Luís Morais foi um músico cabo-verdiano (1935 - 2002), da Ilha de S. Vicente, e oriundo de uma família de músicos. Dedicou-se a esta arte desde os 14 anos, interpretando mornas, coladeras, salsas, batucadas e valsas.
Durante a sua longa e prestigiada carreira, notabilizou-se como compositor e um virtuoso executante de instrumentos de sopro (flauta, saxofone e clarinete). Foi, também, um importante difusor da música do seu país, chegando a merecer a distinção de embaixador da música de Cabo Verde.
Foi mentor e líder do famoso conjunto Voz de Cabo Verde (que foi integrado por músicos como Frank Cavaquinho, Djosinha, Chico, Jean da Lomba, Tói Bibia, Morgadinho, Bana e Jorge Sousa), com o qual percorreu o mundo como solista e director musical. Foi também um dos precursores da música instrumental em Cabo Verde.
Morais integrou também, o grupo de acompanhamento de Cesária Évora. Algumas das suas composições ganharam uma dimensão universal na voz dessa artista que os franceses baptizaram de "diva dos pés descalços".
A obra de Morais passa pelos estilos tipicamente cabo-verdianos. Mas, também, pelo choro, pelo samba, pela bossa nova do Brasil, e ainda pela cumbia (que se evidenciou nos anos 60 e 70 no mundo hispânico), chegando também aos grandes clássicos europeus dos anos 60.
É de sua autoria a orquestação do primeiro Hino Nacional de Cabo Verde e a direcção da banda que o executou, aquando da cerimónia da Independência, a 5 de Julho de 1975.
Da sua obra destacam-se "Mona Lisa", "Lágrimas", "Nostalgia" e sobretudo "Boas Festas". O tema que escolhi para hoje, Boas Festas, foi gravado na década de sessenta. É não só um dos temas emblemáticos do repertório deste grande senhor da música de Cabo Verde, mas também, um dos temas mais difundidos de todos os tempos.
Luís Morais merece ser lembrado não só como executante mas também porque graças à sua trajectória musical conseguiu conquistar públicos em todo o mundo.
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