1
Dominical a rua
e branco de silêncio
Agosto varre o sol
e papéis velhos das
soleiras carcomidas
por beirais de sombra.
2
Não nada
e que fica
só mentira
alheia.
Não há nos defenda:
perfídia
alheia.
Que resta
e o durar mais
só como queira
maldade alheia.
3
Um vento que ouço de árvores:
nenhuma voz humana.
Ninguém me ouve ninguém:
um vento que ouço de árvores.
4
Do alto da ponte
encostas de cidade
e prata rio e mar.
5
Rapazes conversam
em gritos grosseiros.
Silêncio de alegres mortos.
Jorge de Sena - (26/8/1973)
Sem comentários:
Enviar um comentário