O Naquichevão é uma república autónoma do Azerbaijão (que ocupa uma superfície de 5500 Km 2), e que geograficamente constitui um enclave do Azerbeijão entre a Arménia (a norte e a leste), o Irão (a sul e oeste) e uma pequena fronteira de apenas 9 km com a Turquia, no rio Arax. A sua capital é a cidade de Naquichevão (33.000 habitantes), e que conta com uma universidade.
O Naquichevão é uma região semidesértica do Azerbaijão separada do resto do país pela Arménia, sendo que as montanhas Zangezur a leste compõem a sua fronteira com aquele país.
Trata-se de um território extremamente árido e montanhoso. O seu ponto mais alto e característico encontra-se no monte Kapydzhik, que chega aos 2.415 m.
Para complicar ainda mais a sua já de si complexa situação geográfica, o fim da União Soviética levou-o para fronteiras hostis – a Arménia, com quem o Azerbeijão mantém um conflito por causa da região de Nagorno-Karabakh; e o Irão.
É no final dos anos 80 que começa este conflito. Com o fim do poder soviético e a guerra entre a Arménia e o Azerbaijão (que entre ostros aspetos consistiu em sabotar as linhas férreas), o Naquichevão ficou isolado do resto do mundo. O acesso a bens essenciais, como o combustível, tornou-se praticamente impossível. Sem gás ou carvão para sobreviver aos duros Invernos, a alternativa foi cortar as florestas, já de si degradadas, devido ao desenvolvimento agrícola dos anos 60 e 70.
A destruição das florestas originou, por sua vez, constantes inundações e a erosão do solo. Alguns anos depois, em vez de esperar por ajuda internacional, os governos locais, proactivamente, desenvolveram um programa de reflorestação. Todos os domingos, os cidadãos deste enclave juntavam-se para plantar novas árvores.
Outra curiosidade acerca desta república autónoma tem a ver com uma lenda que segundo a qual a fenda do cume do monte Kapydzhik foi produzida pela quilha da arca de Noé, enquanto o barco descia em resultado da diminuição da inundação, após o dilúvio universal.
Outra curiosidade, tem a ver com o facto de pela primeira vez, um desportista português competiu, este ano, no Naquichevão. Tratou-se do grande mestre de xadrez, Luís Galego, que representou o nosso país no Open do Naquichevão, um torneio de nove rondas, para o qual a Federação Portuguesa de Xadrez foi convidada, através da Federação de Xadrez do Azerbeijão.
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