Herzog nasceu na cidade de Osijek, na então Jugoslávia, em 1937, filho de um casal de origem judaica. Durante a Segunda Guerra Mundial, para escapar ao antissemitismo praticado pelo estado da Croácia, então controlado pela Alemanha Nazi, a família fugiu para a Itália, onde viveu clandestinamente até imigrar para o Brasil.
Naturalizado brasileiro, Vladimir tinha uma enorme paixão pela fotografia, atividade que exercia em virtude dos seus projetos cinematográficos.
Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura e também foi professor de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).
O nome de Vladimir tornou-se central no movimento pela restauração da democracia no país após 1964. Militante do Partido Comunista Brasileiro, foi torturado e assassinado pelo regime militar brasileiro nas instalações do DOI-CODI, no quartel-general do II Exército, no município de São Paulo, após se ter apresentado voluntariamente ao órgão para "prestar esclarecimentos" sobre as suas "ligações e atividades criminosas".
O jornalista foi procurado na noite anterior no seu local de trabalho por dois agentes que pretendiam levá-lo para "prestar depoimento" sobre as suas supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro, agremiação que funcionava na clandestinidade desde o golpe militar de 1964. Após uma tensa negociação,Vlado comprometeu-se a apresentar-ser espontaneamente na manhã seguinte.
"Chegou à sede DOI-CODI, às 8 horas, levado pelo jornalista Paulo Nunes, que cobria a área militar na redação da Cultura e dormira na casa do diretor da TV naquela noite para assegurar que ele se apresentaria na instalação militar logo cedo. Nunes foi dispensado na recepção e Vlado encaminhado para interrogatório. Foi então encapuzado, amarrado a uma cadeira, sufocado com amoníaco, submetido a espancamento e choques elétricos, conforme o manual ali praticado e seguindo a rotina a que foram submetidos centenas de outros presos políticos nos centros de tortura criados pela ditadura e financiados em boa parte por empresários que patrocinavam ações repressivas e de violação dos Direitos Humanos, como a Operação Bandeirante.
