Como um bom doce conventual estão carregadinhos de gemas de ovo e açúcar e têm um leve sabor a noz. Inicialmente, eram simplesmente conhecidas como os pastéis dos Remédios. Certo é que desde o século XVIII já ninguém conhece estes doces senão como Viúvas de Braga.
Até à sua definitiva extinção em 1908, este convento era responsável pela produção de doçaria tradicional bracarense, que era depois comercializada em vários locais da cidade. De todos os doces produzidos pelas freiras franciscanas do Convento dos Remédios, eram as viúvas que tinham maior destaque, sendo muito apreciadas pelos bracarenses.
A tradição bracarense de consumir este doce manteve-se até meados do séc. XX. Depois as viúvas caíram no esquecimento, tendo sido a investigação histórica que contribuiu para que a receita fosse recuperada. A mesma permanecera intocada em apontamentos de cozinha das famílias mais antigas da cidade e nos livros onde as freiras registavam diariamente os gastos da cozinha, guardados no Arquivo Distrital de Braga.
Foi então uma investigação que as trouxe de volta à doçaria, graças à preservação de livros e dos registos das freiras franciscanas.

Para que não caiam de novo no esquecimento aqui fica uma receita deste doce bracarense.
Ingredientes:
½ colher (café) de canela
125 g de miolo de noz partida em pedaços muito miúdos
15 gemas
3 claras
500 g de açúcar
raspas de 1 laranja
Confeção:
Leve o açúcar ao lume a fazer ponto de espadana (aos 117º C – ao retirar a colher depois de a mergulhar na calda, esta escorre em fitas largas, com o aspeto de lâmina).
Junte as nozes à calda e deixe ferver cerca de 2 minutos.
Retire o preparado do lume e deixe arrefecer.
Bata, juntamente, as gemas com as claras.

Leve a cozer cerca de 25 minutos (convém verificar a cozedura).
Noutra receita depois de feito o recheio, corte a massa em quadrados, recheie e modele trouxas. Disponha-as num tabuleiro e leve ao forno por cerca de 25 minutos.
E agora bom apetite.
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