Sita Valles é uma personagem importante mas desconhecida na história contemporânea de Portugal e de Angola, segundo uma biografia que foi lançada recentemente, em Lisboa, de autoria da jornalista e escritora portuguesa Leonor Figueiredo.
O livro que hoje proponho, intitula-se "Sita Valles - Revolucionária, Comunista ate à Morte (1951-1977)"da Alêtheia Editores. Ali, Leonor Figueiredo, reconstitui o percurso desta mulher que foi militante do PCP e do MPLA.
Sita Valles é hoje um nome maldito para ambos os partidos e a sua vida quase um enigma em ambos os países. Acusada de ser um dos cérebros do chamado "golpe Nito Alves", em 27 de Maio de 1977, seria presa em Luanda, violada e torturada e, três meses depois, fuzilada (tinha 26 anos). O percurso dessa figura polémica é reconstituído no livro, com recurso a documentos e dezenas de testemunhos.
Passaram 33 anos e ainda hoje não se sabe onde estão enterrados os corpos de Sita Valles, do seu irmão Ademar (morto um ano depois) e de um número indeterminado de vítimas ("entre 20 mil e 80 mil, incluindo muitos portugueses"). Sita Valles continua a ser tabu no país que escolheu como seu e onde as circunstâncias da morte a transformaram num mito. Recusou ser vendada e olhou o pelotão de fuzilamento de frente. Este comportamento continua a impressionar até hoje os seus inimigos.
Leia a biografia desta mulher admirável. É preciso continuar a lembrar para não esquecer esta e outras atrocidades, este e outros atentados aos direitos mais elementares de qualquer cidadão.
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