sábado, junho 10, 2023

Luís de Camões e Os Lusíadas


O dia 10 de junho é feriado nacional em Portugal: é o Dia de Portugal, de Camões, e das Comunidades Portuguesas.

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Assista hoje a mais um vídeo do Portuguese With Leo, onde Leonardo Coelho lhe fala sobre o nosso poeta Luís de Camões e Os Lusíadas.

Neste vídeo Leonardo Coelho explica quem foi Camões e fala-lhe sobre a sua vida e sobre a sua obra-prima: a epopeia Os Lusíadas.

sexta-feira, junho 09, 2023

O Bairro Grandela (ou Grandella)

Com certeza que ao passar pela Estrada de Benfica (freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa) já reparou neste bairro. É constituído por um conjunto de casas pequenas e airosas e 2 imponentes fachadas neoclássicas. 

O Bairro Grandela é um bairro operário da primeira década do século XX, mandado construir por Francisco de Almeida Grandella para alojar as famílias dos empregados dos Armazéns Grandella (atuais Armazéns do Chiado), de que era proprietário.

O bairro tem uma frente superior a 80m, virada para a Estrada de Benfica, com duas fachadas em forma de pórticos neoclássicos que rematam dois quarteirões com cerca de 90m de profundidade. As casas e infraestruturas circundantes -  mais de 80 casas divididas em dois quarteirões - incluíam uma escola própria e um infantário. 

A organização do bairro traduzia a posição dos moradores nas empresas, sendo as casas com entrada pelas ruas exteriores do bairro destinadas aos empregados das categorias mais baixas e as com acesso a partir da rua central destinadas aos das categorias mais elevadas.

Classificado como Imóvel de Interesse Público em 1984, o bairro é uma espécie de cápsula do tempo no meio de São Domingos de Benfica. Na fachada do edifício principal é possível encontrar o lema do grande empreendedor lisboeta do início do século XX: "Sempre por Bom Caminho e Segue".

Na antiga escola do bairro está instalada uma das secções da Biblioteca - Museu República e Resistência da Câmara Municipal de Lisboa.

quinta-feira, junho 08, 2023

O Corpo de Cristo ou Corpus Christi


(expressão latina que significa Corpo de Cristo ou Corpo do Senhor), e generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma comemoração litúrgica das igrejas Católica Apostólica Romana e Anglicana (esta última, até 1548) que ocorre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes

Em muitas cidades portuguesas e brasileiras, é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes coloridos de flores e desenhos de inspiração religiosa, costume este, iniciado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. 

Em Portugal este dia, tradicionalmente, é feriado. Entre 2013 e 2015, o feriado foi retirado, mas regressou em 2016. 

Neste dia, em todas as 20 dioceses de Portugal fazem-se solenes procissões a partir da igreja catedral, tal como em muitas outras localidades, que são muito concorridas. Estas procissões atingem o seu esplendor máximo em Braga, Porto e Lisboa.

Assista em baixo à Procissão do Corpo de Deus, em Barcelos, que contou com a presença das 89 paróquias (16 Junho 2022). Esta procissão realiza-se tradicionalmente de 2 em 2 anos. 

A procissão seguiu até à Igreja Matriz de Barcelos, contando com a presença dos estandartes do Santíssimo Sacramento ou do Sagrado Coração de Jesus das 89 paróquias do arciprestado (o maior de Portugal).


E agora assista  à Coca de Monção em 2021. A secular festa do "Corpo de Deus – Coca de Monção" não é só o mais peculiar ritual de Monção, onde o sagrado e o profano se cruzam, como também, um dos eventos mais relevantes do seu calendário cultural, que valoriza a etnografia popular e afirma a identidade coletiva do povo e território monçanense.

quarta-feira, junho 07, 2023

O Sati

Sati ou suttee é um antigo costume existente entre algumas comunidades hindus, hoje em dia proibido pelas leis do Estado Indiano (datando a atual legislação indiana que o proíbe apenas de 1987), que obrigava (no sentido honroso, moral, e de prestígio) a esposa viúva devota, a sacrificar-se viva na fogueira da pira funerária do marido, morto.

O termo deriva do nome original da deusa Sati, também conhecida como Dakshayani, que se auto imolou, porque foi incapaz de suportar a humilhação do seu pai Daksha, por viver quando o seu marido Shiva morreu. O termo também pode ser usado para referir-se à viúva. O termo sati agora é às vezes interpretado como mulher honesta. 

O sati era supostamente uma prática que deveria ser voluntária mas sabe-se que muitas vezes foi forçado, nas mulheres do subcontinente indiano. Deixando de lado a questão da pressão social, existem muitos relatos de suicídios forçados de mulheres neste ambiente sociocultural.

O espetáculo de viúvas devoradas pelas chamas constituiu, compreensivelmente, objeto de choque para numerosos viajantes que visitaram o subcontinente ao longo dos séculos. 

Os principais visitantes estrangeiros que deixaram registos desta prática eram da Ásia Ocidental, a maioria muçulmanos, e mais tarde, os europeus. Ambos os grupos ficaram fascinados com a prática, às vezes descrita como horrível, mas também, muitas vezes descrita como um ato de devoção incomparável.

Ibne Batuta descreve a cena, mas disse que ele caiu ou desmaiou e teve que ser levada para longe do local. Artistas europeus no século XVIII produziram muitas imagens para os seus próprios mercados nativos, mostrando as viúvas como as mulheres heroicas e exemplares, moralmente.

Entre outros exploradores europeus, o português Barbosa visita o império Vijayanagar, em 1510, onde presencia um sati, uma prática que segundo ele era prevalente na comunidade xátria (casta de guerreiros).

Motivo relevante para a sobrevivência desta prática foi a tolerância, e até apoio, que lhe prestaram as diversas autoridades, nomeadamente as inglesas, ao longo do tempo. Contudo, é de salientar que na Índia portuguesa, o Sati foi banido logo em 1510, por Afonso de Albuquerque ("Frequentemente nomeou locais para cargos da administração portuguesa e não interferiu nas tradições, com excepção do "sati", a imolação das viúvas, que proibiu"). 

Sati - Pintura do séc. XIX

A religião sique proíbe, expressamente, esta prática desde a origem do Siquismo. Como o Islão acabou por se estabelecer em parte do subcontinente, as opiniões sobre o sati mudaram e cada vez mais foi sendo considerada uma prática bárbara. 

Apesar da proibição governamental, existem dezenas de relatos de ocorrências de satis nas últimas décadas. Algumas tão recentes quanto a referente ao ano 2006. A erradicação de uma prática cultural tida como nobre exige um esforço contínuo por parte das autoridades oficiais.

terça-feira, junho 06, 2023

Fado da Despedida


Ouça o cantor, poeta e compositor português Luiz Goes (1933 - 2012), no fado de Coimbra: Fado da Despedida. 

O Fado da Despedida tem letra de João Conde Veiga , música de Luíz Goes e arr. de António Portugal. Os músicos são António Portugal, António Brojo, Rui Pato, Aurélio Reis e Luís Filipe (Tempos de Coimbra, Aula Magna, 1989).

segunda-feira, junho 05, 2023

Sabe Como se Chamam as 7 Colinas de Lisboa?

Localização das colinas
Sabe como se chamam as 7 colinas de Lisboa?

É sempre difícil recordarmo-nos de todas. Fica sempre a faltar o nome de uma ou duas colinas, não é? 

Para que nunca se esqueça, as sete colinas de Lisboa são: São Jorge, São Vicente, Sant’Ana, Santo André, Chagas, Santa Catarina e São Roque. Aproveite as dicas que aqui lhe deixo e passeie por Lisboa.

São Jorge (3) é a colina mais alta e abrange os bairros da Mouraria e uma parte de Alfama, assim como a zona do Castelo de São Jorge. Dentro do Castelo não deixe de visitar a Torre de Ulisses e o seu periscópio.

Aqui existem as primeiras casas que deram origem à cidade de Lisboa. Tem também uma das melhores vistas da cidade.

São Vicente (6) é onde fica o centro do bairro de Alfama e a Igreja de São Vicente de Fora.

É onde acontece também a Feira da Ladra (no Campo de Santa Clara), que é uma excelente proposta de passeio para 3ª feira e sábado.

Sant’Ana (1) talvez seja a colina mais central de Lisboa. Começa na Praça da Figueira e acaba no Jardim do Torel.

Daqui podemos ver a colina de São Roque de uma perspectiva diferente! É conhecida como a "colina da saúde", por ter o Hospital de São José construído no Martim Moniz, na base na colina.

A colina de Santo André (7) abrange a zona da Graça e a Calçada de Santo André.

Aqui lhe deixo outra excelente proposta de fim de semana: apanhar o elétrico 28 e visitar o miradouro da Graça.

Chagas (4) é o nome dado à zona do Largo do Carmo, com o seu convento. Este nome foi dado pelos marinheiros da rota da Índia, em homenagem às chagas de Cristo. Aqui fica, também, um lugar especial: o elevador de Santa Justa.

Santa Catarina (2) - Indo desde o Largo Camões até à Calçada do Combro, a colina de Santa Catarina tem em si um dos locais mais bonitos de Lisboa para ver o pôr do sol: o Adamastor, também conhecido como Miradouro de Santa Catarina.

Por fim, mas não menos importante, a colina de São Roque (5). Vizinha da colina de Santa Catarina, é casa do Miradouro São Pedro de Alcântara e do Bairro Alto.

domingo, junho 04, 2023

A Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto

Descobri aqui em casa, um tecido de chita, com o carimbo da Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto. Vai daí, resolvi pesquisar na net a Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto. Esta não é uma chita de Alcobaça, mas, também é uma chita com história. Aqui vai o que descobri, juntamente com as fotos da fábrica, deste belo tecido e do respetivo carimbo).

"Quanto à indústria e em particular a têxtil algodoeira, também a sua história e os seus trajectos espaciais encontram nesta área (na Rua de Fernandes Tomás, em frente da antiga Praça do Bolhão) um caso paradigmático das suas vicissitudes. Aqui existiu a maior fábrica setecentista, destruída pelos franceses - a de Clamouse Browne e aqui surgiu a primeira fiação a vapor na que é seguramente a mais antiga fábrica de fiação e tecidos da cidade, actualmente ainda em actividade (?) - a Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto, S.A., com as suas mais remotas origens também no século XVII". Texto de Maria Madalena Magalhães - 1992

"Jacinto da Silva Pereira, natural de São Vicente de Pereira, de aprendiz na Fábrica de Bernardo de Clamouse Browne e Comp.", tornara-se foreiro da Colegiada em 1804, sendo-lhe emprazados três chãos para casas e quintais nos Passais de Baixo. Aqui construirá a sua primeira "fábrica", enquanto edifício expressamente destinado à produção de tecidos, separado fisicamente da casa onde viverá. 

Um facto distingue, à partida, a Fábrica do Jacinto: é a única que consta de todos os inquéritos industriais do século dezanove, manuscritos ou publicados, desde o Mapa de 1812 - Mappa Geral Estatístico que representa as Fabricas do Reino até ao Inquérito de 1892".