Uma voz e uma música inesquecíveis: Jacques Brel na celebérrima La Valse à Mille Temps. Brel foi um cantor e autor/compositor de canções, belga francófono. Esteve ainda ligado ao cinema de língua francesa. Tornou-se internacionalmente conhecido por músicas como Ne Me Quitte Pas, Je T'aime, Les Bourgeois, Amsterdam, Quand on n'a Que L'Amour, etc.
Este génio da música morreu há mais de 32 anos, mas, deixou-nos o seu talento e a sua incrível música !
A canção mais representativa e conhecida de Brel é Ne Me Quitte Pas (1959), dedicada a um dos
seus múltiplos amores, Suzanne Gabriello.
Realmente é uma canção de uma beleza arrebatadora e talvez uma das melhores canções de amor de todos os tempos. Ne Me Quitte Pas foi interpretada por múltiplos artistas de todo o mundo (Edith Piaf, Charles Aznavour, Nina Simone, Frank Sinatra, Sylvie Vartan, Juliette Gréco, Marlene Dietrich, Shirley Bassey, Johnny Halliday, Yves Montand, Mari Trini, Marianne Faithfull, Sting, Mireille Mathieu, Dalida, Fagner, Ray Charles, Maysa, Ute Lemper, Nina, Mikel Laboa, Neil Diamond, Sandy Shaw, Tom Jones, Sheena Easton, Paco Ibáñez, Estrella Morente, Miguel Bosé, Raphael, Julio Iglesias, Alison Moyet, Toots Thielemans, Shirley Horn, Patty Pravo, etc…).
"Demasiado feio" diziam uns, "fala com sotaque" diziam outros. Nada parecia ajudar Brel nas suas primeiras incursões na televisão francesa. O que é certo é que, quando se tem talento não importa se se tem cara de cavalo ou um discurso pouco eficaz. No entanto, seria preciso toda a década de 50, para Brel poder enfim dividir o palco com o mais célebre cantor francês da altura, Charles Aznavour .
O mundo acabou por repar nele. Não só pelas canções, mas também pelas representações. Cada música de Brel é uma história que tinha de ser representada através de gestos, voz e postura. Esta forma de cantar, meio ópera meio burlesco, atraiu a atenção de vários artistas que procuravam novas formas de estar em palco: Sérgio Godinho, Chico Buarque, David Bowie ,Nick Cave, Nina Hagen só para citar alguns.
Infeliz com as mulheres, sufocado pela fama e abatido pelo cancro, Jacques Brel refugiou-se nas Ilhas Marquesas, onde morreu em 1978. Encontra-se ali sepultado junto à campa de Gauguin.
De destacar duas outras músicas de Brel: "Les Flamandes" (onde é crítico e corrosivo) e "Mon Enfance" (que se evidencia pela poesia, acima de tudo).
Ouça-o e veja-o , agora, na La Valse à Mille Temps.
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