
O Magusto é uma festa popular, cujas formas de celebração divergem um pouco consoante as tradições regionais.
As famílias ou grupos de amigos juntam-se à volta de uma fogueira onde se assam castanhas ou bolotas. Acompanham-se as castanhas ou as bolotas assadas com jeropiga, água-pé ou vinho novo.

O antropólogo José Leite de Vasconcelos, considerava o magusto como o vestígio de um antigo sacrifício em honra dos mortos e referia que em Barqueiros era tradição preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer. Ninguém mais tocava nas castanhas porque se dizia que estavam “babadas dos defuntos”.
A celebração do magusto está, também, associada a uma lenda: Dizia que um soldado romano (conhecido por Martinho de Tours), ao passar a cavalo por um mendigo quase nu, como não tinha nada para lhe dar, cortou a sua capa ao meio com a espada - estava um dia chuvoso e diz-se que, nesse preciso momento, parou de chover- Daí deriva a expressão: "Verão de São Martinho".
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro).
Consideradas actualmente uma “guloseima” de época, a castanhas - em tempo idos - constituiu um nutritivo complemento alimentar, substituindo o pão na ausência deste, quando os rigores e escassez do Inverno se instalavam.

Presume-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, tendo acompanhado a história da civilização ocidental desde há mais de 100 mil anos.
Os gregos e os romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor.
Também os romanos incluíam já a castanha nos seus banquetes.
Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Por esta altura, a castanha, era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa.
Com o Renascimento, a gastronomia assume novo requinte, com novas fórmulas e confecções. Surge o "marron glacé", que passou da França para a Espanha e daí, com as Invasões Francesas, para Portugal.
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