No dia 12 de março deste ano, a Itália comemorou os 150 anos da sua criação. Neste dia, a Ópera de Roma, apresentou a obra Nabuco de Verdi, que é o símbolo da unificação do país e que invoca a escravidão dos Judeus na Babilónia. É uma obra não só musical mas também política, porque naquela época a Itália estava sujeita à ocupação pelo império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes do início do espectáculo o presidente da câmara de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas destinadas à cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Logo no início da ópera, houve uma incomum ovação. Mas, o clima transformou-se numa verdadeira «noite de revolução », quando a atmosfera de tensão se intensificou ao iniciarem-se os primeiros acordes do coral « Va pensiero », o famoso hino contra a dominação. A reação
visceral do público foi extraordinária quando o côro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida".
Quando o hino acaba os aplausos da platéia interrompem a ópera, e o público manifesta-se com gritos de « bis », « viva Itália » e « viva Verdi ». Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não é habitual "bisar-se" durante o decurso de um espectáculo de ópera. O maestro Mutti hesitou. Então, já que o público tinha revelado o seu sentimento patriótico, o maestro voltou-se, encarou o público e o próprio Berlusconi, pronunciando-se da seguinte forma, depois de mais um grito do público: « longa vida à Itália ».
« Sim, longa vida à Itália mas ... Já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto, aquiesço ao vosso pedido de bis do hino, "Va Pensiero". Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim, mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, a nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". Os aplausos foram retumbantes, incluindo os dos artistas da peça. Mutti continuou dizendo "Reina aqui um clima italiano". Por isso, "como estamos na nossa casa, no teatro da capital, com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado, proponho, se for do vosso agrado, que todos se juntem a nós para cantarmos juntos", o hino Va Pensiero.
Todas as pessoas presentes na ópera de Roma se levantaram... O Côro dos Escravos foi entoado por todos, sobre a batuta do maestro Mutti. Foi um momento magnífico de ópera!
O hino termina com uma enorme ovação e o pranto dos artistas.
Haverá, seguramente, milhares de formas de protesto. Nenhuma, porém, tão bela como esta. Vale a pena ver!
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes do início do espectáculo o presidente da câmara de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas destinadas à cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Logo no início da ópera, houve uma incomum ovação. Mas, o clima transformou-se numa verdadeira «noite de revolução », quando a atmosfera de tensão se intensificou ao iniciarem-se os primeiros acordes do coral « Va pensiero », o famoso hino contra a dominação. A reação
visceral do público foi extraordinária quando o côro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida".
Quando o hino acaba os aplausos da platéia interrompem a ópera, e o público manifesta-se com gritos de « bis », « viva Itália » e « viva Verdi ». Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não é habitual "bisar-se" durante o decurso de um espectáculo de ópera. O maestro Mutti hesitou. Então, já que o público tinha revelado o seu sentimento patriótico, o maestro voltou-se, encarou o público e o próprio Berlusconi, pronunciando-se da seguinte forma, depois de mais um grito do público: « longa vida à Itália ».
« Sim, longa vida à Itália mas ... Já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto, aquiesço ao vosso pedido de bis do hino, "Va Pensiero". Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim, mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, a nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". Os aplausos foram retumbantes, incluindo os dos artistas da peça. Mutti continuou dizendo "Reina aqui um clima italiano". Por isso, "como estamos na nossa casa, no teatro da capital, com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado, proponho, se for do vosso agrado, que todos se juntem a nós para cantarmos juntos", o hino Va Pensiero.
Todas as pessoas presentes na ópera de Roma se levantaram... O Côro dos Escravos foi entoado por todos, sobre a batuta do maestro Mutti. Foi um momento magnífico de ópera!
O hino termina com uma enorme ovação e o pranto dos artistas.
Haverá, seguramente, milhares de formas de protesto. Nenhuma, porém, tão bela como esta. Vale a pena ver!
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