Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado é uma novela de Camilo Castelo Branco.
Sinopse:
"Basílio Fernandes é um sujeito de trinta e sete anos, com senso comum, engraçado a contar histórias de sua vida, ativo negociante de vinhos no Porto, amigo do seu amigo, e bastante dinheiroso - o que é melhor que tudo já dito e por dizer.
Seu pai chamou-se José Fernandes, por alcunha o Enxertado. Pegou-lhe a alcunha, porque, sendo ele natural de uma aldeia daquele nome em Trás-os-Montes, quando já era caixeiro, muitas vezes dizia aos seus companheiros de passeata, aos domingos: «O Porto é boa terra; mas lá como o Enxertado ainda não pus os olhos noutra!». A caixeirada, menos sensível à saudade das suas aldeias, ria do moço, e, por mofa, lhe chamava o Enxertado, alcunha que ele ajuntou ao seu nome com honras de apelido."
Camilo Castelo Branco, nesta divertida novela, descreve magistralmente a ida às horta e aos retiros que não mais eram que passeios lúdicos e familiares, da seguinte forma:
"Chegados ao quintalejo, onde se comia o peixe frito, abancavam debaixo de um parreira, em cujos troncos as matronas penduravam as mantilhas cuidadosamente dobradas pelo festo, e eles as casacas com igual esmero.
Depois vinha a bandeja vidrada do sável, regulando as duas postas por cabeça, e um alguidar de alface, que as esposas temperavam, e os maridos mexiam, dizendo cada um o seu anexim, sempre o mesmo, a respeito da salada, por exemplo: "quer-se temperada por um cego", e o outro infalivelmente ajuntava "e mexida por um doido". E com isto se riam até dizerem que já lhes doíam as barrigas.
A caneca de vinho era comum dos seis. Os meninos limpavam os beiços para beberem, como é de razão que faça toda a gente. (...) Esta alegre cena repetia-e sempre, quatro vezes por mês desde Março até Setembro (...)".
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