Durante o século XI, Muçulmanos e Cristãos guerreavam-se, pelo domínio do Vale do rio Alva. Fernando Magno edificou o Castelo de Seia, em 1035. Afonso Henriques mandou construir o Castelo de Avô, em 1187, já o de Coja, data de 1128.
Nesse tempo as Catraias posicionaram-se em locais estratégicos e eram casotas em madeira, colocadas em zonas estratégicas que serviam de vigia aos movimentos dos Muçulmanos.
Mais tarde tal como outras localidades que existem nesta região (ex: Catraia de Mouronho) as Catraias foram abrigos de apoio e pernoita (tal como acontecia na longa e sinuosa Estrada Real do Piódão), eram muitas vezes a salvação dos almocreves, que se socorriam daquelas "primitivas áreas de serviço de pedra" com restauração e repouso, para tomarem uma sopa quente e desfrutarem de uma muito desejada noite de sono.
Assim a Catraia de São Paio, localidade por onde andaram alguns dos meus ancestrais, primeiro foi uma "uma casinhota" em madeira, depois, provavelmente, foi abrigo de apoio e pernoita; cresceu e mais tarde, foi chamada do "Marrão" e só no século XX , de "S. Paio". Mas, afinal, do "Marrão", porquê?
Estas casinhotas ou "catraias", serviam para vigia dos "marranos" (mharrans) . Assim nasceu o topónimo "Catraia do Marrão", que incorporou essa alusão depreciativa a famílias Judias e Mouras que para esse local foram viver. A palavra marrão cuja origem etimológica vem do árabe mharram, significa proibido, ou um porco novo que deixou de mamar. A Catraia do Marrão foi chamada assim, pelo menos durante 400 anos, e é só já no século XX, que os documentos se referem à Catraia de S. Paio.
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