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| Rancho Folclórico - Malaca |
A capital do estado, a cidade de Malaca, está localizada estrategicamente entre duas capitais nacionais (Kuala Lumpur e Singapura) e conta com excelentes ligações rodoviárias. Embora não possua uma estação ferroviária, Malaca é servida por um aeroporto doméstico, localizado na cidade de Batu Berendam.
Já foi um dos mais antigos sultanatos malaios, no entanto, atualmente, o estado é governado por um governador.
Segundo J.P. Machado, a etimologia do topónimo português Malaca é controversa, embora seja provável uma origem malaia; João de Barros regista que o termo na língua local significaria "homem desterrado". Alternativamente, outros autores apontam um termo sânscrito (malaca) para a árvore Phyllantus emblica, abundante na região, como a origem do topónimo. O primeiro registo da forma "Malaca" em português parece ser em Gil Vicente, datado de 1562; fontes escritas anteriores adotavam as grafias "Melequa" e "Melaca". O gentílico "malaquês", formado com base no topónimo, é encontrado em português a partir de 1552.Malaca foi declarada, em 2008, Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Da presença portuguesa na cidade sobrevivem a Igreja de São Paulo e a Porta de Santiago da Fortaleza de Malaca, conhecida como "A Formosa".
Em 2007, o estado de Malaca tinha 759 000 habitantes. Compõe-se de: malaios (57%); chineses (32%); indianos (uma minoria importante) e uma pequena comunidade de cristang, um povo com antepassados portugueses.
A comunidade cristang é uma pequena comunidade, com origem em antepassados portugueses que remonta aos descobrimentos. A comunidade cristang fala a língua cristang, um crioulo de base portuguesa, sendo que "cristang" significa "cristão" nesta língua. A comunidade é conhecida entre si como "gente cristang"; outros sinónimos para esta comunidade são "Serani" (do malaio "Nasrani", significando seguidores de Jesus de Nazaré) e "gragok" (termo calão para "geragau" ou camarão, referindo-se ao facto de esta comunidade ser tradicionalmente de pescadores de camarão).O nome "cristang" é por vezes utilizado incorretamente para nomear outras populações eurasiáticas da Malásia e de Singapura, incluindo povos de descendência holandesa e britânica.
Mesmo depois de os contactos com Portugal cessarem em 1641, a comunidade cristang preservou as suas tradições, religião e língua, mantendo surpreendentes semelhanças culturais e linguísticas com o Portugal atual, especialmente da região do Minho. São maioritariamente católicos praticantes. Alguns serviços religiosos são ainda celebrados em português e a comunidade é sempre referida como portuguesa pelos malaios. Contudo a língua cristang, não é ensinada nas escolas, pelo que está em vias extinção, com excepção da comunidade portuguesa em Ujong Pasir Malacca.
O Bairro Português de Malaca, é o bairro mais famoso da cidade. Nos longínquos 130 anos de presença na cidade, os nossos navegadores deixaram um legado que milagrosamente sobreviveu até aos nossos dias.A Malaca Portuguesa era o território da atual Malaca, que durante 130 anos (1511-1641) foi uma colónia Portuguesa. 130 anos depois, perdemos Malaca para os holandeses. As famílias de luso-descendentes temiam a perseguição e refugiaram-se nas montanhas. Muitos traços os demarcavam já, as tradições, a língua, a religião, a gastronomia, os nomes de família. Distinguiam-se como a comunidade "cristang", papiavam "portugis", comiam "caldu pescador". Nunca abdicaram da sua identidade cultural, apesar das adversidades.
A dinâmica Comunidade Portuguesa em Malaca, estabelecida desde 1933 mantém o objetivo de reunir a comunidade cristang dispersa, preservando a sua cultura.
O Natal é uma ocasião festiva, quando muitas famílias cristang se juntam. Realizam-se também diversas festividades como o dia de São João (San Juang) a 24 de junho, hoje uma das maiores atracções turísticas de Malaca, a festa ao São Pedro (San Pedro), patrono dos pescadores, em 29 de junho. A música e dança cristang, é conhecida como branyok. A melodia branyok mais popular, a "Jingkli Nona", é vista como um hino não oficial da comunidade eurasiática de origem portuguesa.





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