sábado, setembro 24, 2022

Fernando de Noronha: O Paraíso É Aqui!

Baía dos Porcos

Fernando de Noronha é um arquipélago brasileiro (estado de Pernambuco) situando no Oceano Atlântico, a nordeste do Brasil, e distando 545 km da capital pernambucana, Recife. É formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica. Ocupa uma área total de 26 km² -  dos quais 17 km² fazem parte da ilha principal O centro comercial da ilha principal (Fernando de Noronha) é o núcleo urbano de Vila dos Remédios. 

Para preservar o seu ecossistema e o seu charme só são autorizados 700 visitantes por dia na ilha. Assim, Fernando de Noronha é considerado um dos destinos mais exclusivos do Brasil, e faz parte de um parque marinho protegido.

Na ilha há praias para todos os gostos: que vão do silêncio da Baía do Sueste, com águas rasas e claras, até à adrenalina de Cocimba do Padre, uma meca para os surfistas, graças às suas ondas de até 5 metros de altura, passando pela maravilhosa Baía dos Porcos, "vigiada" pela famosa e muito fotografada formação rochosa de "Dois Irmãos", onde não se podem praticar desportos aquáticos para não perturbar a paz do lugar. E depois há a Praia do Sancho, eleita a praia mais bonita do mundo em 2019!

Avistada pela primeira vez entre 1500 e 1502, tem sua descoberta atribuída a uma expedição comandada pelo explorador Fernão de Loronha/Noronha, porém é certo que o primeiro a descrevê-la foi Américo Vespúcio, em expedição realizada entre 1503 e 1504. Primeira capitania hereditária do Brasil, o arquipélago sofreu constantes invasões de ingleses, franceses e holandeses entre os séculos XVI e XVIII. 

Em 1942, com a Segunda Guerra Mundial, o arquipélago tornou-se território federal, cuja sigla era FN, passando a servir como base avançada de guerra. 

Pôr do sol na praia da Conceição 

Após uma campanha liderada pelo ambientalista José Truda Palazzo Júnior, em 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 11 270 ha, para a proteção das espécies endémicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris), que se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos — o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta. 

No ano de 2001 a UNESCO declarou Fernando de Noronha, Património Natural da Humanidade. A fauna é tão rica que pesquisadores continuam a descobrir novas espécies endémicas de peixes na região - em 2020, uma expedição descobriu quatro novas espécies de peixes ainda não descritas pela ciência.

A melhor descrição para Fernando de Noronha é: o paraíso é aqui!

Não acredita? Então veja os vídeos abaixo. Não perca esta oportunidade.


E o segundo episódio.

sexta-feira, setembro 23, 2022

Lygia Clark

Lygia Clark (1920 - 1988), foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se autointitulava "não artista".

Lygia foi uma artista visual, pintora, escultora, desenhadora, psicoterapeuta e professora de artes plásticas brasileira.

Fez parte do neoconcretismo e a partir da década de 1960, começou a trocar a pintura pela experiência com objetos tridimensionais.


Após ir para a Europa, o seu trabalho passou a focar-se em expressões corporais. As suas obras renderam-lhe reconhecimento internacional a partir de 1980 e é considerada uma das mais importantes artistas brasileiras do século 20. 

quinta-feira, setembro 22, 2022

Alex & Anny


Assista ao Quadro Russo do Maior Cabaret Do Mundo.

O talento, a graça, a poesia e mesmo um toque de humor de Alex & Anny. Um número muito completo mas... impróprio para cardíacos. 

Belíssimo. Não deixe de o ver.

quarta-feira, setembro 21, 2022

Sopra o Vento

Ouça a fadista portuguesa Joana Amendoeira em Sopra o Vento (poema de Fernando Pessoa).

Sopra o vento, sopra o vento

Sopra alto o vento lá fora

Mas também meu pensamento

Tem um vento que o devora


Há uma íntima intenção

Que tumultua o meu ser

E faz do meu coração

O que um vento quer varrer


Não sei se há ramos deitados

Abaixo no temporal

Se pés do chão levantados

Num sopro onde tudo é igual


Dos ramos que ali caíram

Sei só que há mágoas e dores

Destinadas a não ser

Mais que um desfolhar de flores


Sopra o vento, sopra o vento

Sopra alto o vento lá fora

Mas também meu pensamento

Tem um vento que o devora


Sopra o vento, sopra o vento

Sopra alto o vento lá fora

Mas também meu pensamento

Tem um vento que o devora

terça-feira, setembro 20, 2022

Ditados Populares Portugueses

Hoje deixo-lhe aqui esta lista exaustiva de Ditados Populares Portugueses.

"A ambição cerra o coração

A pressa é inimiga da perfeição

Águas passadas não movem moinhos

Amigo não empata amigo

Amigos amigos negócios à parte

Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura

A união faz a força

A ocasião faz o ladrão

A ignorância é a mãe de todas as doenças

Amigos dos meus amigos, meus amigos são

A cavalo dado não se olha a dente

Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo

Antes só do que mal acompanhado

A pobre não prometas e a rico não devas.

A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina

A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo

A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado

A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha

A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata

A necessidade aguça o engenho

A noite é boa conselheira

A ocasião faz o ladrão

A preguiça é mãe de todos os vícios

A palavra é de prata e o silêncio é de ouro

A palavras (ocas|loucas) orelhas moucas

A pensar morreu um burro

A roupa suja lava-se em casa

Antes só que mal acompanhado

Antes tarde do que nunca

Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam

Ao rico não faltes, ao pobre não prometas

As palavras voam, a escrita fica

As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm umas atrás das outras

Até ao lavar dos cestos é vindima

Água e vento são meio sustento

Águas passadas não movem moinhos

Boi velho gosta de erva tenra

Boca que apetece, coração que padece

Baleias no canal, terás temporal

Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia

Boa romaria faz, quem em casa fica em paz

Boda molhada, boda abençoada

Burro velho não aprende línguas

Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura

Cada cabeça sua sentença

Chuva de São João, tira vinho e não dá pão

Casa roubada, trancas à porta

Casarás e amansarás

Criou a fama, deite-se na cama

Cada qual com seu igual

Cada ovelha com sua parelha

Cada macaco no seu galho

Casa de ferreiro, espeto de pau

Casamento, apartamento

Cada qual é para o que nasce

Cão que ladra não morde

Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato

Com vinagre não se apanham moscas

Coma para viver, não viva para comer

Com o direito do teu lado nunca receies dar brado

Candeia que vai à frente alumia duas vezes

Casa de esquina, ou morte ou ruína

Cada panela tem a sua tampa

Cada um sabe as linhas com se cose

Cada um sabe de si e Deus sabe de todos

Casa onde entra o sol não entra o médico

Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém

Cesteiro que faz um cesto faz um cento,se lhe derem verga e tempo

Com a verdade me enganas

Com papas e bolos se enganam os tolos

Comer e o coçar o mal é começar

Devagar se vai ao longe

Depois de fartos, não faltam pratos

De noite todos os gatos são pardos

Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra

De Espanha nem bom vento nem bom casamento

De pequenino se torce o pepino

De grão a grão enche a galinha o paparrão

Devagar se vai ao longe

De médico e de louco, todos temos um pouco

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és

Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'

Depressa e bem não há quem

Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer

Depois da tempestade vem a bonança

Da mão à boca vai-se a sopa

Deus ajuda, quem cedo madruga

Dos fracos não reza a história

Em casa de ferreiro, espeto de pau

Enquanto há vida, há esperança

Entre marido e mulher, não se mete a colher

Em terra de cego quem tem olho é rei

Erva daninha a geada não mata

Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

Em tempo de guerra não se limpam armas

Falar é prata, calar é ouro

Filho de peixe, sabe nadar

Gaivotas em terra, tempestade no mar

Guardado está o bocado para quem o há de comer

Galinha de campo não quer capoeira

Gato escaldado de água fria tem medo

Guarda o que comer, não guardes o que fazer

Homem prevenido vale por dois

Há males que vêm por bem

Homem pequenino ou velhaco ou dançarino

Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto

Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles

Lua deitada, marinheiro de pé

Lua nova trovejada, 30 dias é molhada

Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão

Longe da vista, longe do coração

Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar

Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital

Manda quem pode, obedece quem deve

Mãos frias, coração quente

Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha

Mais vale cair em graça do que ser engraçado

Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo

Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto

Madruga e verás trabalha e terás

Mais vale um pé no travão que dois no caixão

Mais vale uma palavra antes que duas depois

Mais vale prevenir que remediar

Morreu o bicho, acabou-se a peçonha

Muita parra pouca uva

Muito alcança quem não se cansa

Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá

Muito riso pouco siso

Muitos cozinheiros estragam a sopa

Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe

Nuvem baixa sol que racha

Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu

Nem tudo o que reluz é ouro

Não há bela sem senão

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Não há fome que não dê em fartura

Não vendas a pele do urso antes de o matar

Não há duas sem três

No meio é que está a virtude

No melhor pano cai a nódoa

Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes

Nem oito nem oitenta

Nem tudo o que vem à rede é peixe

No aperto e no perigo se conhece o amigo

No poupar é que está o ganho

Não dá quem tem, dá quem quer bem

Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça

O saber não ocupa lugar

Os cães ladram e caravana passa

O seguro morreu de velho

O prometido é devido

O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura

O segredo é a alma do negócio

O bom filho à casa retorna

O casamento e a mortalha no céu se talha

O futuro a Deus pertence

O homem põe e Deus dispõe

O que não tem remédio remediado está

O saber não ocupa lugar

O seguro morreu de velho

O seu a seu dono

O sol quando nasce é para todos

O óptimo é inimigo do bom

Os amigos são para as ocasiões

Os opostos atraem-se

Os homens não se medem aos palmos

Para frente é que se anda

Pau que nasce torto jamais se endireita

Pedra que rola não cria limo

Para bom entendedor meia palavra basta

Por fora bela viola, por dentro pão bolorento

Para baixo todos os santos ajudam

Por morrer uma andorinha não acaba a primavera

Patrão fora, dia santo na loja

Para grandes males, grandes remédios

Preso por ter cão, preso por não ter

Paga o justo pelo pecador

Para morrer basta estar vivo

Para quem é, bacalhau basta

Passarinhos e pardais,não são todos iguais

Peixe não puxa carroça

Pela boca morre o peixe

Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber

Pimenta no cu dos outros para mim é refresco

Presunção e água benta, cada qual toma a que quer

Quando a esmola é grande o santo desconfia

Quem espera sempre alcança

Quando um não quer, dois não discutem

Quem tem telhados de vidro não atira pedras

Quem vai à guerra dá e leva

Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte

Quem sai aos seus não degenera

Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento

Quem semeia ventos colhe tempestades

Quem vê caras não vê corações

Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece

Quem casa quer casa

Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa

Quem com ferros mata, com ferros morre

Quem corre por gosto não cansa

Quem muito fala pouco acerta

Quem quer festa, sua-lhe a testa

Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar

Quem dá aos pobres empresta a Deus

Quem cala consente

Quem mais jura é quem mais mente

Quem não tem cão, caça com gato

Quem diz as verdades, perde as amizades

Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos

Quem não deve não teme

Quem avisa amigo é

Quem ri por último ri melhor

Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha

Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima

Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto

Quem diz o que quer, ouve o que não quer

Quem não chora não mama

Quem desdenha quer comprar

Quem canta seus males espanta

Quem feio ama, bonito lhe parece

Quem não arrisca não petisca

Quem tem boca vai a Roma

Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão

Quando um cai todos o pisam

Quanto mais depressa mais devagar

Quem entra na chuva é pra se molhar

Quem boa cama fizer nela se deitará

Quem brinca com o fogo queima-se

Quem cala consente

Quem canta seus males espanta

Quem comeu a carne que roa os ossos

Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro

Quem muito escolhe pouco acerta

Quem nada não se afoga

Quem nasceu para a forca não morre afogado

Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele

Quem não sabe é como quem não vê

Quem não tem dinheiro não tem vícios

Quem não tem panos não arma tendas

Quem não trabuca não manduca

Quem o alheio veste, na praça o despe

Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso

Quem paga adiantado é mal servido

Quem parte velho paga novo

Quem sabe faz, quem não sabe ensina

Quem tarde vier comerá do que trouxer

Quem te cobre que te descubra

Quem tem burro e anda a pé mais burro é

Quem tem capa sempre escapa

Quem tem cem mas deve cem pouco tem

Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita

Quem tudo quer tudo perde

Quem vai ao mar avia-se em terra

Quem é vivo sempre aparece

Querer é poder

Recordar é viver

Roma e Pavia não se fez em um dia

Rei morto, rei posto

Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota

Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei

Santos da casa não fazem milagres

São mais as vozes que as nozes

Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade

Todo o homem tem o seu preço

Todos os caminhos vão dar a Roma

Tristezas não pagam dívidas

Uma mão lava a outra

Uma desgraça nunca vem só

Vão-se os anéis e ficam-se os dedos

Vozes de burro não chegam aos céus

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades".

segunda-feira, setembro 19, 2022

A Casa da Esperança

Ouça em baixo um poema de Hafez de Shiraz - "A Casa da Esperança".

Hafez é um poeta que vive na alma do povo iraniano até aos dias de hoje.

Hāfez ou Hafiz, foi um poeta lírico e místico persa, nascido entre 1310 e 1337 na cidade de Xiraz na Pérsia (Irão), filho de Baha-ud-Din.

As suas obras selecionadas (Divã) podem ser encontradas nas casas da maioria dos iranianos, que aprendem os seus poemas de cor e os usam como provérbios e ditados até hoje. A sua vida e os seus poemas têm sido objeto de muitas análises, comentários e interpretações e têm influenciado a literatura persa pós-século XIV mais do que qualquer outra coisa.

Os principais temas de seus gazeis são o amor, a celebração do vinho e da embriaguez e a exposição da hipocrisia daqueles que se colocaram como guardiões, juízes e exemplos de retidão moral. Os seus poemas líricos são notáveis pela beleza, pelo fruir do amor e pelo misticismo.