sábado, dezembro 24, 2016

Natal (1962)

 Um anjo imaginado,
Um anjo dialéctico, actual,
Ergueu a mão e disse: - É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.

Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra, e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:

À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternamente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?
Miguel Torga

Uma História de Natal

Proponho-lhe que assista a um dos melhores filmes de Natal dos últimos tempos.
Este filme finlandês (2007) conta a vida de Nicolau e como nasceu o personagem do Pai Natal.
É um filme que nos deixa de lágrima no canto do olho, e que nos fala da lenda do Natal, da generosidade e da amizade.
Do Elenco fazem parte as seguintes atrizes e atores: Minna Haapkylä, Matti Ristinen, Laura Birn, Antti Tuisku, Hannu-Pekka Björkman, Kari Väänänen, Mikko Kouki, Mikko Leppilampi e Otto Gustavsson.

Sinopse:
Numa remota aldeia da Lapónia, o jovem Nikolas perde a família num acidente. Acaba depois, por ser adotado pelos moradores da aldeia.
Todos os anos, no dia de Natal, Nikolas tem que mudar para uma outra casa. Para mostrar a sua gratidão, Nikolas faz brinquedos, como presente de despedida, para as crianças das famílias que o vão acolhendo.
Ao longo dos anos, torna-se muito amigo das suas ex-famílias adotivas e coloca na manhã de Natal, em todas as casas da aldeia, um presente nas portas, .
Quando os moradores sofrem de escassez de alimentos, têm que enviar Nikolas, para trabalhar como aprendiz, para o carpinteiro e eremita Lisakki.
Sob a sua tutela severa, Nikolas desenvolve habilidades que lhe permitem criar presentes ainda melhores e trabalhar ainda, mais rápido.
Mas, Iisaki que odeia crianças, proíbe Nikolas de fazer presentes de Natal.
Assim, a tradição parece que está prestes a desaparecer... Será?

sexta-feira, dezembro 23, 2016

A Felicidade Não Se Compra


A Felicidade Não Se Compra é um filme americano (1947), do género comédia dramática, realizado por Frank Capra.
Do elenco fazem parte, entre outros, os seguintes atores: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore. 

Sinopse:
Em Bedford Falls, no Natal, George Bailey (James Stewart), que sempre ajudou toda gente, pensa em suicidar-se saltando de uma ponte, devido às maquinações de Henry Potter (Lionel Barrymore), o homem mais rico da região.
Mas, muitas pessoas oram por ele de tal maneira que Clarence (Henry Travers), um anjo que espera há 220 anos para ganhar asas, é mandado à Terra para tentar fazer George mudar de idéias.
O anjo mostrar-lhe-á, através de flashbacks, como seria a vida das pessoas em seu redor, se ele não tivesse existido, demonstrando assim a sua importância, na vida de cada um.


quinta-feira, dezembro 22, 2016

Natal Branco

White Christmas ou Natal Branco é um filme americano (1954), do género comédia musical, realizado por Michael Curtiz, com canções de Irving Berlin.
Os intérpretes de Natal Branco são: Bing Crosby, Danny Kaye, Rosemary Clooney e Vera-Ellen. O título do filme vem de uma canção natalícia que venceu o Oscar de melhor canção de 1942, um dos maiores sucessos da carreira de cantor de Bing Crosby.

Sinopse:
Dois amigos, Bob e Phil,  juntam-se para salvar o hotel de um amigo comum, que está falido. Para isso, realizarão, em conjunto com uma coreógrafa, um show de Natal.
Bing Crosby cantará nesse show a canção, Natal Branco ou White Christmas, um dos singles mais famosos de todos os tempos.

quarta-feira, dezembro 21, 2016

O Natal do Moleiro

O "O Natal do Moleiro", é um fado tradicional da autoria de Alfredo Marceneiro (a melodia desta composição intitula-se "Fado C.U.F.", uma composição do fadista, quando o mesmo trabalhava nas fábricas da Companhia União Fabril), sobre versos de Henrique Rego.
É este excelente e lindíssimo fado sobre o Natal, que lhe proponho que oiça hoje,

Que noite de Natal tristonha, agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilava do nordeste
Nas frinchas das portas do moinho

Sentado à velha mó já carcomida
Onde incidia a luz duma candeia
O moleiro de barba encanecida
Com a mulher comia a parca ceia

Próximo do moinho ouviu-se em breve
Uma voz e o moleiro abrindo a porta
Viu um velhinho todo envolto em neve
Vergado ao peso duma esperança morta

Marinhas - Esposende
Entrai meu peregrino da desgraça
Disse o moleiro ao pálido ancião
Aqui não há dinheiro, existe a graça
De haver carinho, piedade e pão

Vinde comer, agasalhar-se ao lume
Festejar o nascer do Deus Menino
Porque a vida somente se resume
Na escravidão imposta p’lo destino

E então o velhinho numa voz sonora
Pronunciou levando as mãos ao peito
Abençoado seja a toda a hora
Este moinho que é por Deus eleito

terça-feira, dezembro 20, 2016

Outras Tradições de Natal

O Natal dos portugueses, embora com algumas variações de região para região e de família para família,  no essencial inclui, quase sempre, os mesmos costumes e tradições. Um deles é o Presépio e outro a árvore de Natal.
Normalmente as famílias e as cidades portuguesas montam os presépios e as árvores de Natal, a partir do início de dezembro.
As casas, das mais humildes às mais requintadas, decoram-se ainda com grinaldas, centros de mesa e outras decorações natalícias, como forma de se preparar a Noite da Consoada e o Dia de Natal.



Na jantar da Consoada, não pode faltar à mesa o bacalhau cozido com batatas, ovos e verduras (cenouras, cebolas, nabos, couve portuguesa, bróculos), tudo bem regado com bom azeite.
No Minho (norte do país) manda também a tradição, ter na mesa o polvo assado ou cozido.
Ao aproximar-se a meia-noite, muitas famílias católicas vão à Missa do Galo. No final da missa é costume beijar o Menino, como prova de devoção e de respeito.
Em algumas aldeias faz-se uma fogueira (madeiro de natal) no largo da terra ou no adro da igreja, para aquecer o Menino e, depois da Missa do Galo as pessoas ficam um pouco a confraternizar.
No regresso a casa, o Menino Jesus (ou o Pai Natal) já deixou prendas para todos. Depois de se abrirem as prendas come-se a ceia de Natal, que inclui doces e salgados (pasteis de bacalhau, marisco, rissóis, etc).
No capítulo dos doces, os típicos desta quadra são, entre outros: as rabanadas ou fatias douradas; as filhoses, as azevias, os sonhos, os coscorões, as broas (castelar, de milho, de mel e outras). Há também muitos frutos secos como as nozes, as castanhas, as amêndoas, os pinhões, as ameixas, as uvas passas, etc. O Bolo Rei não pode faltar na mesa e é mesmo o rei da festa, embora o pão de ló e o bolo podre também apareçam em muitas mesas portuguesas.



No dia de Natal come-se a roupa velha (feita com os restos do bacalhau da consoada), o cabrito, o capão, o leitão ou o peru assados e muitos doces deliciosos, que variam de região para região. Para além dos que referi anteriormente, ainda temos os doces de colher, como o arroz doce, o leite creme, a aletria, as farófias, os mexidos ou formigos, o pão de rala, as enxarcadas, etc.




Alguns destes usos e costumes espalharam-se pelo resto do mundo como pode ver clicando aqui e aqui.


O Natal é uma festa de família e o mais importante é ter a família reunida em paz, segurança e com alegria, de preferência à volta de uma mesa farta.
Se entretanto quiser ficar a conhecer mais uma receita de bacalhau, aqui lhe deixo o vídeo, com as Sopas de bacalhau da Consoada na Mouradia à moda da família Semião (Trancoso) - Natal 2013.

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Uma Árvore de Natal Com Presente Inesperado

Veja o vídeo abaixo que lhe mostra o que é uma Árvore de Natal original.
Um casal de Tico Tico fez o ninho numa árvore de Natal de uma família brasileira.

O tico-tico é uma ave da família Emberizidae. Distingue-se dos restantes pássaros, pela sua coloração raiada de castanho, negro e cinza e pela poupa.
Tem uma larga área de ocorrência nas Américas Central e do Sul, desde a Terra do Fogo até ao sul do México, evitando as florestas densas.
No Brasil também é conhecido, curiosamente, como Jesus-Meu-Deus, Maria-Judia e Salta-Caminhos.

domingo, dezembro 18, 2016

It's The Most Wonderful Time Of The Year


Oiça a cantora Kylie Minogue em It's The Most Wonderful Time Of The Year.
Kylie Minogue (1968) é uma cantora, compositora, atriz e filantropa australiana.
Kylie começou a sua carreira como atriz infantil na televisão australiana. Alcançou o reconhecimento do público através do seu papel na novela Neighbours.
O seu primeiro single, "Locomotion", esteve sete semanas no primeiro lugar nas tabelas australianas e tornou-se o single mais vendido da década.
O seu primeiro álbum, Kylie (1988), e o single "I Should Be So Lucky", alcançou a primeira posição no Reino Unido. Do final da dácada de oitenta até ao início da década de 90, os seus primeiros treze singles atingiram o Top 10 no Reino Unido, na UK Singles Chart.
Estreou-se no cinema com The Delinquents (1989), que  foi um sucesso de bilheteria quer na Austrália quer Reino Unido, apesar das críticas negativas.
Apesar de uma vida e carreira com altos e baixos, Minogue vendeu  mais de 70 milhões de discos, e recebeu prémios de música, considerados notáveis, incluindo 2 Brit Awards, 1 VMA e 1 Grammy Award pelo seu percurso artístico.