No final da Dinastia Ming, o rapé chegou à China, tendo surgido assim, de forma gradual, as garrafinhas de rapé. A pintura dentro da garrafa de rapé surgiu durante o reinado do Imperador Jia Qing. A difusão e manufactura destes frascos foi, contudo, muito intensa na Dinastia Qing. Este tipo de actividade requer(ia) muita perícia porque implica(va) a pintura do interior destes frascos. Inserir uma caneta delgada especialmente concebida com uma curva na ponta, através do gargalo, requer(ia) contar com um talentoso artista. Este tem (tinha) de trabalhar no espaço apertado da cavidade da garrafa, de maneira a gravar os desenhos e as caligrafias na superfície interna da garrafa. Assim, a pintura interna das garrafas de rapé é uma forma de arte única. O resultado é um conjunto de miniaturas requintadas de paisagens, naturezas mortas, retratos e caligrafias que têm extasiado muitos colecionadores. O rapé é um tabaco em pó com a finalidade de ser inalado. Foi um hábito muito difundido na Europa e no Brasil. Neste país teve maior impacto na segunda metade do séc. XIX e primeira do século XX. As caixinhas para rapé eram confeccionadas nos mais variados materiais, marfim, prata, ouro e, às vezes, constituíam-se em verdadeiras jóias. Considerado por muitos utilizadores como um hábito elegante, foi muito combatido porque ao inalar-se o rapé, o espirro era imediato, espalhando-se assim, os mais variados vírus.
Vale a pena ver a apresentação que seleccionei para hoje que mostra algumas destas garrafinhas. Algumas delas são autênticas preciosidades e mostram a enorme perícia e paciência destes artistas orientais.
Sem comentários:
Enviar um comentário