Leia o poema, que Ulika, filha de Adelino dos Santos (Betinho), quis ler ao Presidente da República Popular de Angola, aquando da sua estada em Portugal.
A SIRENE TRISTE
Aqui onde vidas se minguam
A morte é um refúgio
Onde tudo subsiste
Pelo amor do povo!…
Quando nasce a aurora
A sirene chama os moribundos
Lançados para a morte
Obrigados a enterrar a enxada!…
Cada enxada se bate
Uma vida ainda subsiste
Uma vida que fenece lentamente
Desta juventude sombria!…
Aqui onde o sangue corre
Clamando justiça
Onde a enxada se enterra
A terra se recusa a ser ferida
Para não perturbar o sono
D’aqueles que dormem eternamente!…
Exausta de sofrimento
A terra chora
Chora em memória dos seus filhos!…
Kolokota - Adelino dos Santos (Betinho)
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