Este ano celebrou-se em Maio, o centenário do nascimento de João Villaret. Para o comemorar, aqui, veja este declamador português a dizer "O Mostrengo" de Fernando Pessoa.
João Villaret (1913 — 1961) foi um actor, encenador e declamador português. Depois de frequentar o Conservatório Nacional de Teatro, começou por integrar o elenco da companhia de teatro lisboeta Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro.
Mais tarde, fez parte da companhia teatral "Os Comediantes de Lisboa", fundada em 1944 por António Lopes Ribeiro e o seu irmão Francisco, mais conhecido por Ribeirinho. Teve uma interpretação considerada antológica na peça "Esta Noite Choveu Prata", de Pedro Bloch, em 1954, no extinto Teatro Avenida, em Lisboa.
João Villaret foi, também, actor de cinema e apresentou programas de televisão. No cinema, João Villaret trabalhou com Leitão de Barros em filmes como “Inês de Castro” (1944) e “Camões” (1946).
Mas, João Villaret é recordado, sobretudo, como declamador porque dizia poesia como ninguém. Morreu aos 48 anos mas, neste quase meio século de vida, fez com que os portugueses se apaixonassem pelos poetas nacionais, sobretudo por Fernando Pessoa. Mas não só. Muita gente ouviu falar pela primeira vez de José Régio através dele, com a declamação do poema "Cântico Negro".
A experiência que adquiriu no palco e no cinema, assim como em programas radiofónicos, fez do seu programa de televisão um êxito. Aos domingos era impreterível vê-lo declamar, com graça e paixão, poemas dos maiores autores nacionais. Na televisão, teve um papel muito importante na divulgação dos grandes poetas portugueses, sobretudo Fernando Pessoa e António Botto, que eram seus amigos.
Em conjunto com Aníbal Nazaré e Nelson de Barros, deu origem à canção “Fado Falado”, onde se afirmava: “Se o fado se canta e chora, também se pode falar.” Criava-se um estilo.
De mão no peito e olhar fixo na câmara, prendia as famílias ao pequeno ecrã.
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