O Muralismo ou pintura mural é a pintura executada sobre uma parede, quer directamente na sua superfície, como num fresco, quer num painel montado numa exposição permanente. Ela difere de todas as outras formas de arte pictórica por estar profundamente ligada à arquitetura, podendo explorar o carácter plano de uma parede.
A técnica de uso mais generalizado é a do fresco, que consiste na aplicação de pigmentos de cores diferentes, diluídos em água, sobre a argamassa ainda húmida.
O muralismo foi cultivado nas civilizações grega e romana (o exemplo é o das ruínas de Pompeia e Herculano). A técnica também foi muito empregada na Índia (nos murais das cavernas de Ajanta) e na China (dinastia Ming).
No século XIII, os trabalhos de Giotto deram extraordinário impulso à pintura mural. No Renascimento, foram criadas algumas obras-primas do muralismo, como os frescos da Capela Sistina, (Michelangelo) e a "Última Ceia", de Leonardo da Vinci. Após o Renascimento, com o interesse progressivo por tapeçarias e vitrais para uso na decoração de interiores, a pintura mural entrou em decadência no Ocidente.
No século XX, a pintura mural ressurgiu, com todo vigor, em três fases principais: um género mais expressionista e abstracto que surgiu a partir de grupos cubistas e fauvistas, em Paris, e se manifestou nos trabalhos de Picasso, Matisse, Léger, Miró e Chagall; outro que se manifestou a partir do movimento revolucionário mexicano (o caso de Diego Rivera é um dos exemplos); e um movimento mural de curta duração, na década de 1930, nos Estados Unidos.
Em Portugal existe uma variante de muralismo executada em azulejo, vulgarmente conhecida por painéis de azulejos, que consiste em murais de azulejos que têm vários tipos de expressão, desde a simples composição com azulejos coloridos até à forma clássica de desenhos que são executados antes do azulejo ser cozido.
A Revolução dos Cravos, em Portugal (1974) também foi marcada pintura mural. Pode apreciar algumas destas pinturas revolucionárias através de parte do acervo de imagens de murais do Centro de Documentação 25 de Abril (clique aqui). Esta é uma ínfima amostra das paredes que a Revolução dos Cravos pintou de Norte a Sul do país.
São murais om mais ou menos inspiração, com conotações político-partidárias mais ou menos explícitas ou ténues, como pode ver no vídeo abaixo.
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