Noites de luar no Morro da Maianga.
Anda no ar uma canção de roda:
"Banana podre não tem fortuna
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..."
Anda no ar uma canção de roda:
"Banana podre não tem fortuna
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..."
Moças namorando nos quintais de madeira
Velhas falando conversas antigas
Sentadas na esteira
Homens embebedando-se nas tabernas
E os emigrados das ilhas...
— Os emigrados das ilhas
E tocam violão
E puxam faca nas brigas...
E puxam faca nas brigas...
O ingenuidade das canções infantis
Ó namoros de moças sem cuidado
Ó namoros de moças sem cuidado
Ó histórias de velhas
Ó mistérios dos homens
—Vida!:
Proletários esquecendo-se nas tascas
Emigrantes que puxam faca nas brigas
E os sons do violão
E os cânticos da Missão
Emigrantes que puxam faca nas brigas
E os sons do violão
E os cânticos da Missão
Os homens
Os homens
As tragédias dos homens!
Os homens
As tragédias dos homens!
Mário António (1934 - 1989)
Nota: Maianga significa lagoa, charco. E é a origem do nome deste bairro de Luanda, lugar onde até ao século XIX iam elefantes, antílopes e leões beber água. O que está na foto é uma estrutura em forma de poço largo que mantinha a água mais limpa.



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