quinta-feira, junho 22, 2023

Sabe porque Razão o Corvo é um dos Símbolos de Lisboa?

Sabe porque razão o corvo é um dos símbolos de Lisboa?
Lisboa é uma cidade cheia de símbolos históricos, culturais e artísticos.
Os corvos aparecem na bandeira da cidade, no brasão e em muitos outros locais e relacionam-se com a história do padroeiro e mártir da cidade de Lisboa, São Vicente.
O santo padroeiro de Lisboa foi diácono de Saragoça e bispo em Valência, onde no ano 304 d.C., foi martirizado, por ocasião da perseguição aos cristãos peninsulares. 
Segundo reza a lenda, Publius Dacianus, governador da Valência, terá martirizado o bispo de Saragoça, na altura o diácono Vicente, abandonando-o num espaço aberto para ser devorado pelos animais. Acontece que o corpo terá sido guardado por um anjo sob a forma de corvo, que afastou os animais do festim.
Os seus restos mortais foram, já no século VII, trasladados para o Cabo de São Vicente, onde continuou a ser venerado durante o período islâmico.
Mais tarde, D. Afonso Henriques prometeu que, se a cidade fosse conquistada aos mouros, traria as suas ossadas de Sagres para Lisboa, e mandaria erguer uma igreja em sua memória. 
A relíquia de São Vicente foi trazida para Lisboa por Dom Afonso Henriques, durante uma atribulada viagem em que, também segundo a lenda, a barca que a transportava terá sido escoltada por dois corvos. A barca e os corvos, estão, assim, na origem do brasão de armas da cidade de Lisboa.
A sua entrada na cidade terá sido junto ao atual Martim Moniz, onde mais tarde a Cerca Fernandina teve uma porta chamada "de São Vicente". 

Entre as muitas localidades e igrejas de que é orago, contam-se a Diocese do Algarve e o Patriarcado de Lisboa, em cuja se encontram as suas principais relíquias.
O principal mosteiro de origem medieval de Lisboa, Igreja de São Vicente de Fora, cujas fundações remontam ao reinado de Dom Afonso Henriques após a reconquista de Lisboa, é hoje sede do Patriarcado de Lisboa.


Em Portugal, São Vicente é representado de modos diversos: com palma e evangeliário (livro que contém os quatro Evangelhos) ou, mais habitualmente, com uma barca e um corvo, porque, de acordo com a tradição, quando, no século XII, o rei Afonso Henriques ordenou que as relíquias do santo fossem trazidas do Cabo de São Vicente (o então «Promontorium Sacrum»), junto a Sagres, para a cidade de Lisboa, duas daquelas aves velaram o corpo do santo que seguia a bordo da barca – facto a que ainda hoje aludem as armas de Lisboa e de muitas outras povoações portuguesas.
Em França, S. Vicente é padroeiro dos vinhateiros e profissões afins, e tem como insígnias um cacho de uvas, para além da palma do martírio.

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