Conheça a história de "O Bêbado e a Equilibrista", hino da amnistia e um clássico da música brasileira para a qual Aldir Blanc escreveu esta belíssima letra para a não menos bela melodia de João Bosco.
Lançada em 1978, a música tem forte teor político. O momento político do Brasil é lembrado várias vezes, em metáforas ou em menções como "Choram Marias e Clarisses". As Marias e Clarisses eram as viúvas dos presos políticos, representadas na letra pela Maria, mulher de Manuel Fiel Filho, e pela Clarisse, de Vladimir Herzog: os dois morreram nos porões do DOI-CODI.
O samba foi a banda sonora para "A Volta do Irmão do Henfil' e de outros exilados pela ditadura militar brasileira.
Oiça então (em baixo) O Bêbado e a Equilibrista na voz da cantora brasileira Elis Regina.
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil!
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
Um outro vídeo com a mesma canção onde Elis Regina explica o porquê desta música.
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