Era uma rosa azul de água amarrada
um palácio de cheiros um terraço
e uma jarra de amigos derramada
da casa até ao mar como um abraço.
Era a intensa e clara madrugada
com cigarras dormindo no regaço
e a ampulheta do sono defraudada
no tempo cada dia mais escasso.
Era um país de urzes e lilases
de tardes sonolentas espreguiçando
um aroma de nardos pele chão
e bandos de meninas e rapazes
correndo amando rindo e adiando
a minha inexorável solidão
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