso ao cobrão rezado por Esmeralda Martins.
@verdades__ocultas Responso ao cobrão Esmeralda Martins #portugal🇵🇹 #memorias #antigas #portugueses #tradicoesantigas #CapCut ♬ son original - Verdade"quase"Oculta
E agora o responso de Isaura Marta.
@verdades__ocultas Tirar o cobrão com Isaura Marta #portugal🇵🇹 #memorias #portugueses #verdadesquaseoculta #antigas #tradicoesantigas #orgulho #CapCut ♬ son original - Verdade"quase"Oculta

quarta-feira, maio 14, 2025

O Pássaro de Dentro

 O Pássaro de Dentro é um filme - curta-metragem de animação - de Laura Anahory, produzido pela Escola das Artes da Universidade Católica do Porto (Portugal). 
 "O Pássaro de Dentro", foi selecionado pela La Cinef da edição de 2025 do Festival de Cannes. La Cinef é uma secção oficial do Festival de Cannes dedicada a descobrir e apoiar novos talentos do cinema mundial. 
Laura Anahory realizou duas curtas metragens animadas - "House on the Hilltop" (2023) e "O Pássaro de Dentro" (2024) - e um genérico promocional para o Cinanima em 2024.

Sinopse:
Esta curta-metragem é animada em 2D e mixed media, explorando as lutas diárias da saúde mental, e as suas manifestações no corpo físico. 
Esta curta metragem segue uma mulher e o pássaro que vive dentro dela, e como a incapacidade que os dois têm de coexistir causa danos físicos no corpo dela.
O filme surge motivado pela necessidade pessoal e íntima de representar o grande esforço necessário para manter o equilíbrio entre a saúde mental e física. Já a técnica usada pretende explorar a elasticidade da animação para abordar, no exagero do corpo metamórfico animado, a relação íntima do corpo e mente.

terça-feira, maio 13, 2025

I Left My Baby

Ouça Jimmy Rushing em "I Left My Baby" (música e letra de Count Basie). Jimmy Rushing foi um cantor e pianista de blues e jazz. Ficou conhecido, também, por ser o vocalista da Orquestra de Count Basie.

I left my baby
Standing in the back door cryin'
I left my baby
Standing in the back door cryin’
She said, Baby you got a home
Just as long as I got mine

When I leave you baby
Count the days I'm gone
When I leave you baby
Count the days I'm gone
Where there ain’t no love
There ain't no getting along

segunda-feira, maio 12, 2025

Sabe O Que Significa Gabiru?

 Sabe o que significa o termo Gabiru?

A palavra "Gabiru" foi introduzida no Porto no século XIX, trazida pelos portugueses que regressavam do Brasil. Originalmente, o termo significava "rato", um animal conhecido pela sua agilidade e esperteza.

Assim, um "gabiru" designa uma pessoa astuta, finória, que se aproveita das situações de forma sorrateira, podendo até ter um comportamento provocador. Atualmente, a palavra é usada muitas vezes com um tom jocoso para descrever alguém que age de forma manhosa ou oportunista. É comum ouvir-se no Porto (e no resto do país) que alguém "anda feito gabiru", referindo-se a uma pessoa que está sempre a tentar safar-se com artimanhas.

Se alguma vez ouviu dizer que alguém estava "armado em gabiru", já sabe o que significa e a origem deste termo tão peculiar.

domingo, maio 11, 2025

Ribeira

Mãe do olhar sem retorno
e da pedra levantada.
Mãe do embalo das águas
limando as arestas do cais.
Mãe dos barcos encalhados
nos baixios da memória.
Mãe dos muros, das colmeias,
do arco de ferro sombrio.
Mãe da luz e da neblina
e das águas sublevadas.
Mãe das refregas perdidas
e da dor dos afogados.
Mãe das vozes estridentes
e dos amantes sem horas.
Mãe dos velhos que beberam
a última gota de céu.
Mãe dos homens que partiram
e daqueles que voltaram.
Mãe das mulheres que acendem
o lume primeiro do dia.
Mãe dos meninos nascidos
da verde placenta do rio.
João Pedro Mésseder - Porto Porto, V. N. Gaia, Calendário das Letras, 2009