Esther Mucznik, filha de pais polacos, viveu em Israel e em Paris onde estudou, respectivamente, Língua e Cultura Hebraicas e Sociologia na Sorbonne. É vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e fundadora em 1994 da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. É presidente e fundadora da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto –, co-fundadora do Fórum Abraâmico de Portugal para o diálogo inter-religioso e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa. Foi colunista do jornal Público de 2002 a 2011. Estudiosa das questões judaicas, tem coordenado cursos e seminários sobre história e cultura judaica, liberdade religiosa e diálogo inter-religioso, Israel e o Médio Oriente, e publicado numerosos trabalhos sobre estas temáticas, entre os quais Grácia Nasi, A judia portuguesa do século XVI que desafiou o se próprio destino (2010) e Portugueses no Holocausto, Histórias das vítimas dos campos de concentração. Dos cônsules que salvaram vidas e dos resistentes que lutaram contra o nazismo (2012).
Sinopse de "Auschwitz, um dia de cada vez" :"Um companheiro de Auschwitz pergunta a Primo Levi por que motivo já não se preocupa com a higiene. Ele responde simplesmente: “Para quê, se daqui a meia hora estarei de novo a trabalhar com sacos de carvão?” É desse companheiro que recebe a primeira e talvez principal lição de sobrevivência: “Lavarmo-nos é reagir, é não deixar que nos reduzam a animais; é lutar para viver, para poder contar, para testemunhar; é manter a última faculdade do ser humano: a faculdade de negar o nosso consentimento”."
A capacidade de sobrevivência do ser humano é notável e, por mais terrível que fosse a existência em Auschwitz, todos os dias se lutava para sobreviver apesar de a morte estar ao virar de cada esquina. O campo de concentração de Auschwitz é sinónimo do mal absoluto preconizado pelo nazismo. Foi ali que judeus e ciganos serviram de cobaias às diabólicas experiências médicas, que acima de um milhão de seres humanos foram gaseados e que mais de 200 mil homens, mulheres e crianças morreram de fome, frio e doença, de exaustão e brutalidade, ou simplesmente de solidão e desesperança. No entanto muitos presos resistiam à total desumanização esforçando-se por manter alguma dignidade. Cuidar da higiene, ler, escrever, desenhar, ajudar alguém a sobreviver ou até a morrer eram actos que atribuíam condição humana a quem parecia ter desistido de viver.
Esther Mucznik, autora dos livros Grácia Nasi e Portugueses no Holocausto, dá-nos a conhecer o dia-a-dia de Auschwitz através das vozes daqueles que ali acabaram por perecer e dos seus carrascos, do insuportável silêncio das crianças massacradas, das mulheres e homens violentados em bárbaras experiências médicas, mas também através dos relatos daqueles que sobreviveram para contar e manter viva a memória do horror da máquina de morte nazi. Para que ninguém possa alguma vez esquecer".
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