domingo, março 03, 2019

Camisa Amarela

Nesta época de Carnaval oiça Gal Costa em "Camisa Amarela".
Camisa Amarela é um samba composto por  Ary Barroso (1903-1964) em 1939.
Camisa Amarela é uma curiosa crónica de um episódio carnavalesco carioca. Na letra, uma das melhores de Ary Barroso, a protagonista narra as proezas do amante folião, que volta sempre para os seus braços, "passada a brincadeira".
Procurando dar  à história uma impressão de realidade, Ary chega a localizá-la no tempo e no espaço, citando para isso as músicas do Carnaval de 1939 - "Florisbela" e "Jardineira" - e lugares do Rio, como o Largo da Lapa, a Avenida (Rio Branco) e a Galeria (Cruzeiro).
No disco de estreia a intérprete foi Aracy de Almeida, mas, "Camisa Amarela" tem ainda uma gravação notável do próprio Ary Barroso, cantando e acompanhando-se ao piano, em 1956.
Fonte: http://museudacancao.blogspot.com/2012/11/camisa-amarela.html

Encontrei o meu pedaço na Avenida
De camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi
A Florisbela
Convidei-o a voltar prá casa
Em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
E desapareceu no turbilhão da Galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço, na verdade,
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde, o encontrei num café
Zurrapa, do Largo da Lapa
Folião de raça
Bebendo o quinto copo de cachaça
Voltou, às sete horas da manhã
Mas, só na quarta-feira
Cantando a Jardineira, oi
A Jardineira
Me pediu, ainda zonzo,
Um copo d'água com bicarbonato
Meu pedaço, estava ruim de fato
Pois caiu na cama e não tirou nem o sapato
Roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo!
Mas não ligo
O meu pedaço me domina, me fascina,
Ele é o tal
Por isso, não levo a mal
Pegou a camisa, a camisa amarela
Botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
Ele é prá mim
(Meu Senhor do Bonfim)

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