O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade - O Outro Nome da Terra
1 comentário:
Eugénio de Andrade, que apesar de ter nascido no Fundão, mudou-se para cá, para Coimbra, em 1943, e trouxe a sua poesia, e as suas amoras, claro!!!
Excelente texto que seleccionou, 'Anocas'(como diz o Jorge)...
Beijinhos,
Carla
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