sábado, dezembro 20, 2008

Falavam-me de Amor

Falavam-me de Amor

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas

solstício de mel pelas escadas

de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas

e em sua etern
idade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.


Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias

e eras um sol na sombra flagelado.


O fel que por nós bebes te liberta

e no manso natal que te conserta

só tu ficaste a ti acostumado.

Natália Correia O Dilúvio e a Pomba Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979

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