sábado, abril 25, 2020

Abril Alado

No silêncio de Tudo isto
Um Cristo!

Abril de Fogo Na Garganta Em Ciclone
É o Pasmo Adulto
De Um Homem

Que Fazer De Mãos Gretadas
Em Delfos?

Memória de Cavernas No âmbar Dos Rostos!

Carrossel Mítico
De Zebras Em Comício...

O Cheiro Que Vinha
Era de Longe

Empoleirado E Cartográfico
Gemeu Nenúfar

Ou Sapateado Encolheu?
Aurelino Costa



sexta-feira, abril 24, 2020

De tudo ficaram três coisas

De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro.
Fernando Sabino - O Encontro Marcado

quinta-feira, abril 23, 2020

Filho da Mãe



Não deixe de ver este 3º episódio de História das Pequenas Coisas (do Observatório Almedina, por Sérgio Luís Carvalho), designado Filho da Mãe.
Neste mesmo episódio Sérgio Luís Carvalho aconselha a leitura do livro Elogio da Palavra
de Lamberto Maffei das Edições 70.
Acaso já dirigiu o insulto "filho da mãe" a alguém, ou − oxalá não seja o seu caso − já lho dirigiram a si?
Sabe o que, de facto, significa?
Então, não perca este episódio.

quarta-feira, abril 22, 2020

Milagre na Cela 7

Milagre na Cela 7 é um filme turco (drama) realizado por Mehmet Ada Öztekin e que conta no elenco com Aras Bulut İynemli, Nisa Sofiya Aksongur e Deniz Baysal.

Sinopse:
Remake de um filme sul-coreano de 2013, o filme turco conta a história de Memo (Aras Bulut Iynemli), um pai solteiro com deficiência intelectual que vive num vilarejo da Turquia com a filha, Ova (Nisa Sofiya Aksongur) e a avó, Fatma (Celile Toyon Uysal). Amável e querido por todos, Memo acaba preso injustamente quando testemunha um acidente que culmina na morte da filha de um importante comandante do exército.
Este homem com deficiência intelectual e acusado de um crime que não cometeu precisa provar a sua inocência, para isso, passa a contar com a ajuda dos seus companheiros de cela e de quem também está do outro lado das grades.

terça-feira, abril 21, 2020

A Primavera

 A Primavera é uma pintura do britânico Walter T. Crane (1883).
Walter Crane (1845 - 1915) foi um artista e ilustrador de livros.
É considerado o mais influente, e um dos mais prolíficos, criadores de livros infantis da sua geração.
O trabalho de Crane deu origem a alguns dos primeiros, mais coloridos e detalhados motivos das ilustrações de histórias infantis. Crane fazia parte do movimento Arts and Crafts e produziu uma variedade de pinturas, ilustrações, livros infantis, azulejos de cerâmica e outras artes decorativas. Walter Crane também é lembrado por ter criado uma série de imagens icónicas associadas ao movimento socialista internacional .
Aprecie bem esta bela pintura que evoca a Primavera através de singelos narcisos.

segunda-feira, abril 20, 2020

Tô Voltando

Oiça Simone e Zélia Duncan a cantar Tô Voltando (2008) um sucesso na voz de Chico Buarque.
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando

Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando

Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando

Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar
Pode se preparar porque eu tô voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som
Estréia uma camisola
Eu tô voltando

Dá folga pra empregada
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu to voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando!

domingo, abril 19, 2020

E por Vezes

Pintura de João Queiroz
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos    E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites      não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
David Mourão-Ferreira -  "Matura Idade"