domingo, abril 07, 2024

O Domingo de Pascoela

 O Domingo de Pascoela ocorre sete dias depois da Páscoa, correspondendo ao domingo seguinte ao Domingo de Páscoa, também chamado Dia da Misericórdia de Deus, oitava da Páscoa ou Quasímodo.

Estas duas últimas designações, embora ainda se usem, eram mais utilizadas antigamente, celebrando-se a oitava noutras liturgias importantes da Igreja, prática caída em desuso aquando da reforma do calendário religioso após o Concílio do Vaticano II.

A Pascoela simboliza o prolongamento do próprio domingo de Páscoa, numa atitude festiva da Igreja e dos fiéis, podendo dizer-se que representa uma espécie de diminutivo da palavra Páscoa.

Recorde-se que o batismo dos primeiros Cristãos adultos ocorria durante a Vigília Pascal, ritual que continua a manter-se, sendo a quadra da Páscoa a preferida desde os primórdios da religião cristã para se efetuarem os batismos dos catecúmenos.

Daí, chamar-se também – conquanto não já oficialmente – ao domingo de Pascoela o domingo In Albis (domingo branco), devido ao facto dos catecúmenos utilizarem (como hoje) vestimentas brancas no ato do batismo, celebrado depois, festivamente, por toda a semana que decorria desde o domingo de Páscoa ao domingo de Pascoela.

O domingo da Pascoela marcou também o calendário rural: era o dia em que "começava a sesta", um descanso de 1 ou 2 horas a que tinham direito os trabalhadores rurais durante as horas de canícula, horas que eram pagas. As Sestas ("buscar as Sestas" significava que entre a Pascoela e inícios do mês de setembro os trabalhadores tinham direito a ter duas horas de descanso à hora do almoço.) e eram uma parte indissociável das festas em honra da Senhora dos Prazeres.

Neste domingo, ia-se aos montes, a uma festa ou capela, para "esperar a sesta"; regressava-se com um ramo de flores silvestres ("a sesta") que se guardava em casa. No calendário católico, era a festa de Nª. Srª dos Prazeres.

Trata-se de uma invocação de origem popular, exclusivamente portuguesa, já registada no séc. XIV e instituída oficialmente pelo Papa para Portugal a pedido de D. João V (sec. XVIII) que apontou a sua importância na tradição portuguesa.

Foi das invocações mais assinaladas em todo o País. No distrito de Leiria há várias capelas e paróquias sob o orago "Senhora dos Prazeres", nomeadamente Alcaria e Aljubarrota.

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