José Dias Coelho (1923 — 1961) foi um artista plástico, militante político anti-fascista e dirigente do PCP.
Em 1955, José Dias Coelho, entra para a clandestinidade, ao mesmo tempo que exercia funções no PCP. Foi assassinado pela PIDE em 1961, na rua que hoje tem o seu nome, junto ao Largo do Calvário, em Lisboa.
O seu assassinato levou o cantor Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música "A Morte Saiu à Rua". O mesmo fez o grupo Trovante com a música " À Flor da Vida".
Com uma intensa actividade social e intelectual a par da política, travou e manteve amizade com várias figuras destacadas da sociedade portuguesa de então, tais como os arquitectos Keil do Amaral e João Abel Manta, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, Abel Manta, Rogério Ribeiro, João Hogan, bem como aqueles que viriam dentro em breve a liderar os movimentos de independência na África, na altura estudantes em Lisboa: Agostinho Neto, Vasco Cabral, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral e Orlando Costa.
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
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