segunda-feira, novembro 18, 2019

Hoje que fez calor fui na praia.

Hoje que fez calor fui na praia. Vazia de gente do planalto que ainda não tem tempo de atravessar as mulolas e vir aqui se banhar, se enrolar na areia e desgastar a marginal num passeio de vai e vem. Isso é mais em Março embora agora inicia o calor e eu já estou a treinar e mergulho nas águas frias da minha terra. Eu preciso desse mar. Eu preciso refrescar a minha tola, tirar da memória as namoradas por quem me enamorei eternamente naquele instante. Se já tivessem inventado o computador eu, na matinée dançante do próximo domingo, fazia um format de mim e começava de novo, sempre, como agora, alegre e feliz. Eu ia pegar dama para dançar, ia deixar de ser o puto envergonhado e tímido e ia ser como agora, transparente e real. É, um mundo diferente de ver, o agora e o antes com o que sei agora.

Vou ouvir a Mini-nota, vou-lhes dançar ao ritmo mesmo que o meu corpo nunca tenha tido um grande ritmo de dança.

Vou só mesmo na matinée dançante conversar e treinar o mar e março.
E voltou a saudade de amanhã ao almoçar com gente de ontem, quem me viu fazer as birras de criança, quem me viu enamorar adolescentemente e quem, me viu começar a ser homem.

A minha cidade, aquela que está na minha cabeça, não é saudade, é recordação, e ser eu hoje tal e qual como sou. Gente boa, me reconheço ao olhar no espelho mesmo que ele esteja embaciado pela água quente do orgulho, inchado pela vontade de ser gente.

Não é Março, não choveu nem nevou na minha cabeça tonta.
João Carlos Carranca - Sanzalando - 14-11-2019

1 comentário:

João Carlos Carranca disse...

Com um orgulhozinho e certa dose de vaidade me encontro aqui. Obrigado por esta postagem que me leva mais longe, pelo que vi no Facebook. Obrigado