"Drão" é uma excelente música aqui interpretada em dueto por Ana Carolina e Gilberto Gil.
"Drão" (1982) é uma das mais belas músicas da obra do consagrado compositor baiano, Gilberto Gil. "Drão" é um nome estranho para a letra de uma música. Mas, que tem uma explicação! Na verdade, "Drão" é uma historia de amor, ou melhor, de uma separação. Quem o revelou foi Sandra, terceira mulher de Gil, de apelido Sandrão, abreviado para Drão.
Os dois foram casados durante 17 anos e tiveram três filhos: Pedro (músico, falecido em acidente), Maria e Preta Gil. Portanto a inspiração para esta bela canção foi o fim deste relacionamento. Interessante notar que no ano anterior Gil tinha composto a música "Flora" em homenagem à sua nova esposa.
Só mesmo um grande poeta para retratar em letra e música, o reconhecimento de um rompimento de um antigo amor que deixou marcas e frutos e que vive, morre e renasce de outra maneira.
Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão! Drão!
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