Contaminado pelo barro da vida
que já se afasta, corrompida,
basta-me este canto rouco.
Anunciador
da madrugada?
Mas onde estou eu,
sem chão
nem jangada?
Comido pela boca nocturna
só me restam umas sílabas escuras.
Com elas não sei o que fazer.
A arte
da queda?
Deixa acontecer.
Casimiro de Brito (in Arte de Bem Morrer)
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