
sábado, abril 02, 2011
Em Dose Dupla

sexta-feira, abril 01, 2011
Um Cubo Para Duas
quinta-feira, março 31, 2011
A mocidade

quarta-feira, março 30, 2011
A Distância



terça-feira, março 29, 2011
Portugal vestido de branco
segunda-feira, março 28, 2011
Aldeias Trogloditas

A origem deste nome remonta ao Antigo Egito onde havia o povo dos Trogloditas, que vivia instalado em rochedos próximos do Mar Vermelho.
Há aldeias trogloditas em várias partes do mundo. Desde a França à China (Guyaju - Condado de Yanquing, Pequim), da Tunísia (Matmata) ao Afeganistão, passando pela Turquia (Capadócia) e pelo Irão (Kandovan).
Por exemplo, a aldeia Berbere de Matmata, localizada 650 m acima do nível do mar é a maior e mais conhecida das aldeias trogloditas. Aí as casas foram escavadas nas rochas numa tentativa daquele povo escapar ao calor intenso do dia. É preciso lembrar que ao contrário do que se pensa, o povo Berbere não é moreno, mas sim, um povo de pele e olhos claros, daí a necessidade de proteção dos raios solares.
Derinkuyu é uma cidade e distrito da Turquia. Localizada na região histórica e turística da Capadócia, Derinkuyu é notável pela sua grande cidade subterrânea, que é a principal atração turística local. Na Capadócia estão localizadas diversas outras cidades subterrâneas, esculpidas numa única formação geológica e utilizadas extensivamente pelos primeiros cristãos como esconderijos.
Toda a cidade subterrânea de Derinkuyu está cheia de profundíssimos poços que serviam para abastecer de água e de ar os habitantes trogloditas, que às vezes passavam ali meio ano, sem sair par o exterior.
Aprecie agora uma destas aldeias trogloditas.
domingo, março 27, 2011
Elogio ao Amor

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobar

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também".
Miguel Esteves Cardoso
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