Às vezes, como os grandes fantasistas,
Sinto o desejo intenso das viagens…
E ir sozinho habitar entre os selvagens,
Como num ermo os ásperos trapistas.
As grandes, vastas, límpidas paisagens,
Que sabem ver os imortais artistas…
Teriam novos tons, novas imagens,
Longe do mundo avaro e as suas vistas!
Com uma virgem — flor dessas montanhas —
Entre os mil sons das árvores estranhas,
Dos coqueiros, bambús … fôra feliz!…
Dormiria em seus braços nus, lustrosos,
E ouviria, entre uns beijos voluptuosos,
— Tilintar-lhe as argolas do nariz.
Gomes Leal
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