O norte-americano Garrett McNamara surfou, na Nazaré, uma onda gigantesca que lhe poderá valer um novo recorde, depois de em 2011 ter feito história, também com uma onda de grande dimensão. A fotografia desta onda é do fotógrafo português Tó Mané.
Estas ondas gigantescas formam-se devido à existência do Canhão da Nazaré. O Canhão da Nazaré, ou Cana da Nazaré é um desfiladeiro submarino de origem tectónica situado ao largo da costa da Nazaré (Portugal). Este desfiladeiro, começa a definir-se a cerca de 500 metros da costa e é considerado por muitos o maior da Europa. Dependendo das regiões que atravessa, é possível determinar 3 secções no Canhão da Nazaré. A inicial, que se estende até ao bordo da plataforma continental (60 km ao largo). Situa-se a menos de 1 km da Nazaré e é composta por ravinas e tem forma de V. A secção média do canhão, estende-se por 57 km, desde o bordo da plataforma até à base da vertente continental, atingindo profundidades de 4050 metros. Ao longo desta secção o canhão conserva ainda uma forma em V, muito sinuosa, apresentando grandes ravinas nas paredes junto à parte mais profunda. A secção inferior é o extremo mais profundo do canhão, situada a profundidades superiores a 4050 metros. Esta zona estende-se por cerca de 94 km. Aos 4970 metros, a 211 km da cabeceira, o canhão atinge a planície abissal Ibérica.
O Canhão de Nazaré funciona, assim, como um polarizador de ondulações. As ondas conseguem viajar a uma velocidade muito maior pela falha geológica, chegando à costa praticamente sem dissipação de energia. A Praia do Norte, na cidade da Nazaré, apresenta ondas significativamente maiores, do que as do resto da costa portuguesa, por causa deste fenómeno. O canhão da Nazaré dá origem, também, à superfície, a águas ricas em nutrientes e plâncton, permitindo a presença de uma fauna bastante rica em espécies de interesse comercial.
Graças ao surf esta região do país tornou-se conhecida a nível mundial.
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