Saloias - Silva Porto |
Quem me dera em Lisboa
Á porta de uma taberna,
P´ra ver passar a saloia
Com saia a meia perna.
Sou saloia, trago botas,
E também trago mantéu,
Também trago carapuça
Debaixo do meu chapéu.
Sou saloia, trago botas,
Também trago o meu mantéu:
Também tiro a carapuça
A quem me tira o chapéu
Sou saloia, vendo queijos,
Também vendo requeijão,
Também falo ao meu amor,
Quando tenho ocasião.
Ó saloia, dá-me um beijo,
Que eu te darei um vintém,
Os beijos de uma saloia
São caros, mas sabem bem.
Luís Chaves - Lisboa nas auras do povo e da história - Ensaios Etnográficos, CML,1961
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