Proponho-lhe hoje que veja o filma "Z" de Costa Gravas, mas, para se situar no tempo relembro-lhe em traços muito largos, um pouco da difícil história da Grécia, durante o século XX.
Não podemos deixar de falar na brutal guerra civil vivida, pela Grécia, entre 1946 e 1949, que provocou cerca de 150.000 vítimas e largas dezenas de milhar de refugiados, cuja memória permanece associada a ódios por resolver. Em seguida a Grécia viveu um período de grande instabilidade social e política, retratado por Costa-Gavras no filme "Z", que lhe proponho que veja hoje, e que integrou o confronto com a Turquia em torno da disputa de Chipre. Depois este país viveu a sangrenta "ditadura dos coronéis", que entre 1967 e 1974 encheu as prisões de militantes antifascistas.
"Z " (em Portugal, "Z - A Orgia do Poder") é um filme franco-argelino de 1969, dirigida por Costa-Gavras e baseado no romance homónimo de Vassilis Vassilikos, que em Cannes, recebeu dois óscares, um para o melhor filme e outro para o melhor ator (J. L. Trintignant).
Intencionalmente o filme inicia - se com as advertências nos créditos iniciais de Costa-Gavras e de Jorge Semprún de que qualquer semelhança com eventos e pessoas da vida real não é coincidência, dado que o filme de suspense político, baseado em factos ocorridos na Grécia, em 1963.
Sinopse:
Num cenário político tenso, um professor de medicina, deputado grego e um dos líderes da oposição esquerdista, organizam juntamente com outros correligionários de esquerda (Shoula, Matt e Manuel e o deputado George Pirou), uma reunião pela paz e contra a permissão de instalação de mísseis balísticos americanos em território grego.
Com muitas dificuldades, a reunião é realizada mas ao concluir a sua intervenção o deputado é atropelado e acaba por morrer alguns dias depois.
A polícia conclui que foi um acidente mas há indícios que levam o juiz de instrução a suspeitar da versão da polícia. Este aprofunda a investigação e conta com a ajuda indireta de um fotojornalista, e de testemunhas como Nick. Com elas conta provar que o deputado foi assassinado.No entanto as testemunhas de que dispõe vão morrendo, também, em condições misteriosas e os envolvidos são condenados a penas leves. Pouco tempo depois os militares desencadeiam um golpe militar. O novo regime persegue os aliados do deputado morto, o fotojornalista e o juiz de instrução.
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